domingo, dezembro 31, 2017

2017 em 12 selfies



Janeiro em Milão
O ano começou com a perspectiva da viagem à Índia.
Milão foi escolhida como primeira escala. Coisas de quem viaja com milhas... 😜
Aproveitamos pra rever o alto do Duomo e pra conhecer a “Santa Ceia”.


Fevereiro em Varanasi
A viagem pela Índia foi um sucesso. E deixou saudades.
E ainda teve o Nepal, na sequência. 😍


Março em Recife
O motivo da viagem foi ver Dona Maria cantando, mas aproveitamos pra dar uma olhadinha no edifício que serviu de cenário para o filme Aquarius. 🎬


Abril em Santos
Viajar de navio levando mãe e pai já virou tradição. Dessa vez fomos com o MSC Preziosa, parando em Búzios e Balneário Camboriú. 🚢


Maio em São Paulo
Já tínhamos visto a exposição de Yoko Ono quando estreou em Buenos Aires. Quando “O céu ainda é azul, você sabe...” chegou ao Tomie Ohtake, voltamos. 🌌


Junho em São Paulo
Parada gay? Essa a gente não perde! Esse ano foi em cima do trio elétrico. 🌈


Julho em São Paulo 
Procurando um novo lugar pra morar na metrópole, despertamos para as joias arquitetônicas da cidade. 
Uma das curiosidades era conhecer o conjunto de edifícios “Três Marias”. Fomos e registramos. 🏡



Agosto em Quito
E pra não perder o costume, uma viagenzinha de tiete: Quito pra ver Chico cantar. 💖
Acabamos nos apaixonando pela cidade.


Setembro em Santos
A diva veio cantar na nossa (segunda) cidade. Não dava pra perder, né? 🎤
E ainda tivemos direito ao camarim!



Outubro em Machu Picchu
Voltamos ao Peru para comemorar o aniversário  da Ana. 
E a velha montanha não nos escapou dessa vez... 🏔



Novembro no Rio de Janeiro
Viagem relâmpago pra ver mulheres que fazem poesia. 🛫



Dezembro em Santos
A varanda santista faz seis anos! 🎂

terça-feira, novembro 28, 2017

Escritos de Quito

Não é novidade pra ninguém que muitas das nossas viagens têm como primeiro objetivo ver algum show de Chico César fora de São Paulo ou até fora do Brasil.

Pois, numa bela tarde de julho, olhando a agenda do Chico, soubemos que ele cantaria no evento Verano de las Artes, no Parque Itchimbía, em Quito. Bem, não conhecíamos nada do Equador, por que então não juntar as duas coisas? Começamos, assim, os preparativos para a viagem que aconteceria no mês seguinte. 



Já adianto que as chuvas que encharcaram Quito naquele 19 de agosto afastaram o público dos shows ao ar livre...😥 Acontece, né? Mas nós estávamos lá pra acompanhar a sempre agradável apresentação de Chico&banda, com direito a visita ao camarim e foto com o lindinho.





Chegar a Quito não é tarefa lá muito fácil. Não há voos diretos. A Latam não têm horários nem preços amigáveis. Acabamos voando com a Avianca, via Bogotá.

Como sempre preferimos hotéis na parte histórica das cidades, escolhemos o La Casona de la Ronda Hotel Boutique Patrimonial. Não tínhamos referências de pessoas conhecidas que tivessem se hospedado lá, mas as fotos, a localização e os comentários no Booking nos animaram.

Uns dias antes, lendo um relato da Mari Campos sobre a cidade, onde ela dizia que a Calle de la Ronda era palco de muito agito, trememos nas bases. 

A Mari tinha razão, a rua é uma muvuca só. Mas nosso quarto no hotel era bem silencioso. Só fomos incomodadas numa noite das noites por alguns hóspedes ruidosos.

O hotel é bonito e aconchegante. O pessoal é simpático. Tem um lounge no último andar com vista bem bonita para o Panecillo. E sair na rua e já estar na movida é um plus, não é?

O La Casona fica a uma distância caminhável para os lerês turísticos mais centrais. O único inconveniente dessa localização é que na rua do hotel não passa carro. É preciso subir uma ladeirinha até a praça de Santo Domingo para pegar um uber, cabify ou táxi. Sim, há de tudo um pouco em Quito!

Num dos dias de nossa estada por lá, demos um pulinho na gringolândia, bairro mais moderno onde fica a maioria dos bons hotéis, e isso só nos fez ter certeza de que tínhamos escolhido muito bem a nossa hospedagem.

Na nossa primeira manhã quiteña, chegamos à Plaza Grande e demos com uma festa: "Feria trabajo digno para adultos mayores". Barraquinhas com comidas e artesanato feitos por pessoas idosas e vários grupos de dança formados por mulheres de certa idade. Ficamos um bom tempo curtindo as danças. Manhã divertida, programa inesperado!

Foto: Ana Oliveira

Igreja é o que não falta no centro histórico de Quito. Muitas delas com seus museus e/ou conventos anexados. E cada uma com suas histórias. Visitamos todas as que pudemos. Tarefa fácil, já que o visitante vai esbarrando em uma e outra ao longo do caminho.

A maior parte dessas igrejas é daquele estilo "ouro preto/salvador", ricas em detalhes e ouro. O barroco quiteño, entretanto, é muito mais trabalhado do que o que vemos por aqui. Difícil notar tudo com uma passada rápida de olhos.

No quesito ouro+riqueza+beleza, a mais cotada é a igreja da Companhia de Jesus. Mas ela não foi a nossa predileta. Para nós, "the Oscar goes to" Igreja de São Francisco. Ainda bem que gosto não se discute, né?

Foto: Ana Oliveira

A única igreja de Quito que não esbanja decoração barroca é a Basílica do Voto Nacional. Enorme, suas torres góticas dominam a paisagem e esperam a visita dos turistas arrojados, dispostos a escalá-las.


Foto: Ana Oliveira

Os primeiros 35m da subida são feitos por elevador. Depois, uma ponte estreita de madeira cruza o telhado e leva a uma escada de metal. Pronto, você está numa das torres e já tem uma vista legal da cidade.

Mas o melhor ainda está por vir: dois lances de escadas de metal estreitas, literalmente penduradas no ar, levam ao último lance da torre. É preciso coragem, mas vale a pena!


Na volta, ainda é possível subir na outra torre, por escadas internas  uma parte de alvenaria e outra de metal tipo caracol  pra chegar no relógio e no alto da outra torre. 

Resultado: um "oh!" atrás do outro e uns 2 ou 3 dias com dores nas pernas. 

Não é para os fracos! 

Tínhamos anotado como imperdível um passeio ao mercado da cidade, do jeitinho que a Mari contou nesse post aquium tour acompanhado por um chef de cozinha e que termina em pizza... ops, em um almoço preparado com os ingredientes comprados durante a caminhada.

Delícia, né? Mas descobrimos que o passeio já não acontece mais. 😥 

Insistimos e nos disseram que uma guia chamada Patrícia Pavon poderia organizar uma visita ao Mercado, mas não fomos atrás. Se alguém quiser tentar, o telefone dela é 0995165855.

Acabamos indo ao mercado por nossa conta e achamos bem sem graça. 🙁

Dentre as "turistadas" que pusemos na lista do "não precisamos fazer", estavam a ida à "metade do mundo", local por onde passa a linha do Equador (não fomos e não nos arrependemos), e a pequena viagem a Otavalo, local onde acontece uma enorme feira de artesanato.

Blogueiros que consultamos diziam que a feira de artesanato da própria Quito poderia dar uma ideia do que é a de Otavalo. Fomos conferir e tivemos a certeza de que não perdemos muito. 😜

Outra das visitas obrigtórias que estávamos dispensando, era a subida ao Panecillo, uma colina bem próxima ao centro histórico, de onde a imagem da Virgem Imaculada de Quito observa a cidade.

Mas foram tantas as recomendações para a visita à Virgem, que não resistimos. Fomos de táxi. Uma forte chuva nos pegou no caminho. Dizem que houve até granizo em alguns pontos da cidade. 


Nossa visita molhada à Virgen del Panecillo
Foto: Ana Oliveira, a louca da pocinha!

Ali a tarefa é subir alguns lances de escadas pelo interior da imagem. A cada pavimento, uma parada para admirar o exterior através das janelas e ler parte da história do lugar. 

No último lance, um mirante externo com vista de 360 graus. Por sorte, quando chegamos a essa plataforma já não chovia e pudemos ver os quatro cantos da cidade.


Foto: Ana Oliveira

Para voltar ao centro histórico, tentamos pegar um táxi, mas a conjunção "chuva+local turístico+final de domingo" resultou em preços extorsivos. 

Resistimos! 

Nesse meio tempo surgiu um ônibus urbano, cujo motorista informou que havia um ponto a 3 quadras do centro. Topamos e embarcamos numa divertida viagem morro abaixo, com direito a música local, pagando a bagatela de 25 centavos de dólar por pessoa. 

Desembarcamos ao lado de um centro comercial popular e foi então tivemos contato com a verdadeira Quito profunda. 

Ana registrou um pedacinho dessa experiência. Tá aqui.

Nunca tínhamos ouvido falar de Guayasamín, mas ao fazer a "lição de casa" antes da viagem ficamos interessadas em conhecer um pouco mais desse artista plástico equatoriano. 

Na Fundación Guayasamín a visita à casa do artista é guiada. Em cada canto uma surpresa, seja em obra do próprio artista ou peças de coleção. Nos lembrou bastante a casa de Jorge Amado, no Rio Vermelho.


Foto: Ana Oliveira

No pátio, esculturas e o túmulo do dono da casa, junto a "El árbol de la vida", um pinheiro de frente para o vulcão Pichincha. Um lugar de paz. Olha esse clipezinho feito pela Ana. 

E ainda tem a Capilla del Hombre, um pavilhão espaçoso, que abriga uma bela coleção de obras de Oswaldo Guayasamín.


Foto: Ana Oliveira

A visita ao Palácio Carondelet  o palácio presidencial  é bem concorrida. Só conseguimos entrar na terceira tentativa. (entradas de 20 em 20 minutos, a partir das 9 da manhã, grátis)

Quem esteve lá antes de maio/17, ainda não viu o novo museu com a linha do tempo da história política do Equador e as salas com os regalos recebidos de outros países.

No mais, a construção é bonita e a decoração é sóbria. Amei o painel colorido feito por Guayasamín.


Foto: Ana Oliveira

Ali pertinho do palácio, na mesma Plaza Grande, fica o Centro Cultural Metropolitano. Tem exposições, restaurante, café. Ficamos freguesas! Volta e meia passávamos por lá e dávamos uma entradinha.


Foto: Ana Oliveira


Quito é uma cidade nas alturas. Está a 2.850m acima do nível do mar. Toda essa altitude deixa a gente bem ofegante ao subir suas ladeiras, que são muitas! 

Não contentes com essa altura, ainda subimos mais e mais, chegando a 4.050m, pelo TelefériQo que vai ao alto do vulcão Pichincha. A subida leva 18 minutos e começa levezinha, mas logo logo a gente já se vê pairando sobre precipícios e deixando a cidade lá embaixo. 

Chegando no alto, ainda dá pra subir mais um pouco, usando trilhas. Nós subimos só um tantinho. 

Faz frio lá em cima, mas vale cada passo ofegante.


Foto: Ana Oliveira

O cacau do Equador é dos bons. Caímos de amores pelo da Pacari. Lojas com atendimento super simpático. Provinhas dos vários tipos de chocolate orgânico. E ainda uma aula de trufas. Gostamos da ideia e fizemos nossa matrícula rapidinho, a 11 dólares por pessoa.

Quatro da tarde estávamos lá, com Santiago, pra fazer nossas próprias trufas. Mesa arrumada com todos os ingredientes, avental e gorro para as cozinheiras e até caixinha pra embalar o produto. Adoramos!



A Pacari trabalha com os melhores frutos das plantações nacionais, comprados diretamente dos pequenos produtores, tudo sustentável. E o chocolate é delicioso. Nosso predileto foi o de rosa andina, sugestão da Susy, totalmente aprovada por nós.

As redes públicas de wi fi  #quitoteconecta e #QuitoTeConecta funcionam em todo o centro histórico de Quito. 

Foi graças a elas que pudemos estar conectadas grande parte do tempo em que flanávamos pela cidade. 

Vocês sabem o valor de uma conexão para um forasteiro, não é?
Usamos sempre que pudemos para postar fotos, interagir com amigos, pedir um cabify ou um uber, consultar direções, pesquisar.

Mas houve ocasiões em que, estando fora da área de abrangência dessas redes, nos sentimos na "idade média", tendo que, por exemplo, usar os arcaicos serviços de um táxi. Daqueles que você pára na rua, negocia o preço, exige o uso do taxímetro, embarca e reza. 

E, na chegada ao destino, ainda tem que pagar em dinheiro vivo, correndo todos aqueles riscos que já estamos cansados de conhecer: troca de notas, troco equivocado e, como aconteceu conosco, recebimento de notas falsas. 

Sim, recebemos uma nota falsíssima de 5 dólares (já contei que a moeda no Equador é o dólar?). Pouco valor mas, no contexto da corrida, representou perto de 100% de acréscimo. 😱

Lição para a vida (de turista, principalmente): NUNCA, nunquinha mesmo, ficar sem internet. Um chip local é item de primeiríssima necessidade, anotem aí. 

quarta-feira, setembro 27, 2017

Caminho de volta

Foram muitos dias, muitos quilômetros, muita pimenta, muuuuuito cominho, muitas surpresas, muitos deslumbramentos! Mas, como tudo o que é bom dura pouco, chegou a hora de voltar...

A caminho do aeroporto, Ana ainda fotografou uma última cena local:

Tchau, Kathmandu!

No aeroporto, um princípio de caos: muita gente pra pouco espaço. Pouca informação pra muitas dúvidas.

Cansadas de esperar...

Como N. S. do Aeroporto sempre ajuda turistas fiéis, conseguimos vencer a desorganização e a desinformação e embarcamos a tempo para nossa viagem de volta a Delhi.

Embarcando

Embarcadas

Voando!

Na chegada, a surpresa boa: nosso querido motorista Ajay nos esperava para nos levar ao Ashok Country Resort.

Como essa última noite não estava contemplada no programa da Indovision, escolhemos um hotel com precinho camarada, nas imediações do aeroporto. 

O Ashok, devo dizer, não era nenhuma Brastemp, mas cumpriu seu papel. Apesar das acomodações simples, pudemos curtir as dálias multicores do belo jardim do hotel, o voo do pavão que morava por ali e ainda uma laranjeira com pequenas kinkans.


Foto: Ana Oliveira

Foi ainda lá, que provamos as últimas iguarias indianas, com destaque para o famoso jalebi. Quem viu o filme Lion, sabe do que estou falando... E pra quem não viu, fica aí a foto feita pela Ana.

Jalebi

No dia seguinte, 14 de fevereiro, conduzidas pelo nosso chauffeur predileto, retornamos ao aeroporto. Hora da despedida!

A penúltima selfie indiana. Tchau Ajay!

A última selfie indiana. Tachau Índia!

O voo pelas asas da Air India foi tranquilo,  loooongo e regado a refrigerante local.

Foto: Ana Oliveira

Algumas horas a mais e alguns fusos horários a menos e...aterrissamos em Milão, para nossa última noite juntas, no Ibis Milano Malpensa Aeroporto.


Pra quem perdeu algum capítulo dessa novela, aí estão todos os posts:

terça-feira, agosto 29, 2017

Pashupatinath

Foto: Ana Oliveira

O rio Bagmati está para os nepaleses assim como o Ganges está para os indianos.

Às suas margens está o Templo de Pashupatinath dedicado a Shiva, um dos mais importantes do mundo hindu, centro mundial de peregrinações dos fiéis do hinduísmo e acessível somente a eles.


Foto: Ana Oliveira

O santuário está construído na margem direita do Bagmati, cercado de outras edificações religiosas, incluindo ghats para banhos e cremações.


Fotos: Ana Oliveira

Aos visitantes só é permitida a circulação pela margem esquerda do rio. Ali, além de turistas, se concentram algumas pessoas místicas e religiosas que organizam seus espaços para meditação, curas e agradecimentos.


Da margem esquerda é possível  acompanhar as cerimônias de cremação que são feitas do outro lado do rio. O corpo da pessoa falecida é colocado sobre uma espécie de maca de bambu trançado, enrolado em um lençol branco. Depois é colocado sobre uma pilha de madeira em forma de cama, coberto com panos coloridos de amarelo e vermelho, típicos do lugar. Por último, colocam palha de arroz para amenizar os odores, já que, ao contrário das cremações na Índia, não usam sândalo. O filho mais velho do morto coloca fogo na madeira e a família faz suas orações enquanto o cadáver é queimado. Fotografamos e filmamos, mas como tenho dúvida sobre a propriedade de expor esse momento íntimo da família, deixo apenas fotos gerais do ritual.

Foto: Ana Oliveira

Foto: Ana Oliveira

Ainda na margem esquerda do Bagmati, há 18 pequenos santuários construídos em sequência, todos com a linga de Shiva.

Foto: Ana Oliveira

Linga? Sim! É a representação de Shiva usada para orações nos templos hindus. É visto como um símbolo de energia e potência da divindade. Olhaí a sequência de lingas na foto abaixo, começando com uma pintada em vermelho.

Foto: Ana Oliveira

Na última dessas pequenas capelas, encontramos um grupo de "santos".  São os sadhus, monges andarilhos que renunciam aos bens materiais e se dedicam somente a práticas espirituais. Esses santos, entretanto, não eram lá muito rígidos na questão do desapego: pediram uma contribuição para posar para fotos e, ao saber que éramos brasileiras, propuseram que fizéssemos câmbio de uma doação que haviam recebido em reais. Fizemos a troca, eram apenas 10 reais... Sacanagem de algum conterrâneo com os homens santos! o_O

Fotos: Ana Oliveira

Terminada nossa visita ao Pashupatinath, seguimos para Baktapur. Em seguida, como sobrou um tempinho, repetimos o passeio a nossa queridinha Boudhanath, dessa vez por nossa conta e risco. O guia nos deixou lá e voltamos de táxi numa longa viagem proporcionada pelo conturbado trânsito de Kathmandu no final do dia.

Finalizamos assim o nosso segundo dia de aventuras pela cidade. Para o dia seguinte, tivemos a manhã livre para explorar o entorno do hotel e preparar as malas para a viagem de volta.

Foto: Ana Oliveira

Aproveitamos para visitar o supermercado que havia por ali, compramos umas e outras coisinhas e, no horário marcado, estávamos a postos para o translado para o aeroporto.

Volte qualquer dia desses, logo mais conto como foi a volta.