Soube ontem:
"O cantor e compositor paraibano Chico Cesar é o novo presidente da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). Ele aceitou o convite feito pelo prefeito Ricardo Coutinho na noite desta quinta-feira (07). A posse no cargo está prevista para segunda-feira (11), as 15 horas, durante solenidade no Paço Municipal."
http://www.paraiba.com.br/noticia.shtml?94337Mais tarde soube mais: Pedro Osmar será seu assessor.
E hoje recebo de Pedro esse texto:
PASSARINHO DO MATO: Chico César na Funjope!
(Pedro Osmar). 10.05.2009. SP.
Qual o significado de um artista como Chico César à frente da instituição municipal de cultura mais importante da cidade, considerando sua história de luta, que é anterior à sua carreira profissional de artista popular mundialmente conhecido? Será, certamente, um delicioso retorno às suas origens! Com a diferença que ele terá em suas mãos a direção da Funjope e todo o seu complexo de atividades e compromissos educativos com a cidade de João Pessoa (não sendo portanto, apenas o menino de recados de um mero projeto divulgador de festas para fazer a cidade cantar, dançar e se divertir), cidade que Chico conhece tão bem (becos, vielas, favelas, comunidades mais distantes), pois nela morou e trabalhou em grande parte de sua vida estudantil, poética, musical e jornalística. Sim, Chico César é um jornalista formado pela UFPB, na mesma turma de Walter Santos, Silvio Osias e Carlos César, tendo como seu maior farol intelectual figuras como Raimundo Nonato Batista e Jomard Muniz de Brito, ícones de toda uma geração! Este será o significado da presença dele a partir de agora!
Hoje Chico volta como um professor que dá suas aulas a cada show/recital/entrevista e palestra que realiza pelo país e pelo mundo. Um profissional que aprendeu com a vida (e vida aqui, no sentido de pensar e repensar e agir e interagir produtivamente aos conceitos, novos conceitos que defende como massa crítica de sua sobrevivência intelectual e política) em que os “signos” estão sempre em rotação, que as relações de poder estão sempre em mutação, quando o poder é exercido democraticamente por quem quer que seja, por ele, por seus parceiros de trabalho, pelo prefeito e toda a complexidade política que faz João Pessoa ser a cidade que “é”, no projeto político do nordeste. Nos perguntamos: João Pessoa poderia ser mais do que é? Poderia dar melhores exemplos e condições de vida aos seus moradores e populações? A certeza é que um dia a cidade, a partir de administrações mais democráticas e equilibradas, terá as condições objetivas para conquistar esse avanço, pois como diria David Cooper: “Não existe esperança. Existe uma luta, e esta é a nossa esperança”.
A chegada de um cara como Chico César à Funjope se reveste de uma importância singular, dada a pluralidade com que acentua e confirma a competência do seu discurso em tudo que faz: sua música, seus poemas, e agora, certamente, uma possível e provável administração democrática e socialista que poderá imprimir à frente da Funjope. O ser plural que ele é (e singular, em seu competente projeto criativo no contexto da música paraibana, nordestina e brasileira), terá condições de dialogar com as “esferas” (leia-se diferenças e contradições) da complexidade da política paraibana, sempre às voltas com as naturais polêmicas do exercício do poder que nos governa, um projeto de poder estadual ainda bem atrasado e burro, mas que se, futuramente, manipulado de forma coerente, inteligente e progressista (um dia será revolucionária), poderá gerar cada vez mais condições para que a democracia popular se instale de vez na cidade de João Pessoa, bem como em todo o estado. Ou seja, cenas de um cotidiano poderoso (ainda não popular) que terá na ação administrativa da equipe da Funjope (com Chico César à frente!), uma outra postura e uma série de novos entendimentos. Este será o nosso desafio!
Que tenhamos vida e fôlego e paciência para ajudar em todo o processo, até porque, depois de Lau Siqueira, ninguém melhor do que Chico César para entender essas necessidades e facilitar um trâmite próprio dessa máquina municipal de poder em que agora ele está inserido. E estamos todos com ele, disso ele não tenha dúvida. Até porque muito do que ele viveu na sua militância de políticas alternativas de cultura a partir dos anos 80, tem a ver com essas “irmandades comunitárias”, tem a ver com as ações guerrilheiras de cultura criadas e mantidas pelos projetos que ele participou: Musiclube, Fala Bairros e Movimento dos Escritores Independentes, que praticamente atuou e mexeu decisivamente (durante pelo menos uns dez anos), com a cena da música, da poesia e da cultura na cidade de João Pessoa.
Chico estava de dentro, contribuindo, influindo e interferindo de forma crítica e criativa com suas idéias, que sempre fundiram “chão rachado, aboio, jovem guarda, bossa nova e tropicalismo com as mais novas e avançadas tecnologias da informação das vanguardas da Semana de 22” (vanguarda européia e modernismo brasileiro), que fomos aprendendo nas relações de poder da luta política de cultura da cidade de João Pessoa daquele período. Certamente que o grupo Jaguaribe Carne tem muito a ver com isso. Não soará estranho agora se a Funjope passar a defender causas de “intercambio”, formação e preparo cultural entre os artistas e as populações nos bairros, assim como nas cidades paraibanas e capitais nordestinas, como base de sua política de trabalho, pois esse é o nosso maior aprendizado nas ações de guerrilha cultural que realizamos coletivamente através do Musiclube, do Fala Bairros e do Movimento dos Escritores Independentes. Essa noção Chico tem, e ela será muito valiosa no momento em que a cultura da cidade procurar um “chão” por onde se sustentar, caminhar e se equilibrar.
Enfim, são expectativas. Bom será a conquista de tudo isso pela coletividade pessoense, tendo claro que muita coisa terá de ser revista e ampliada, seja do lado do poder, seja do lado do povo organizado, para que a cultura na cidade tenha melhores dias. Democracia é essa capacidade de estarmos abertos ao aprendizado que o rolo compressor da vida sempre nos coloca, por bem ou por mal. Esperamos que a vinda de Chico César possa nos ajudar a compreender melhor tudo isso.
Vamos à luta!
(Pedro Osmar). 10.05.2009. SP.
Qual o significado de um artista como Chico César à frente da instituição municipal de cultura mais importante da cidade, considerando sua história de luta, que é anterior à sua carreira profissional de artista popular mundialmente conhecido? Será, certamente, um delicioso retorno às suas origens! Com a diferença que ele terá em suas mãos a direção da Funjope e todo o seu complexo de atividades e compromissos educativos com a cidade de João Pessoa (não sendo portanto, apenas o menino de recados de um mero projeto divulgador de festas para fazer a cidade cantar, dançar e se divertir), cidade que Chico conhece tão bem (becos, vielas, favelas, comunidades mais distantes), pois nela morou e trabalhou em grande parte de sua vida estudantil, poética, musical e jornalística. Sim, Chico César é um jornalista formado pela UFPB, na mesma turma de Walter Santos, Silvio Osias e Carlos César, tendo como seu maior farol intelectual figuras como Raimundo Nonato Batista e Jomard Muniz de Brito, ícones de toda uma geração! Este será o significado da presença dele a partir de agora!
Hoje Chico volta como um professor que dá suas aulas a cada show/recital/entrevista e palestra que realiza pelo país e pelo mundo. Um profissional que aprendeu com a vida (e vida aqui, no sentido de pensar e repensar e agir e interagir produtivamente aos conceitos, novos conceitos que defende como massa crítica de sua sobrevivência intelectual e política) em que os “signos” estão sempre em rotação, que as relações de poder estão sempre em mutação, quando o poder é exercido democraticamente por quem quer que seja, por ele, por seus parceiros de trabalho, pelo prefeito e toda a complexidade política que faz João Pessoa ser a cidade que “é”, no projeto político do nordeste. Nos perguntamos: João Pessoa poderia ser mais do que é? Poderia dar melhores exemplos e condições de vida aos seus moradores e populações? A certeza é que um dia a cidade, a partir de administrações mais democráticas e equilibradas, terá as condições objetivas para conquistar esse avanço, pois como diria David Cooper: “Não existe esperança. Existe uma luta, e esta é a nossa esperança”.
A chegada de um cara como Chico César à Funjope se reveste de uma importância singular, dada a pluralidade com que acentua e confirma a competência do seu discurso em tudo que faz: sua música, seus poemas, e agora, certamente, uma possível e provável administração democrática e socialista que poderá imprimir à frente da Funjope. O ser plural que ele é (e singular, em seu competente projeto criativo no contexto da música paraibana, nordestina e brasileira), terá condições de dialogar com as “esferas” (leia-se diferenças e contradições) da complexidade da política paraibana, sempre às voltas com as naturais polêmicas do exercício do poder que nos governa, um projeto de poder estadual ainda bem atrasado e burro, mas que se, futuramente, manipulado de forma coerente, inteligente e progressista (um dia será revolucionária), poderá gerar cada vez mais condições para que a democracia popular se instale de vez na cidade de João Pessoa, bem como em todo o estado. Ou seja, cenas de um cotidiano poderoso (ainda não popular) que terá na ação administrativa da equipe da Funjope (com Chico César à frente!), uma outra postura e uma série de novos entendimentos. Este será o nosso desafio!
Que tenhamos vida e fôlego e paciência para ajudar em todo o processo, até porque, depois de Lau Siqueira, ninguém melhor do que Chico César para entender essas necessidades e facilitar um trâmite próprio dessa máquina municipal de poder em que agora ele está inserido. E estamos todos com ele, disso ele não tenha dúvida. Até porque muito do que ele viveu na sua militância de políticas alternativas de cultura a partir dos anos 80, tem a ver com essas “irmandades comunitárias”, tem a ver com as ações guerrilheiras de cultura criadas e mantidas pelos projetos que ele participou: Musiclube, Fala Bairros e Movimento dos Escritores Independentes, que praticamente atuou e mexeu decisivamente (durante pelo menos uns dez anos), com a cena da música, da poesia e da cultura na cidade de João Pessoa.
Chico estava de dentro, contribuindo, influindo e interferindo de forma crítica e criativa com suas idéias, que sempre fundiram “chão rachado, aboio, jovem guarda, bossa nova e tropicalismo com as mais novas e avançadas tecnologias da informação das vanguardas da Semana de 22” (vanguarda européia e modernismo brasileiro), que fomos aprendendo nas relações de poder da luta política de cultura da cidade de João Pessoa daquele período. Certamente que o grupo Jaguaribe Carne tem muito a ver com isso. Não soará estranho agora se a Funjope passar a defender causas de “intercambio”, formação e preparo cultural entre os artistas e as populações nos bairros, assim como nas cidades paraibanas e capitais nordestinas, como base de sua política de trabalho, pois esse é o nosso maior aprendizado nas ações de guerrilha cultural que realizamos coletivamente através do Musiclube, do Fala Bairros e do Movimento dos Escritores Independentes. Essa noção Chico tem, e ela será muito valiosa no momento em que a cultura da cidade procurar um “chão” por onde se sustentar, caminhar e se equilibrar.
Enfim, são expectativas. Bom será a conquista de tudo isso pela coletividade pessoense, tendo claro que muita coisa terá de ser revista e ampliada, seja do lado do poder, seja do lado do povo organizado, para que a cultura na cidade tenha melhores dias. Democracia é essa capacidade de estarmos abertos ao aprendizado que o rolo compressor da vida sempre nos coloca, por bem ou por mal. Esperamos que a vinda de Chico César possa nos ajudar a compreender melhor tudo isso.
Vamos à luta!
Viva Chico!!!
ResponderExcluirViva Pedro Osmar Gomes Coutinho!
...e os nossos corações se enchem de esperança...
Salve, salve!! Viva, viva!!
ResponderExcluirQue todos os corações, neste momento cheios de esperança, possam brevemente comemorar as suas realizações.
Votos sinceros de boa sorte e muito sucesso.
Viva a guerrilha cultural ! Viva Chico César ! Viva pedro Osmar ! João pessoa respira esperança !
ResponderExcluirE que a cultura esteja a favor da Educação !
Salve Chico Cesar ! Salve Pedro Osmar ! Salve João pessoa que, agora, respira esperança !
ResponderExcluirSalve, salve, Chico Cesar ! Salve, salve , Pedro Osmar ! João Pessoa respira esperaça !
ResponderExcluirOlá, olá, Carmem e demais amigos e amigas! Reli esse texto hoje
ResponderExcluir(07.02.2010), um domingo. Como é bom poder acompanhar o rumo daquilo em que acreditamos. O projeto político da cultura, o trabalho cultural pelo socialismo em quem depositamos todas as nossas fichas, tem nesta experiencia um ponto à favor. Mas, claro, vendo e vivendo de perto, não é uma coisa tão simples de se viver, mas que mesmo assim vale a pena testemunhar e poder contribuir.
Estamos juntos.
abração em todos
parabéns Pedro Osmar, pelo belo trabalho que fazes, a cultura se engrandece com voce e chico cezar.
ResponderExcluirGente competente contribuindo para a construção de uma sociedade mais abastecida de riquezas culturais, com espírito de justiça e cidadania.
ResponderExcluirParabéns Pedro e Chico.
Gente competente contribuindo para a construção de uma sociedade mais abastecida de riquezas culturais, com espírito de justiça e cidadania.
ResponderExcluirParabéns Pedro e Chico.