segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Jodhpur express



Jodpur: a cidade azul
 
Os 300 km que percorremos entre Jaisalmer e Jodhpur foram pontilhados de pequenas cidades à beira da estrada. Tinha sido assim também nos percursos anteriores. De tempo em tempo, um povoado com feira, lojas, bares, homens descansando, mulheres trabalhando, vacas, motos, carros, lixo.

Nesse dia, registramos dois desses vilarejos: 
  • Pokhran sob as minhas lentes:
  • Dechu do ponto de vista de Ana:
   
Já mais perto de Jodhpur, cidade grande, a segunda maior do Rajastão, notamos muitos grupos de homens e mulheres à beira do caminho. Ajay nos explicou que esperavam trabalho. Como os nossos boias-frias. Há situações que se repetem em qualquer parte do mundo...

Mas nos elegantes e labirínticos jardins do Ajit Bhawan Hotel o panorama era outro: só gente bonita e bem nutrida, se divertindo na piscina, no restaurante, na sauna...

Nessa tarde e início de noite, um guia local nos ajudou a desvendar os mistérios de Jodhpur.

Começamos pelo Jaswant Thada, um espaço onde estão crematório e as tumbas dos marajás daquela região e um imenso memorial, construído em 1889, em homenagem ao marajá Jaswant Singh. 

Era comum quando morria um marajá, que sua esposa também fosse morta e suas cinzas enterradas numa tumba menor, próxima à do marido. A viúva de Jaswant Singh quebrou essa tradição e, em vez de se deixar matar, mandou construir uma espécie de templo todo em mármore branco dedicado à memória do marido.


Hoje o Jaswant Thada é mantido pelo governo e alguns de seus funcionários circulam pelo local devidamente uniformizados. 

Parte da vestimenta desses funcionários é um turbante, que eles utilizam para demonstrar aos turistas, mediante uma pequena gorjeta, como é o ritual de enrolar a peça em volta da cabeça. Terminada a demonstração, a plateia tem o direito de experimentar o turbante. Será que nós entramos no jogo?


Em seguida, o guia nos levou ao Forte de Mehrangarh, um dos maiores da Índia. 


Um elevador leva o público até a parte mais alta do forte, 125 m aproximadamente acima do nível da cidade. De lá é possível notar que muitas das casas de Jodhpur têm paredes e até telhados azuis. Daí o codinome  de "cidade azul". 

Na parte interna do forte estão expostos vários objetos de uso dos marajás e família: berços, riquixás e liteiras bastante luxuosos, que comprovam que os marajás viviam mesmo como marajás. Além disso, os cômodos do palácio ostentam uma riqueza incalculável. Olha só essa sala:


Terminamos o dia no Sardar Market Cirdikot que tem sua entrada ao lado da Torre do Relógio. 

  


No mercado há um pouco de tudo. De frutas e verduras a tecidos e roupas prontas. 



Para comprar, a ordem é pechinchar. Entrei no jogo e saí com uma calça bem lindinha por um valor equivalente a 15 reais.

De volta ao hotel, jantamos ao ar livre, envolvidas pelo calor e pela fumaça de algumas fogueiras. Satisfeitas e defumadas, nos recolhemos para o merecido descanso. 

Para o dia seguinte, tínhamos a promessa de 6 horas de estrada. 

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4 comentários:

  1. Que lindo como vc disse igual a muitas coisas nossas. E o mercado lembra o encanto da feira de Caruaru

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    1. Pois é!
      Nunca fui a Caruaru, mas conheço outros mercados nossos que lembram os de lá. E que delícia são esses mercados!

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  2. Ser mulher, ser rico, ser desvalido, ser marajá, tudo muito parecido ao redor do mundo,né? Gente, que lugares tão bacanas e que prosa boa a sua Carmem! Imagens e palavras - a caravana está nota 1000!

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    1. Isso mesmo! Nada como abandonar o nosso sofá pra ver como funciona o mundo, né?

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