Durbar Square em Bhaktapur Foto: Ana Oliveira |
A terceira e última Durbar Square (praça do reinado) que visitamos foi a de Bhaktapur. O conjunto sofreu bastante com o terremoto de 2015 e, além disso, já carregava danos de um terremoto anterior, em 1934.
Bhaktapur foi capital do Nepal entre os séculos XII e XV e, após a morte do rei Jayayakshya Malla e a divisão do reino entre seus filhos, foi um dos centros do reinado.
O complexo é formado por quatro praças principais e um emaranhado de ruelas coalhadas de estabelecimentos formais e informais que comercializam toda a sorte de produtos.
Pelas ruas de Bhaktapur |
Comércio e obras em Bhaktapur |
Começamos a visita pela entrada leste. Ali nosso guia Paras adquiriu as entradas em forma de crachás e seguimos adiante.
Foto: Ana Oliveira |
Caminhando pela Suryamadhi, uma rua que nos levaria até o templo hindu Wakupati Narayan, já pudemos observar algo que confirmamos durante o restante do passeio: os homens de Bhaktapur preferem "sombra e água fresca".
Nosso primeiro espanto foi para os leões e as colunas que guardam o Wakupati Narayan Mandir.
Foto: Ana Oliveira |
A poucos passos dali, encontra-se primeira das quatro praças principais de Bhaktapur, a Praça Dattatraya, a mais antiga da cidade.
Praça Dattatraya e seu templo |
A praça abriga entre outros monumentos o Templo de Dattatraya – uma divindade híbrida que junta elementos de Brahma, Vishnu e Shiva. O templo, que data do início do século XV, é também considerado o mais antigo de Bhaktapur.
Templo Dattatraya Foto: Ana Oliveira |
Entalhes em madeira são a marca registrada dessa praça e de todo o conjunto arquitetônico de Bhaktapur. Exemplo dessa arte é a detalhadíssima janela do pavão real que vimos por ali.
Pavão real entalhado em janela na Praça Dattatraya Foto: Ana Oliveira |
Deixamos a Praça Dattatraya caminhando por ruelas que nos levariam a outra importante praça que forma o conjunto de Bhaktapur: a Taumadhi. Nesse caminho, tivemos a confirmação de que a força de trabalho por ali é mesmo feminina.
Enquanto elas trabalham, eles observam... Fotos: Ana Oliveira |
No pequeno clipe que Ana fez, dá pra ver bem como está sendo feita a reconstrução da cidade, pelo trabalho sincronizado realizado pelas mãos das mulheres dali. Olhaí:
A Praça Taumadhi nos trouxe mais e mais deslumbramentos.
Logo à chegada, o belo Templo de Bhairabnath.
Foto: Ana Oliveira |
Ao lado, imponente, o Nyatapola Temple. Olha a gente lá!
Nyatapola Temple |
Por ali fica o Cafe D' Traditional Restaurant, e foi no seu rooftop que almoçamos, com vista para os monumentos de Bhaktapur.
Teve vista, cerveja e comida local |
Alimentadas, desviamos um tantinho da rota para visitar a a Pottery Square, mais uma das praças do lugar, tradicional reduto de artesãos:
Fotos: Ana Oliveira |
Por fim, retomamos o caminho para o auge da visita: a Durbar Square de Bhaktapur, considerada pela UNESCO como Patrimônio Mundial.
É na praça real, justamente, que está o Pachpanna Jhyale Durbar, mais conhecido como Palácio das 55 janelas.
Algumas das 55 janelas esculpidas em madeira no palácio real Foto: Ana Oliveira |
O Pachpanna Jhyale Durbar foi construído no século XV pelo rei Yaksha Malla e remodelado no século XVII pelo rei Bhupatindra Malla, que ainda hoje vela o palácio do alto de uma coluna erguida em frente ao Vatsala Durga Temple, em atitude de adoração.
Estátua do rei Bhupatindra Malla na Durbar Square de Bhaktapur Foto: Ana Oliveira |
Parte do antigo palácio real funciona hoje como Museu Nacional. Sua entrada é guardada por leões ladeados por algumas esculturas:
Ugrabhairab e Ugrachandi, acima. Vishnu, ao lado do leão. Fotos: Ana Oliveira |
Ugrabhairab e Ugrachandi são imagens de Shiva e sua esposa Parvati em manifestação ameaçadora. As esculturas são do início do século XVIII e conta a lenda que seu criador teve as mãos cortadas logo após o término do trabalho, para evitar a duplicação das obras.
O acesso aos jardim do Palácio das 55 Janelas é feito através da Lu Dhowka, uma porta dourada construída a pedido do rei Ranjit Malla e encravada ali como uma joia com seus adornos de ouro contra o céu azul.
Lu Dhowka, a porta de ouro. |
Cruzamos a porta de ouro e, por um caminho discreto e quase labiríntico, chegamos à Naga Pokhari, a piscina real construída no final do século XVII, sob o comando do rei Jitamitra Malla, escavada em pedra e adornada com divindades em forma de serpentes, as Nagas.
Naga Pokhari Fotos: Ana Oliveira |
As últimas imagens que temos da visita à Durbar Square de Bhaktapur são do templo hindu Pashupatinath, com algumas imagens eróticas escavadas na madeira que sustenta sua estrutura. Bela forma de encerrar um tour, não acham?
Pashupatinath Temple Foto: Ana Oliveira |
Fica aí um mapa de Bhaktapur pra quem quiser seguir nossos caminhos:
Esse mapa é um gentil oferecimento de: http://www.joaoleitao.com/viagens/2012/03/09/mapa-bhaktapur-nepal/ |
Bhaktapur, a última Durbar Square visitada, realmente tem muito que mostrar. Gostei particularmente do Nyatapola, com as fotos do quarteto e a cerveja Everest . Que dizer do Palácio das 55 janelas? Encantador! A piscina real merece menção especial. E as imagens eróticas de Naya, escavadas na madeira ,em Naya Pokhari encerram condignamente a série de Durbar Squares . As autoras , Carmem e Ana, estão de parabéns
ResponderExcluirSylvio
Obrigada!
ExcluirA Durbar Square de Bhaktapur foi a nossa preferida. Pena tanta destruição!