Chegar ao aeroporto de Beijing para pegar nosso voo para Xi'an foi uma operação de risco. O guia marcou a saída para cinco horas antes do horário do embarque. Achamos excesso de zelo - afinal era um sábado à tarde - mas obedecemos. E, mais uma vez, o guia estava: certo!
Enfrentamos trânsito pesado e lento durante todo o caminho. O motorista fez malabarismos assustadores e chegamos ao aeroporto com o tempo justo para fazer o check in e embarcar. Não sobrou nem um minutinho pra tomar um café.
No aeroporto de Xi'an, nos esperava Patricia, a guia local. Falando um espanhol quase madrilenho, Patricia foi m alívio para os nossos ouvidos. Ela nos acompanhou nos dois dias na cidade.
Chegamos à noite e tivemos o deslumbramento de ver as muralhas de Xi'an totalmente iluminadas. Foi um tal de ah! e oh! a cada porta com seu pagode enfeitado de luzes coloridas.
Li nos havia dito que o Grand Soluxe Internacional Hotel Xi'an, onde nos hospedaríamos, ficava perto da muralha antiga e que seria um bonito passeio para aquela noite. Ele não era o guia oficial naquela cidade, mas prometeu nos acompanhar, já que ele considerava a região perigosa por estar muito perto da estação ferroviária. Deixamos as malas no hotel e descemos para o tal passeio. Foi um furo n'água. Atravessamos a região da estação, Li nos indicou uma rua sem graça ao lado da muralha e nos deixou sozinhos. Disse que seguíssemos por ali cuidando dos pertences e que não falássemos com nenhum chinês. Andamos uns poucos metros e voltamos ao hotel. Passeio sem graça! Dessa vez o guia estava: errado!
Em Xi'an, nossa agenda também foi bem apertada.
No domingo, fizemos o passeio bam bam bam da cidade: a visita às escavações onde, em 1974, um lavrador encontrou ruínas da tumba do imperador Qinshihuang, com milhares de guerreiros de terracota, e nem se deu conta do tesouro que tinha nas mãos. Não fosse sua mulher insistir e ele teria abandonado o achado. Ah, as mulheres! O que seria dos homens se elas? O homem anunciou sua descoberta, vendeu suas terras para o governo chinês e o local foi transformado num museu. O resto vocês sabem, já que os guerreiros mais famosos cruzaram o mundo e estiveram inclusive visitando o Brasil, há algum tempo.
Nos três poços escavados vimos os soldados em seus postos originais e a carruagem de bronze do imperador, além dos guerreiros principais, expostos em lugar de destaque. O trabalho de restauração das figuras está a pleno vapor e sabe-se que há mais poços a serem escavados. Um luxo!
No final da tarde, feirinha de rua ao lado da muralha, com foco em pincéis e outros materiais específicos para a pintura de caracteres chineses. Depois, um colorido espetáculo de dança da dinastia Ming. Para o jantar, uma degustação de dumplings e... tempo livre.
Foi aí que começou a nossa aventura particular. Na saída do restaurante, havia uma legião de táxis e tuc-tucs à espera dos turistas. Negociamos com uma condutora de tuc-tuc uma corrida até o bairro muçulmano: 40 yuans, um pouco mais de 20 reais. Nem regateamos. A farra já começou na hora de entrar no veículo minúsculo. Foi difícil fazer caber ali dentro nossos quatro corpinhos. Encaixadas, a motorista iniciou a viagem. O trânsito em Xi'an é bem caótico e os tuc-tucs parecem estar acima da lei. Andam por qualquer lugar, viram em qualquer esquina, sobem nas calçadas, um espanto! A cada curva um perigo. Ora um ônibus enorme passava raspando, ora fazíamos uma curva inesperada, ora entravávamos entre os carros. A cada movimento, um grito ou uma gargalhada saía das nossas bocas. E a motorista se divertia. Foram 40 yuans muito bem gastos. Tiramos uma foto com a nossa tuctuqueira e saímos, sãs e salvas, para o burburinho do bairro muçulmano.
Impossível descrever tudo o que acontecia, junto e ao mesmo tempo, na rua principal. Gente, comida, luminosos, lojas, música, um emaranhado de sensações e novas descobertas: o puxador de bala, o cortador de doces... Ana fez um clip rápido que dá uma boa ideia do que vimos. (Quando possível, coloco aqui. Volte pra ver!)
Andamos por toda a rua central do bairro, entramos em lojas, experimentamos doces, observamos tudo e voltamos ao hotel de táxi, sem nenhum acontecimento extraordinário, a não ser o nosso espanto ao ver que o taxímetro não saia dos 9 yuans por um bom tempo. Chegamos a pensar que não estava funcionando. Mas era assim mesmo... A corrida até o hotel ficou em menos de 15 yuans.
O passeio ao bairro muçulmano foi sugestão do Li e da Patricia e dessa vez os guias estavam: certos!
A manhã da segunda-feira era livre. A sugestão dos guias era visitar um templo onde havia uns pagodes interessantes, mas nós decidimos ir às compras. Desde que chegamos na China, Vilma e Rose estavam empenhadas em descobrir uma loja da Xiaomi, a Apple chinesa. Elas queriam conhecer o novo mi5, último lançamento da marca. Quando souberam que havia a tal loja em Xi'an, enlouqueceram. Decidiram usar a manhã livre para ir até lá. Ana e eu ficamos curiosas e fomos também. Adoramos tudo o que vimos. E assim, me tornei proprietária de um mi5 branco que é uma belezinha.
Almoçamos num restaurante ao lado do Parque de Relíquias da Dinastia Tang, já fora da cidade, a meio caminho para o aeroporto. Demos uma volta por lá e seguimos para pegar mais um um voo interno. Dessa vez iríamos para Wuhan.
Carmem e Ana
ResponderExcluirO tuc-tuc realmente é imprevisível. Andamos em um,na Tailândia, em 87. Detestei. Ansioso para ver o clip da Ana ( xiaomi)e para conhecer o seu mi5.
Nos divertimos muito com o tuc-tuc, mas é um risco de vida...
ExcluirSobre o clip, veremos, pois houve um problema com o cartão de memória da Ana e o filminho estava lá.
Já o mi5 é uma gracinha. Você verá.
Beijo!