segunda-feira, agosto 08, 2011

Passeando pelo Algarve

Em Faro, a organização do 10º Congresso da  Sociedade Internacional de Lusitanistas programou um dia de passeio para os participantes. E lá fomos nós visitar a Fortaleza de Sagres e a cidade de Lagos com o pessoal.
Em Sagres o vento quase nos impediu de curtir a bela paisagem, mas ainda assim caminhamos por lá e avistamos ao longe o Cabo de São Vicente, ponto mais a sudoeste da Europa. Pena que não nos levaram até lá...
Cabo de São Vicente
Em Lagos, cidade mais do que turística, almoçamos e caminhamos debaixo de um sol causticante até a Igreja de Santo Antonio com seus altares trabalhados em ouro - dizem que é ouro brasileiro - e museu anexo. Aproveitamos um tempinho ainda pra ver a Igreja de Santa Maria, pertinho do mar.
Meio desanimados pelo dia cansativo e pouco produtivo que tivemos, decidimos programar para o dia seguinte um passeio pelas cidades na direção sudeste, por nossa conta e risco.
Saímos cedo em direção a Vila Real de Santo Antonio, quase na fronteira com a Espanha. Antes e sem programar, passamos pelo castelo de Castro Marim, de onde se avistava o Rio Guadiana com uma margem portuguesa e outra espanhola.
Vila Real de Santo Antonio, às margens do Guadiana e do Oceano Atlântico, foi a surpresa boa do passeio, com suas edificações copiadas da parte antiga de Lisboa, uma enorme praça central dedicada ao seu idealizador, o Marquês de Pombal, e a imagem de da poetisa local Lutegarda Guimarães de Caires plantada à beira mar. 
Monte Gordo, uma freguesia da Vila Real,  nos pareceu ser um lugar dedicado somente a veraneio, com banhistas indo e vindo carregando suas cadeiras de praia. Passamos rapidinho por ali, a caminho de Tavira.
O Rio Gilão, que corta a cidade de Tavira, não é lá essas coisas. Tem até um cheirinho meio desagradável... Na verdade, a terra onde teria nascido Álvaro de Campos nos decepcionou um pouco.
Num antigo mercado às margens do Gilão, nos sentamos em um restaurante para almoçar. Entre outras coisas, pedimos uma salada de grão de bico com bacalhau. A salada estava azeda. Devolvemos. Nenhuma palavra, de explicação ou de desculpa, nos foi dita. Na hora da conta, lá estava a salada. Foi preciso discutir para não pagar o que não havíamos consumido. Conseguimos, mas tanto o garçon quanto a dona do restaurante juravam que a salada estava ótima!
De Tavira seguimos rumo a Olhão, mas no caminho demos com a Matriz de Nossa Senhora da Luz de Tavira, na freguesia de Luz de Tavira. Paramos. À entrada da igreja, demos com esse simpático e incontestável aviso:
Seguindo viagem, chegamos a Olhão. Estávamos no meio da tarde de uma quinta-feira de verão e tivemos a maior dificuldade para estacionar próximo da Igreja Matriz de N. S. do Rosário, bem no centro da cidade.
Conseguimos, depois de dar uma enorme volta pela cidade, com direito a contemplar a Ria Formosa, que também reina por ali. Valeu como um city tour.
Fim de tarde, voltamos alegrinhos para nossa última noite em Faro.
Nem preciso dizer que jantamos à beira da ria.
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As fotos dessas escapadas pelo Algarve estão nos álbuns já publicados no post sobre nossa estada em Faro. Repito os links para facilitar: as minhas e as da Ana .

domingo, agosto 07, 2011

Faro, surpresa boa!

Foto: Ana Oliveira
Chegamos a Faro pelas asas da Ryanair, depois de um belo périplo pelos aeroportos europeus, como já contei aqui.
Faro era, na verdade, a razão da nossa viagem porque ali aconteceria o 10º Congresso da Sociedade Internacional de Lusitanistas, para o qual Ana estava inscrita.
Era um destino novo e, como tal, mereceria algum estudo anterior, como aconteceu com Viena, Budapeste e Praga, nossos portos anteriores nessa viagem. Mas, nem sei porque, não foi assim. 
Chegamos ao Algarve com pouquíssimas informações e com uma wish list praticamente vazia. A única indicação era para visitar Albufeira. E acabamos nem chegando lá...
Nos instalamos no Hotel Ibis Faro, que ficava a meio caminho entre o campus da universidade e o centro da cidade, e tratamos logo de descobrir o caminho para o local onde aconteceria o congresso.
Com essas e mais aquelas, já era hora do almoço. Decidimos explorar a região da Praia de Faro, em busca de um lugar pra comer. 
Encontramos. Um luxo à beira mar, quase pé na areia, o restaurante Suigeneris, onde comi a melhor comida de toda a viagem, um risoto de camarão inesquecível. E os sucos... ah, os sucos! E a vista... Pra completar, ainda tinha wi fi livre.
O centro da cidade só fomos conhecer no dia seguinte. A princípio achamos meio sem graça. Mas foi apenas por um instante, até que descobrimos a cidade antiga, com suas ladeiras, igreja e vistas estonteantes para a ria. E chegamos ao alto bem na hora do pôr do sol, um espetáculo!
Faro é assim. Tem mar e ria. A Ria Formosa, que faz jus ao nome e domina toda a região. Onde quer que se esteja, há sempre pelo menos uma nesguinha dela à vista.
Ría Formosa  - Faro, Portugal 
Nos dias em que estivemos por lá, usamos e abusamos dos restaurantes à beira da ria. Não são lá essas coisas em termos de culinária, mas a vista compensa tudo.
Virou e mexeu, lá estávamos nós, conferindo a alta da maré, as cores do pôr do sol e a formosura da Ria Formosa.
E ainda no dia da partida, fomos mais uma vez perambular pela cidade velha, com direito à subida na torre da Sé pra ver a ria e a cidade do alto.
O aeroporto da cidade não é lá muito grande, mas é movimentadíssimo. Faro é a porta de entrada para as belas praias do Algarve. Acostumados a levar turistas para as praias mais distantes, os motoristas de táxi que fazem ponto por ali parecem não gostar muito de fazer pequenas corridas. Aconteceu conosco!
No nosso último dia em Faro, fomos ao aeroporto entregar o carro alugado. Dali iríamos ao centro, esperar a hora da partida do trem para Lisboa, nosso próximo destino. Consultamos os horários e preços do ônibus que fazia aeroporto/centro e achamos que a melhor opção seria um táxi. Éramos três pessoas - meu pai estava conosco - e o preço sairia quase o mesmo, além de não precisar esperar o ônibus.
Enquanto decidíamos isso, meu pai foi até o banheiro e com isso ficamos um tempinho paradas próximo ao ponto do táxi. Assim que meu pai voltou, pegamos o primeiro táxi da fila. Quando dissemos para onde íamos, o motorista ficou uma fera. Comentou que tínhamos estado ali até aquele momento sem decidir tomar o táxi e agora o fazíamos justo na vez dele, disse que para o centro deveríamos ir de ônibus e coisa e tal... Pedimos que ele parasse imediatamente, mas ele seguiu reclamando e não parou.
Quando estávamos passando pela cancela do estacionamento, ele teve que parar. Aproveitamos para descer sem dar ouvidos para as ameaças dele, que incluíam até chamar a polícia para nos obrigar a pagar a bandeirada.
Voltamos ao ponto do ônibus e fomos tranquilos para o centro.
Isso lá é jeito de tratar o turista, seu motorista?
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Aqui e aqui tem fotos dessa parte da viagem, incluindo os passeios que fizemos pela região e que serão assunto de um próximo post, aguardem!