domingo, fevereiro 23, 2020

Fevereiro em Santo Amaro



Na verdade, tudo começa no final de janeiro e vai entrando por fevereiro adentro.

Por esses dias, Santo Amaro fica movimentada. Tem novena, barracas na praça, brinquedos de parque, blocos, shows, muita gente e muito, muito calor. 

Primeiro vem a lavagem da Purificação, no último domingo de janeiro.

A festa começa lá no quintal da Dona Canô, com baianas e samba de roda.

Foto: Ana Oliveira 

De lá, sai o cortejo.

Quem estava dentro se junta a quem já estava na rua, formando um bloco que segue em direção à Matriz da Purificação.

Levam água de cheiro e vassouras para a simbólica lavagem dos degraus da igreja.

É tanta gente que só mesmo quem está muito bem posicionado consegue ver a cerimônia.

O que todos podem ver — e sentir — são os jatos de água que o caminhão tanque esparrama sobre o povo.

Essa sim é a verdadeira lavagem.

E abençoada!

Imagine caminhar e dançar sob o sol de quase meio-dia. Um banho de água fresca é mesmo um verdadeiro bálsamo. Uma felicidade!

O cortejo segue. Dizem que vai até a distante igreja do Bonfim... Não posso atestar. Parei na Purificação.

O clima de festa e calor segue até o final de semana seguinte.

Todo o movimento do domingo anterior se repete na cidade, mas dessa vez revestido de um caráter mais religioso. Nada de samba de roda. Agora é devoção.

O primeiro domingo de fevereiro é o dia da procissão da padroeira, Nossa Senhora da Purificação.

Os preparativos começam pela manhã, quando os devotos se encarregam de enfeitar os andores. Cada igreja da região prepara seu padroeiro para o evento que vai acontecer no final da tarde.

Enquanto a igreja do Amparo está sob reforma, o andor de Santa Bárbara é preparado no Convento dos Humildes, às margens do Subaé. O toque final é dado por Maria Bethânia. Dá pra imaginar o acontecimento?

Pra finalizar essa etapa, Santa Bárbara toda enfeitada é transportada até a matriz para aguardar a hora da procissão. Bethânia participa disso carregando  o andor sob o sol do meio-dia. 

Foto: Ana Oliveira 

Na matriz, a cantora famosa também presta suas homenagens à padroeira, num clima bem intimista e respeitoso. 

O ápice da festa religiosa acontece a partir das 17h, quando os andores vão saindo da igreja acompanhados por fiéis, orações, bandas de música e narrações do pároco.

Para fechar o cortejo, sai a imagem de Nossa Senhora da Purificação. Maria Bethânia está sempre entre os devotos que carregam o andor.

E a festa continua. O povo circulando na rua. Os brinquedos do parquinho arrancando gritos de medo e prazer dos usuários. Os bares e restaurantes  da praça apinhados de gente. Os artistas fazendo seus shows. 
Durma-se com um barulho desses! 

Como chegar
Santo Amaro está a menos de 100km de Salvador. 
Ano passado fomos de carro alugado, mas a cidade fica intransitável nos dias de festa. Difícil circular. Difícil estacionar. 
Esse ano fomos de ônibus. Tem saídas frequentes das rodoviárias de Salvador e Santo Amaro. #eugostei
Tem gente que vai de táxi ou Uber a partir de Salvador. 
Em Santo Amaro não tem Uber. 

Onde ficar:
O melhor hotel da cidade é o da Purificação. Fica no olho do furacão. Na praça, bem em frente ao palco onde acontecem os shows. 
Eles não estão no Booking. Só fazem reserva por e-mail. Para as festas da cidade, fazem pacotes de hospedagem. O preço é supervalorizado, mas tudo é festa, né gente?
Ano passado ficamos num hotel fora da cidade, o Enseada do Caeiro. O lugar é simples e tranquilo. O preço  é mais suave. Mas fica a uns 20km da cidade, daí precisa do carro... 🤷🏻‍♀️

O que fazer:
Além de todas as atrações da festa, há cachoeiras ao redor da cidade. A mais frequentada, parece ser a da Vitória. Dá pra ir de táxi ou van “de linha”. E tem que combinar o horário da volta. 
Fomos de van com um grupo de amigos. Achei OK
Dar uma voltinha pelo mercado de rua da cidade também é divertido. Acontece aos sábados, no entorno do Mercado, às margens do Subaé.