quinta-feira, outubro 10, 2013

Segredos da Islândia - de Akureyri a Húsavík




Quem já viajou em grupo sabe: cedinho, todo mundo dentro do ônibus e pé na estrada!
Nesse dia, nosso programa seria bem mais calmo que no dia anterior. Menos de 200km, em direção ao mar. A cereja do bolo seria a observação de baleias em Húsavík, no início da noite.
Mas o caminho não era ponto a ponto, claro!
Começamos com Godafoss, a cachoeira onde foram lançadas as imagens dos deuses pagãos quando a Islândia adotou o cristianismo.
Fazia frio quando chegamos a Godafoss!
Dali fomos em direção ao Lago Mývatn.
O lago é enorme e ocupa toda uma região, por onde ficamos boa parte do dia. Caminhamos pelas margens, vimos plantinhas e patinhos. Almoçamos num posto de serviços ao lado da piscina termal que era um dos opcionais do passeio.
As únicas interessadas em curtir a piscina éramos nós... É que não tínhamos ido à Blue Lagoon, lembram? Estávamos curiosas, mas quando soubemos que não teríamos companheiros, acabamos desistindo. Coisas de passeio em grupo!
Lago Mývatn - Foto: Ana Oliveira
Nesse dia, iniciamos uma prática que perdurou para os dias seguintes: comprar víveres para almoçar na estrada. O guia escolhia um dos muitos postos de serviços pelo caminho e parava para que o grupo comprasse seus lanchinhos. E era como se fôssemos um grupo de crianças de jardim da infância querendo comprar de tudo: bolachas, Skyr (o "iogurte" islandês), bebidas, queijos, doces. Uma festa!
Tanto que nesse dia, apesar de haver almoço no posto ao lado da piscina termal, quase todos abrimos as "lancheiras".
Na nossa, entre outras coisas, tinha pão de lava, um pão de centeio assado nas fumarolas vulcânicas que visitaríamos mais tarde.
Barriga cheia, pé na estrada!
De longe já avistávamos a fumaça das tais fumarolas, as sulfatadas de lava.
Mais um pouco e estávamos em Hverir: um campo imenso com buracos cheios de lava fervente: 80ºC a 100ºC. Volta e meia um deles explodia em lama quente ou fumaça, fazendo com que a gente corresse de um lado pro outro pra ver as explosões mal cheirosas. Sim, o ar fedia a enxofre... mas tão encantadas estávamos que nem ligávamos pro cheiro. Ana até chegou a dizer que achava agradável! O.o
Sempre circundando o Mývatn, passamos ainda pelo complexo do vulcão Krafla, onde observamos, sem descer do ônibus, a estação geotermal e a Caldeira de Viti: a cratera do vulcão.
Bem, eu disse que a região do Mývatn era vasta, não disse? Mais uma voltinha, e estávamos em Grjótagjá, visitando as piscinas naturais dentro da gruta formada por rochas remanescentes de erupções vulcânicas e explorando algumas pequenas falhas das placas ali existentes. Foi nossa primeira falha... ;-)
Ainda por lá, chegamos até Dimmuborgir, para uma caminhada entre as rochas de magma petrificado. 
Cansadas? Nada disso, estávamos apenas começando... E como diz meu pai: "turismo é ação"!
De volta ao ônibus, embarcamos para o destino final do dia: Húsavík.
Na acomodação do grupo, nos coube um hotel mais central, o Fosshótel Húsavík. Privilegiadas, mais uma vez!
O jantar foi num curioso restaurante no porto da cidade, construído e decorado exclusivamente com material ecológico e objetos recolhidos do mar: o Gamli Baukur. O pessoal do restaurante é também quem explora os passeios para observação de baleias. Assim, jantamos e nos pusemos a campo, ops... ao mar, para uma longa  viagem pelas águas revoltas da baía da Húsavík. 
Fazia muito frio, mas nem dava pra sentir dentro do macacão impermeável que nos fizeram vestir logo ao entrar no barco. 

Os guias locais combinaram com os passageiros uma forma de avisar pra que lado olhar para ver os animais. Usavam a posição dos ponteiros do relógio. Esse rabo de baleia da foto acima, por exemplo, estava na posição "onze horas". Volta e meia, de seus postos no alto do barco, eles gritavam um "horário" e todos se voltavam pro lado indicado. Uma farra!
Saímos do porto por volta de 20h30, ainda era dia. O mar estava revolto. O barco chacoalhou muito. Inúmeras pessoas passaram mal. Os golfinhos nos brindaram com várias aparições. Já as baleias... ficaram nos fazendo tchauzinho de longe. 
Voltamos três horas depois, cansados, mareados e um pouco decepcionados. No barco nos ofereceram uma caneca de chocolate quente e cinnamon rolls. Não aceitei, tive medo de enjoar.
Caminhamos os poucos metros que nos separavam do hotel e fomos descansar, que ninguém é de ferro... nem sequer turistas!

***
Fotos desse dia de aventuras:
As minhas, aqui.
E as da Ana, aqui.

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Mais sobre a região do Mývatn, no blog do nosso guia: Mývatn - um vídeo, um retrato do meu olhar

2 comentários:

  1. Eu ia adorar esquentar minhas mãozinhas no vapor! :)

    Beijos nas 2!

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    1. Foi uma delícia, mesmo! Apesar do cheiro...
      Beijo nosso procê!

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