Hoje faz um ano que viemos morar no centro de São Paulo.
Um ano de novas experiências, novas descobertas.
Já teve festa, show, almoço, exposição, gravação de videoclipe.
Daqui do alto, acompanhamos a pintura do muro, o trabalho na horta, a movimentação dos moradores.
Foto: Ana Oliveira |
Hoje teve almoço na ocupação. Quem cozinhava era a Neka. Aquela Neka, a Neka Menna Barreto, a dos banquetes, sabe?
Fui lá, como já fomos outras vezes. A comida estava deliciosa e a casa, cheia.
Depois de comer, fiquei ali no pátio, vendo quem entrava e quem saía. Muita gente!
Vai daí que passa uma das voluntárias (há muitas e muitos, principalmente em dias de almoço) convidando para uma visita guiada ao prédio. Opa! Presente!
Os interessados, nos reunimos na entrada e esperamos pela Selma, uma moradora que fez o papel de guia nessa aventura pelo prédio dos anos 40.
São 14 andares, mas os elevadores não funcionam. Fomos pelas escadas.
O que já vai logo chamando a atenção é a limpeza das escadas e dos corredores. Tudo antigo, com marcas do tempo, do uso e do desuso, mas tudo limpo e organizado.
São 130 famílias morando ali.
Selma nos contou que para ser admitido como morador é preciso aceitar e cumprir regras: "homem que bate em mulher tá fora!" Drogas e bebida não são permitidas.
A boa convivência é incentivada. Há coordenadores por andar e qualquer desavença é tratada em reunião com os envolvidos, além das reuniões periódicas com todos os moradores.
A brinquedoteca é uma graça. Tudo organizado. Ali fazem atividades para as crianças e há pessoal voluntário para cuidar dos pequenos no caso de a mãe precisar se ausentar.
No mesmo ambiente, está uma pequena biblioteca infantojuvenil. Tudo conseguido através de doações.
Selma nos levou à casa dela, no 8º andar , ou será no 9º? Perdi a conta...
Pequena, mas toda arrumadinha. Sala com TV, quarto do neto todo enfeitado com motivos infantis, máquina de costura e uma área externa de onde se vêem... as nossas janelas.
É ali: três janelas clarinhas, no penúltimo andar, à esquerda, acima do único toldo que se vê na fachada. |
Visitamos também um apartamento que está em reforma. Os moradores trabalham em esquema de troca: um ajuda o outro fazendo aquilo que sabe. Nessa reforma, o marido da Selma está ajudando na parte elétrica. E eles também tiveram ajuda de outros moradores quando estavam reformando o deles.
Enfim, uma comunidade de gente como a gente.
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