Até março, nossa vida foi bem normal.
No final de janeiro cortamos os cabelos e partimos pra nossa quase tradicional viagem à Bahia. Fomos ver o fevereiro em Santo Amaro e comemorar nossos 20 anos juntas!
E - sorte! - fizemos a loucurinha de interromper a viagem para voltar a São Paulo por um dia pra festa de 15 anos do Viaje na Viagem.
Em fevereiro, fizemos uma viagem rápida ao Rio pra ver o Show de Verão da Mangueira.
Vimos os shows de Chico César em janeiro, lançando seu disco "O amor é um ato revolucionário", mas o último show que vimos foi o do Teago Oliveira, no Sesc 24 de maio, no primeiro dia de março.
Em 13 de março, recebemos
Marcie e
Julie aqui em casa, pro almoço. Foram as nossas últimas visitas.
Para o dia 14 de março, tínhamos ingressos comprados desde o final de 2019 para ver Bethânia no antigo Credicard Hall, hoje Unimed Hall. O show foi suspenso.
Na manhã do sábado, dia 14, já meio amedrontadas, atravessamos a rua e fomos à Ocupação 9 de julho, pra ver e fotografar um voo da
Sandra Miyazawa, em homenagem a Marielle, no aniversário de sua morte.
Pronto, chegou o 15 de março, domingo.
O vírus já estava circulando há uns dias e fizemos nossa última saída, rapidinha e sem máscara.
E aí começou o #fiqueemcasa, que já dura 292 longos dias...
Tínhamos três viagens preparadas, com voos comprados, hoteis reservados, ingressos comprados...
Cancelamos tudo!
No comecinho de março, começamos aulas com a
Thaís, nossa personal trainer. As aulas seguiram via internet, duas vezes por semana, sem nenhuma falha.
Nessa vibe de exercícios físicos, começamos a fazer caminhadas no terraço do prédio e, mais tarde, nas ruas da vizinhança. Já caminhamos 210 km, o suficiente para configurar 5 maratonas!!!
As idas a Santos, nesse período, contam-se nos dedos de uma mão, infelizmente: foram só 5.
Supermercados e lojas, nunca mais! Só mesmo idas à ótica pra resolver problemas com óculos. Na minha lista devo acrescentar uma necessária visita à dentista.
Chegaram nossos aniversários, setembro e outubro. E as comemorações foram em casa, uma procurando agradar e surpreender a outra.
Outubro e novembro trouxeram as eleições municipais. Nos iludimos com uma possível vitória da esquerda em São Paulo. Que nada!
Minha família: pai, madrasta, irmãos e sobrinha, espalhados pelo mundo, tem se reunido pelo Skype semanalmente. Todo domingo tem live familiar, dando conta do que fizemos durante a semana e ouvindo versos do meu pai.
Presas em casa, nos dedicamos a leituras, muitas séries e filmes nos serviços de streaming e muitas lives dos artistas queridos.
Ana se especializou cada vez mais na arte da panificação: fez uma média de 6 pães por mês, para consumo da casa (foram cerca de 72, no ano).
Mesmo com todo essa produção, mantivemos o peso estável: não engordamos, o que não deveríamos mesmo, mas também não emagrecemos, o que teria sido bom.
Mantivemos uma bela disciplina etílica: drinks só nos fins de semana.
E nos dedicamos também a cuidar da horta e do jardim que ficaram exuberantes.
Enfim, tá chegando 2021 (com vacina, esperamos!) e nós sobrevivemos.
Já é muito!