Por aqueles dias, tínhamos que tomar uma decisão quanto à próxima etapa da viagem. Esperar o barco do sábado ou ir antes, de avião?
A decisão era difícil.
Ir de avião custava praticamente o mesmo que ir de barco. Tinha a vantagem de economizar tempo. Mas tempo pra quê? Bem, teríamos mais folga para passear por Belém e fazer outros programas a partir de lá.
Ir de barco significava ter que ficar encalhadas em Alter ou Santarém até o sábado e chegar a Belém somente na segunda-feira, já que a viagem durava 48 horas.
Mas significava também mais aventura: a própria viagem de barco e o caminho, que incluía o estreito de Breves, sobre o qual já ouvíramos falar e que aguçava a nossa curiosidade.
Diziam que durante a longa passagem por ali, canoas com crianças se aproximavam do barco para vender coisas e pedir roupas. Tínhamos até roupas preparadas para jogar aos pequenos canoeiros...
Além disso, havia a paisagem que seria bem diferente das anteriores, já que o barco andava muito mais próximo às margens por se tratar de um estreito.
Tudo isso pesava na nossa decisão.
Depois de muito ponderar, acabamos decidindo pelo barco. Afinal, fora para isso que deixáramos nossas casas.
Antes de ir para Alter do Chão, já havíamos deixado reservado um camarote no Rodrigues Alves, um barco que partia no sábado. Na verdade, tínhamos preferência pelo Santarém, que, além de ser melhor no ranking dos barcos, zarparia um dia antes. Mas os vendedores de passagens diziam que ele já vinha lotado de Manaus, não havia sequer um camarote disponível.
Assim, nos conformamos com o Rodrigues...
Bem, dizem que sou teimosa. Sou mesmo! Mas às vezes minha teimosia resulta em vantagem. Foi o que aconteceu dessa vez: quando saímos de Alter, um dia antes do planejado, propus à Ana irmos ao porto na manhã de sexta-feira e tentar, in loco, conseguir um camarote no Santarém. Ela topou, assim meio sem convicção. Só pra não me contrariar...
Fomos!
E... bingo!
Havia vários camarotes disponíveis e a um preço menor do que o que pagaríamos no Rodrigues Alves.
Topamos na hora!
Deixamos tudo acertado e fomos nos preparar para a viagem. O Santarém zarparia às 13 horas.
Eis um caso de teimosia premiada!
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