Dia desses ganhei um livro das Anas Oliveiras.
Explico: quem me deu o livro foi uma Ana Oliveira e quem o preparou foi outra Ana Oliveira.
A primeira Ana é a minha companheira da vida toda, a melhor! Fotógrafa, cozinheira, paulista, estudiosa da obra de Cecília Meireles e fã de Gilberto Gil.
A segunda, não conheço. É baiana, escritora, pesquisadora e admiradora de trabalho de Gilberto Gil.
A verdade é que, por obra dessas duas Anas, veio parar nas minhas mãos o tal livro. Um livro objeto. Repleto de bons textos, artes gráficas caprichadas, fotos, notícias y otras cositas más…
Tem capa e sobrecapa. Com dobradura. De quadrada se transforma em redonda, como a capa do disco que celebra: o Expresso 2222, de 1972, primeiro trabalho de Gilberto Gil depois que voltou do exílio na Inglaterra.
E por cima de capa + sobrecapa tem ainda uma caixa rendada, com os números e letras do nome do disco recortadas. Um trabalho criativo e bem cuidado.
O conteúdo segue o mesmo princípio: bom gosto, criatividade, pesquisa e esmero.
Pra cada música um depoimento. Amei as palavras da Fernanda Torres, da Lorena Calabria, da Mila Burns…
Li e reli a carta de Gil recuso + aceito = receito, publicada no Pasquim em 1970, quando Gil recusou o prêmio Golfinho de Ouro.
O Expresso 2222 é assim, um luxo!