Nosso giro pelas estradas da Índia havia chegado à marca dos 1.400 km. Em todo esse caminho, já tínhamos visto passar pelas nossas janelinhas muita coisa. Além de tipos humanos, animais, pequenas cidades, templos solitários, havia também inúmeros campos plantados. O cultivo predominante era o da mostarda. Viajamos muito tempo admirando os campos amarelinhos dessas plantações. Havia também o trigo, ainda na sua fase verdinha.
No trecho que fizemos na manhã do dia 2 de fevereiro, entre Udaipur e Chittorgarh, apareceu uma novidade nesse quesito agricultura: campos branquinhos de flores de ópio, as papoulas.
Foi Ajay, o nosso super motorista, quem nos chamou a atenção para as plantações. Falou-nos também sobre a segurança montada em torno delas, que não permitia aproximação de estranhos, principalmente durante a noite.
Com um olho nos campos e outro nas surpresas da estrada, chegamos ao Forte de Chittor.
Foto: Ana Oliveira |
A fortaleza é imensa, a maior da Índia, e foi declarada patrimônio da humanidade pela UNESCO em 2013.
Começamos a visita pelas ruínas do majestoso Kumbha Palace, construído no século XV.
Enquanto percorríamos o que restou do palácio, o guia (o único de toda a viagem que não falava espanhol) nos contava intrincadas histórias de guerra e amor que aconteceram por lá.
Kumbhaswamin Temple |
Também faz parte da fortaleza, o imponente Kumbhaswamin Temple, ladeado pelo pequeno Meera Mandir, erguido em homenagem a Meera Bai.
Do Meera Mandir |
Conta a lenda que a princesa Meera Bai foi uma poetisa inspiradíssima e seguidora de Krishna. No interior do templo, se vê uma imagem da homenageada.
E pra encerrar o assunto templos, demos uma olhadinha rápida no Samadishwara Temple. Ficamos mais na parte externa, já que uma senhora indiana queria nos cobrar algumas rúpias a mais para darmos uma olhada no interior do templo.
Foto: Ana Oliveira |
Chittorgarh tem ainda o Rani Padmini's Palace, construído num lago para deleite da rainha durante o verão. Ali, através de um espelho engenhosamente posicionado, é possível ver a imagem de alguém que estivesse nos degraus que levam até a água. Por ali se conta que um admirador de da rainha ganhou, numa batalha, o direito de vê-la e foi aurorizado pelo rei a contemplar seu reflexo usando o tal espelho. Nós testamos e comprovamos!
Para celebrar a vitória de uma luta entre o Maharana Kumbha os reis muçulmanos de Malwa e Gujrat, foi construída a Vijay Stambh - Coluna da Vitória - com 9 andares e 37 metros de altura.
Foto: Ana Oliveira |
Como o monumento estava em restauração, não pudemos visitá-lo por dentro, tivemos que nos contentar em admirá-lo por fora e posar para uma longa sessão de fotos que passaram a integrar a nossa coleção de fotos-jacu. Olha isso:
Houve ainda um outro momento fotográfico que rolou quando já nos preparávamos para partir: virei celebridade entre um grupo de adolescentes indianas.
Foto: Ana Oliveira |
Na saída, nos despedimos dos macaquinhos que nos haviam recepcionado por lá. Tão lindinhos!
Almoçamos fora das muralhas, no restaurante do Hotel Pratap Palace e aproveitamos a decoração deles pra homenagear Iemanjá no seu dia.
E seguimos para mais um tanto de estrada rumo a Pushkar.
Na estrada para Pushkar Fotos: Ana Oliveira |
Mais uma etapa da viagem e eu viajando de carona nos relatos! (Observação: já tinha gostado muito da expressão 'foto-jacu' - tinha que ser dicionarizada! Obrigada, Carmen, por mais este capítulo.
ResponderExcluirEu que agradeço a companhia na viagem.
ExcluirPrepare-se, ainda temos muito caminho pela frente.
Oba!!!!! (E, se posso avançar um pedido, gostaria muito de ler um 'balanço da bossa' lá no final).
ResponderExcluirO balanço está nos planos, sim.
ExcluirObrigada!
Divando ??? Muito bonito este pedaço da viagem. Templos exóticos. Uma dúvida: Como conseguiram pôr a mão no topo da Coluna da Vitória, de 37 m de altura ? Integraram-se bem com adolescentes e crianças da Índia ! Os macaquinhos, uma graça . Valeu!
ResponderExcluirToda uma estratégia, digna mesmo de uma foto jacu, para ticar o cume da Coluna da Vitória.
ExcluirChittorgarh foi uma surpresa boa, sim!
Divando = fazendo sucesso, como uma diva.