domingo, julho 06, 2014

#CopadasCopas, eu fui!


Desde que foi confirmada a escolha do Brasil como sede da Copa 2014, Ana e eu começamos a arquitetar uma maneira de estar fora do país durante a festa.
Não, não éramos contra a Copa, nem participamos do movimento #nãovaitercopa, só não queríamos participar da agitação que imaginávamos que aconteceria no país.
Quando nossos amigos começaram a se movimentar para a compra de ingressos, anunciamos que mandaríamos postais de onde quer que estivéssemos.
Quando Ricardo Freire escreveu o post Vale a pena fugir da Copa?, demos de ombros e seguimos firmes no propósito de dar no pé entre 12 de junho e 13 de julho.
Mas, como nem tudo é como a gente gostaria que fosse, não tivemos como cumprir nossa promessa: o calendário letivo da UNESP de Assis foi alterado por uma longa greve em 2013 e o período em que a bola rolaria nas 12 cidades-sede da festa esportiva seria de pleno trabalho para Ana. 
Ficamos.
Vimos a abertura pela TV e gostamos. Assistimos ao primeiro jogo, e ao próximo, mais um, mais outro...
Lemos o relato que a Lena Máximo escreveu contando sua experiência no dia da abertura e achamos que a Copa prometia ser tranquila, apesar das vaias e ofensas à presidenta, a propósito do que Chico César escreveu o inflamado poema "Os vaiantes vips do Itaquerão".
As notícias - boas e ruins - pipocavam nas redes sociais. 
Os amigos começaram a se movimentar: a Paula de Porto Alegre foi pra Brasília; a Carlinha do Rio, foi pra Salvador; a Adri, que mora em Salvador e é louca por futebol, escreveu um post incrível contando como estavam as coisas por lá em dia de jogo e o Ricardo Freire contou como foi sua estratégia para ver um jogo em Brasília driblando os preços altos dos hoteis da Capital.
E a gente ali... vendo jogos pela TV e lendo tudo o que o pessoal falava. 
Ah, tinha um tal de um site da FIFA onde ainda era possível comprar ingressos... Muitos amigos falavam disso.
Uma bela tarde, Ana me aparece com o site na tela. Era só pra saber como era, disse ela! Hã, hã...
Foi um tempinho depois disso que nos pegamos conversando sobre a possibilidade de ir a um jogo e discutindo as preferências. 
Itaquerão, perto de casa. 
Maracanã, fácil acesso, dá até pra ir de ônibus. 
Fonte Nova, pra fazer tudo o que a Adri dizia naquele post. 
Mané Garrincha, pra seguir os passos do Riq Freire.
Pronto! Fiz também o meu cadastro no site e ficamos penduradas nele dia e noite, clicando em cada quadrinho colorido que aparecia para os jogos das cidades que havíamos selecionado. Foram muitos cliques mal sucedidos, até que conseguimos!
Salvador pras oitavas de final, sem nem mesmo saber quais seriam os times classificados. Estávamos almoçando num restaurante, só com o smartphone. E a Dona FIFA não facilitou as coisas pra quem acessa o formulário de compras pelo celular. Foi difícil preencher os dados necessários nos exíguos 15 minutos de que o comprador dispõe depois de contemplado. Mas vencemos!
Antes mesmo de voltar pra casa, avisamos a Adri que iríamos e queríamos companhia, compramos chapéus verde-amarelo e passamos no Centro Cultural São Paulo - ali do ladinho de casa - pra retirar os ingressos.
Em casa, compramos bilhetes aéreos e reservamos hotel. Os preços não eram dos mais convidativos, mas nada estratosféricos. Preços normais pra quem resolve fazer uma viagem de última hora e não pode se dar ao luxo de esperar por promoções. 
Aliás, o Riq já tinha cantado essa bola numa reflexão publicada no Viaje na Viagem, em outubro do ano passado.


Salvador foi uma festa! Encontramos amigos. Comemos acarajé. Fomos jantar no Paraíso Tropical que já estava na nossa mira há algum tempo. Nos hospedamos no Vila Galé, que também era um desejo antigo. Encontramos o Pelourinho animadíssimo, cheio de cores e gente de todo o mundo. Fizemos até umas comprinhas.
No dia do jogo, almoçamos com a troupe da Adri no L'Arcangelo. O serviço foi tão demorado que chegamos a ficar preocupadas achando que perderíamos parte do jogo. A Adri, que não é baiana mas já tem o espírito da terra, dizia que tínhamos tempo de sobra. Afinal, apenas 10 minutos de caminhada nos separavam da Fonte Nova.

Caetano, Adri, Ana e eu, chegando ao estádio.

E deu tudo certo, mesmo. Descemos e subimos as ladeiras do Fan Walk  e chegamos rapidinho ao acesso norte do estádio. Tudo foi tranquilíssimo, sem filas e sem problemas. Nossos lugares eram próximos à marca de escanteio e pudemos ver todo o jogo muito bem.
Bélgica e Estados Unidos fizeram um jogão. Teve até prorrogação. Torcemos pela Bélgica e saímos vencedoras!

Foto: Ana Oliveira

A saída também foi calma. Mais de 50.000 pessoas caminhando lentamente, sem nenhuma confusão digna de nota.
De volta ao Pelourinho, nos despedimos dos amigos, tomamos um lanchinho no Cuco Bistrô, demos mais uma voltinha pela Praça da Sé e voltamos pro hotel.
No dia seguinte, feriadão de 2 de julho em Salvador, voltamos pra São Paulo. 
Se gostamos? Só digo uma coisa, estamos desde então atentas ao site da FIFA dia e noite. Nosso objetivo: semifinal no Itaquerão e/ou final no Maracanã.
Será que rola?

É gente, como escreveu o Ricardo Freire: 

–> Perder esse freje? Nem pensar!

Fico com pena de amigos queridos que querem fugir do Brasil durante a Copa. Menin@s, não façam isso! Vocês estão agindo como um(a) velh@ rabugent@ de cidadezinha do fim do mundo, que não quer estar no seu cafundó justo no dia em que o circo fiiiinaaaalmente vai passar!!!

Dando tudo certo (uma micareta de 30 dias, um mês repleto de meios-expedientes no trabalho, festerê total) ou dando tudo errado (um mês inteiro de estado de emergência anti-manifestantes), será inesquecível! Como você vai contar pros seus netos que perdeu essa?

Aqui e aqui, estão as fotos dessa escapada turístico-futebolística a Salvador.