Naquele que seria o último dia de navegação antes da chegada a Las Palmas – nosso primeiro destino do outro lado do Atlântico – recebemos a confirmação de uma notícia já esperada: devido às condições climáticas adversas e ao tempo despendido na parada emergencial em Fernando de Noronha, viajávamos com algum atraso e não aportaríamos em Gran Canária às 13h, como previsto, mas às 19h.
Nosso tempo de permanência na ilha não seria alterado: 5 horas. Teríamos, assim, um “Las Palmas by night”.
Ainda havia luz do dia quando lançamos âncora no simpático porto de Las Palmas. Nos chamaram a atenção as instalações novas, o entorno urbanizado e... um shopping a poucos passos da plataforma de desembarque. Perfeito para a primeira providência que pensávamos tomar em terra: comprar um chip espanhol com acesso generoso à internet.
Bem, parece que a ideia não era exclusividade nossa. Metade da população do navio fazia fila na única loja do ramo. Mas... todos foram se dispersando diante da notícia de que era necessário apresentar o passaporte original para fazer a ativação do chip. Não, servia cópia em papel ou eletrônica. E os passaportes estavam presos no navio...
Passamos para a segunda prioridade: conhecer um pouco da cidade – e até tentar comprar um chip por lá. Um simpático motorista de táxi nos deixou no coração da cidade, entre a catedral e a Calle Triana, a rua do comércio e das belas construções com varandas artísticas.
Já era noite, véspera de feriado, e pouquíssimas lojas ainda estavam abertas. Nada de chip, pois.
Andamos por ali com os olhos abertos e as lentes a postos. A cidade é encantadora! E no céu brilhava a lua cheia.
Numa mesa do simpático bar El Atracón, comemos, bebemos e usamos o poderoso Wi-Fi grátis do estabelecimento para atualizar tudo o que pudemos em nossas vidas internáuticas.
Fomos até a Catedral de Santa Ana que, por sorte, ainda estava aberta. Era quinta-feira santa.
O interior da igreja é ao mesmo tempo simples e majestoso. Lindo o efeito da decoração do teto captado pelas lentes de Ana. Olhaí:
Voltamos felizes para o Armonia, a tempo de usar um pouquinho do claudicante sinal de internet fornecido pelo porto.
Ida e volta de táxi nos custaram €12.
O trajeto entre Gran Canária e Lanzarote, apesar de curto, foi bem agitado. Balançamos pra valer!
Amanhecemos em Arrecife, na sexta-feira santa.
Um simples olhar para o Muelle de los Mármoles, enquanto atracávamos, nos deu a certeza da diferença entre Las Palmas e a cidade onde passaríamos aquele dia. O entorno do porto era um sem-fim de pedras escuras, vulcânicas, e a cidade, ao longe, parecia bem acanhada.
Primeira providência, antes de desembarcar, resgatar nossos passaportes. Deu um trabalhinho, mas conseguimos.
No navio, vendiam-se tickets de ônibus para o centro da cidade: US$10,90 ida e volta. Achamos caro e decidimos sair e pegar um dos muitos táxis que já tínhamos visto em terra, esperando pelos turistas. Quando Rose foi perguntar sobre o táxi, lhe disseram que mais adiante, no posto de informações turísticas, havia um ônibus grátis para o centro. Yes!
O ônibus nos deixou num centro comercial ao lado da marina. De lá, caminhamos uns 10 minutos, passando pelo Charco San Ginés, pela orla, pelo Castillo San Gabriel e já estávamos na rua principal, em busca do tal chip pro celular.
Achamos! 1,5 GB de internet + 60 minutos de voz, inclusive para a América do Sul, por €15, da Orange, válido por 15 dias. Ufa! Seguimos, poderosas e conectadas!
O centro de Arrecife é simples, nada de prédios altos ou casas que chamem a atenção, mas cumpriu seu papel. Andamos pelo comércio. Compramos blusinhas na Zara. Tomamos vinho no Museo del Vino e fomos até o Castillo San Gabriel, que só podia ser visto por fora.
Vilma e Rose cansaram e decidiram voltar pro navio de táxi. Pagaram €10, preço tabelado. Olha só, se tivéssemos caído no conto do ticket do navio, teríamos gastado US$43,60.
Ana e eu ficamos um pouco mais em terra. Caminhamos pela orla, fomos até o Charco San Ginés e comemos croquetas e tortilla no Leito de Proa, um boteco à beira do charco.
Voltamos à marina, tomamos café no Cappuccino e aproveitamos o Wi-Fi do lugar. Afinal, qualquer economia de GB era bem-vinda, né?
Mal chegamos ao local de saída do ônibus para o porto, já havia um bumba pronto pra partir. Delícia, condução grátis e frequente!
Que fique registrado em ata: Las Palmas é lugar pra voltar. Arrecife entra pra categoria "viu tá visto".
Partimos no início da noite para transpor mais um fuso horário e navegar até Casablanca, onde só chegaríamos na manhã do domingo de Páscoa.
Sábado foi dia de navegação. Dia frio, impróprio para atividades ao ar livre, não obstante o vento um pouco mais fraco que nos dias anteriores. Resultado: toda a população se esparramou pelos espaços internos do navio. Difícil achar um cantinho silencioso.
Para a noite, foi programada uma vigília pascal, com direito a missa, no teatro do navio.
Declinamos! Queríamos chegar dispostas para percorrer os jardins de Casablanca em busca dos ovinhos que os coelhos marroquinos teriam escondido para nós.
Oi, Carmencita e Ana! Estou aproveitando suas aventuras e lembrando da minha travessia no ano passado... Aproveitem muito e continuem compartilhando!
ResponderExcluirFique com a gente, Vera! Vamos seguindo.
ExcluirCarmem, adoro teus textos. Estou seguindo a viagem e me prometendo um cruzeiro um dia. Beijocas para as duas.
ResponderExcluirVem com a gente, Tina. Novas
ExcluirAventuras nos esperam.
Foi épica a busca do GB. Mas ,felizmente encontraram . E os ovinhos de Páscoa ,encontraram ? Gostei das fotos, especialmente a da Igreja, Mas achei falta do astro rei. Avante e Boa viagem para todas
ResponderExcluirInfelizmente não havia jardins onde esconder os ovinhos. Mas comemos um belo couscous. Valeu!
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