quinta-feira, dezembro 31, 2020

Breve resumo de 2020



Até março, nossa vida foi bem normal.

No final de janeiro cortamos os cabelos e partimos pra nossa quase tradicional viagem à Bahia. Fomos ver o fevereiro em Santo Amaro e comemorar nossos 20 anos juntas!

E - sorte! - fizemos a loucurinha de interromper a viagem para voltar a São Paulo por um dia pra festa de 15 anos do Viaje na Viagem.

Em fevereiro, fizemos uma viagem rápida ao Rio pra ver o Show de Verão da Mangueira.

Vimos os shows de Chico César em janeiro, lançando seu disco "O amor é um ato revolucionário",  mas o último show que vimos foi o do Teago Oliveira, no Sesc 24 de maio, no primeiro dia de março.

Em 13 de março, recebemos Marcie e Julie aqui em casa, pro almoço. Foram as nossas últimas  visitas.

Para o dia  14 de março, tínhamos ingressos comprados desde o final de 2019 para ver Bethânia no antigo Credicard Hall, hoje Unimed Hall. O show foi suspenso.

Na manhã do sábado, dia 14, já meio amedrontadas, atravessamos a rua e fomos à Ocupação 9 de julho, pra ver e fotografar um voo da Sandra Miyazawa, em homenagem a Marielle, no aniversário de sua morte.


Pronto, chegou o 15 de março, domingo.  

O vírus já estava circulando há uns dias e fizemos nossa última saída, rapidinha e sem máscara. 

E aí começou o #fiqueemcasa, que já dura 292 longos dias...

Tínhamos três viagens preparadas, com voos comprados, hoteis reservados, ingressos comprados... 

Cancelamos tudo!

No comecinho de março, começamos aulas com a Thaís, nossa personal trainer. As aulas seguiram via internet, duas vezes por semana, sem nenhuma falha.

Nessa vibe de exercícios físicos, começamos a fazer caminhadas no terraço do prédio e, mais tarde, nas ruas da vizinhança. Já caminhamos 210 km, o suficiente para configurar 5 maratonas!!!


As idas a Santos, nesse período, contam-se nos dedos de uma mão, infelizmente: foram só 5.

Supermercados e lojas, nunca mais! Só mesmo idas à ótica pra resolver problemas com óculos. Na minha lista devo acrescentar uma necessária visita à dentista.

Chegaram nossos aniversários, setembro e outubro. E as comemorações foram em casa, uma procurando agradar e surpreender a outra. 

Outubro e novembro trouxeram as eleições municipais. Nos iludimos com uma possível vitória da esquerda em São Paulo. Que nada! 

Minha família: pai, madrasta, irmãos e sobrinha, espalhados pelo mundo, tem se reunido pelo Skype semanalmente. Todo domingo tem live familiar, dando conta do que fizemos durante a semana e ouvindo versos do meu pai.

Presas em casa, nos dedicamos a leituras, muitas séries e filmes nos serviços de streaming e muitas lives dos artistas queridos.

Ana se especializou cada vez mais na arte da panificação: fez uma média de 6 pães por mês, para consumo da casa (foram cerca de 72, no ano).

Mesmo com todo essa produção, mantivemos o peso estável: não engordamos, o que não deveríamos mesmo, mas também não emagrecemos, o que teria sido bom.

Mantivemos uma bela disciplina etílica: drinks só nos fins de semana.


E nos dedicamos também a cuidar da horta e do jardim que ficaram exuberantes.

Enfim, tá chegando 2021 (com vacina, esperamos!) e nós sobrevivemos. 

Já é muito!



segunda-feira, dezembro 21, 2020

Ocupação da varanda


Essa foto que me apareceu hoje pela manhã foi feita pela Lourdes no dia em que, finalmente, ocupamos a varanda do apê santista.

Olhando pra ela me ponho a pensar nos bons momentos que esse nosso terracinho nos trouxe.

Ali desfilaram amigos, familiares, comes e bebes, descanso, flores, festas, pores de sol, amanheceres, noites, luas, marés, navios, tartarugas marinhas e até uma arraia que apareceu pra dizer um oizinho bem no início da pandemia.

Postei a foto lembrança no Facebook e meu amigo Claudio sugeriu um mural da varanda. 

De mural pra post no blog foi um pulo.

Selecionei alguns momentos na “varanda mágica”, como diz a Susy, pra comemorar esses 9 anos de ocupação.

Escolhi no Instagram e Facebook a esmo, sem nenhum critério.

Fiz uns prints meio marretas, mas assim dá pra ver a legendas escritas no calor da hora e, de quebra, alguém ainda pode se identificar em alguma curtida ou comentário.

Aí vai:
























E pra terminar:

Dezembro 2015
Foto: Ana Oliveira


Dezembro/2018
Foto: Ana Oliveira


segunda-feira, novembro 30, 2020

Quinze anos

Imagem surrupiada do site https://www.safradistribuidora.com.br

Por estas páginas já passou um pouco de tudo o que tem sido a minha vida, de uns tempos pra cá.

Viagens, shows, escolhas, reclamações, denúncias, histórias, campanhas, experiências, descobertas, dicas, músicas, decepções, alegrias, fotografias e mais um tanto de assuntos povoaram as mais de quinhentas postagens desse blog.

Nos últimos anos, por pura preguiça, falta de organização ou sei-lá-o-quê, as postagens escassearam. Faze o quê? Acontece! E nem por isso posso dizer que esqueci o blog ou o considero menos importante. 

A vida tem lá suas fases e tudo vai se acomodando de acordo com cada uma delas. 

Normal.

Fora do normal, mesmo, é o tempo que estamos vivendo: entregues a um governo execrável e expostos a um vírus funesto.

Meses e meses vendo a vida a passar pela janela, sem nenhum clarão no horizonte: o vírus parece que veio pra ficar e os maus governantes se aferram aos seus poderes. 

É nesse momento e com essa disposição que venho festejar os 15 anos desse companheiro...

Espero dias melhores, mas ainda não vejo a saída.  

Vacina?  

Eleição de candidatos comprometidos com um futuro melhor?

Que venham!



(Mas o jogo não virou...)


terça-feira, abril 14, 2020

Nada

Das belezas que Chico César está criando para esses dias! 💖





NADA

Amanhã não vai ter nada amada
Fique em casa e tome sol
Se tiver casa e sol
Que tal dance nua no quintal
Ponha a alma no varal
Guarde o verão em si

Amanhã não rola nada ainda
Fique linda pra você
Bela como a flor do ipê
Porque eu nem sei como dizer
Medo de fazer sofrer
Te querer longe de mim

Deixa que a saudade derreta
O asfalto e as antenas de tv
Deixa que a distância construa
As pontes de lembrar e esquecer

Amanhã não vai ter nada amada
Nem praia nem futebol
Isso em si não é tão mal
Que tal bote um disco bem legal
Lembre o último carnaval
Outro ainda há de vir

Amanhã não rola nada baby
Cada qual com seu rolê
Tomar banho, cozinhar, ler
Vê, tanta coisa pra fazer
E se a gente não fizer
Nem por isso vai morrer


domingo, fevereiro 23, 2020

Fevereiro em Santo Amaro



Na verdade, tudo começa no final de janeiro e vai entrando por fevereiro adentro.

Por esses dias, Santo Amaro fica movimentada. Tem novena, barracas na praça, brinquedos de parque, blocos, shows, muita gente e muito, muito calor. 

Primeiro vem a lavagem da Purificação, no último domingo de janeiro.

A festa começa lá no quintal da Dona Canô, com baianas e samba de roda.

Foto: Ana Oliveira 

De lá, sai o cortejo.

Quem estava dentro se junta a quem já estava na rua, formando um bloco que segue em direção à Matriz da Purificação.

Levam água de cheiro e vassouras para a simbólica lavagem dos degraus da igreja.

É tanta gente que só mesmo quem está muito bem posicionado consegue ver a cerimônia.

O que todos podem ver — e sentir — são os jatos de água que o caminhão tanque esparrama sobre o povo.

Essa sim é a verdadeira lavagem.

E abençoada!

Imagine caminhar e dançar sob o sol de quase meio-dia. Um banho de água fresca é mesmo um verdadeiro bálsamo. Uma felicidade!

O cortejo segue. Dizem que vai até a distante igreja do Bonfim... Não posso atestar. Parei na Purificação.

O clima de festa e calor segue até o final de semana seguinte.

Todo o movimento do domingo anterior se repete na cidade, mas dessa vez revestido de um caráter mais religioso. Nada de samba de roda. Agora é devoção.

O primeiro domingo de fevereiro é o dia da procissão da padroeira, Nossa Senhora da Purificação.

Os preparativos começam pela manhã, quando os devotos se encarregam de enfeitar os andores. Cada igreja da região prepara seu padroeiro para o evento que vai acontecer no final da tarde.

Enquanto a igreja do Amparo está sob reforma, o andor de Santa Bárbara é preparado no Convento dos Humildes, às margens do Subaé. O toque final é dado por Maria Bethânia. Dá pra imaginar o acontecimento?

Pra finalizar essa etapa, Santa Bárbara toda enfeitada é transportada até a matriz para aguardar a hora da procissão. Bethânia participa disso carregando  o andor sob o sol do meio-dia. 

Foto: Ana Oliveira 

Na matriz, a cantora famosa também presta suas homenagens à padroeira, num clima bem intimista e respeitoso. 

O ápice da festa religiosa acontece a partir das 17h, quando os andores vão saindo da igreja acompanhados por fiéis, orações, bandas de música e narrações do pároco.

Para fechar o cortejo, sai a imagem de Nossa Senhora da Purificação. Maria Bethânia está sempre entre os devotos que carregam o andor.

E a festa continua. O povo circulando na rua. Os brinquedos do parquinho arrancando gritos de medo e prazer dos usuários. Os bares e restaurantes  da praça apinhados de gente. Os artistas fazendo seus shows. 
Durma-se com um barulho desses! 

Como chegar
Santo Amaro está a menos de 100km de Salvador. 
Ano passado fomos de carro alugado, mas a cidade fica intransitável nos dias de festa. Difícil circular. Difícil estacionar. 
Esse ano fomos de ônibus. Tem saídas frequentes das rodoviárias de Salvador e Santo Amaro. #eugostei
Tem gente que vai de táxi ou Uber a partir de Salvador. 
Em Santo Amaro não tem Uber. 

Onde ficar:
O melhor hotel da cidade é o da Purificação. Fica no olho do furacão. Na praça, bem em frente ao palco onde acontecem os shows. 
Eles não estão no Booking. Só fazem reserva por e-mail. Para as festas da cidade, fazem pacotes de hospedagem. O preço é supervalorizado, mas tudo é festa, né gente?
Ano passado ficamos num hotel fora da cidade, o Enseada do Caeiro. O lugar é simples e tranquilo. O preço  é mais suave. Mas fica a uns 20km da cidade, daí precisa do carro... 🤷🏻‍♀️

O que fazer:
Além de todas as atrações da festa, há cachoeiras ao redor da cidade. A mais frequentada, parece ser a da Vitória. Dá pra ir de táxi ou van “de linha”. E tem que combinar o horário da volta. 
Fomos de van com um grupo de amigos. Achei OK
Dar uma voltinha pelo mercado de rua da cidade também é divertido. Acontece aos sábados, no entorno do Mercado, às margens do Subaé.