sexta-feira, dezembro 29, 2006

De dez anos pra cá


Clique aqui pra ver mais cartões
Já contei que gosto de "inventar" cartões de boas festas. Pois aí está uma amostra do que meus amigos e familiares receberam nos dez últimos anos.
De 1996 a 1999, simplesmente imprimi os cartões - com imagem e mensagem - e enviei pelo correio. A foto do cartão de 99 foi tirada por mim, numa viagem à Disney, em outubro do mesmo ano.
Em 2000, foram enviados por e-mail, com a música Here, there and everywhere, dos Beatles, como fundo. A ilustração era animada: os fogos explodiam e formavam a mensagem Feliz Ano Novo.
Em 2001, uma inovação: CDs de propaganda, abundantes naquela época, foram etiquetados com a mensagem, tendo como fundo a obra, Noite estrelada, de Van Gogh. Foram enviados pelo correio. Apesar de terem um adesivo avisando que o CD não continha nenhuma mensagem gravada, muitas pessoas tentaram abri-lo...
Para 2002, outra novidade: a mensagem foi impressa junto com o texto de John Cage - De segunda a um ano - que fazia parte da instalação Claro Explícito, criada por Bia Lessa, sediada no Itaú Cultural naquele ano. Aí vai o texto:
"Chamemo-la de
Consciência coletiva (já temos O inconsciente coletivo).
A Questão é: quais são as coisas de que
Todos precisam, à parte dos gostos
E aversões? Começo de resposta:
Água, alimento, abrigo, roupas
Eletricidade, comunicação
Audiovisual, transporte. Forma
De resposta: uma rede global de utilidades."
E a estrela que aparece na mensagem é, clara e explicitamente, uma referência à posse de Lula logo no início de 2003.
2003 foi o ano de fazer amizade com Chico César e sua obra. No cartão um trecho da música Folia de Príncipe, impresso nas folhas do livro Diário de uma paixão, de Ulisses Tavares.
Tenho mania de trazer MICAs pra casa. Tenho "quilos" delas. Para 2004 usei uma delas, da série Johnnie Walker. Fundo preto, com a frase: Papai Noel não existe. E na mensagem, a música Isopor, de Kléber Albuquerque e Élio Camalle.
A mensagem de 2005 chegou aos amigos com a ajuda dos correios e de Cecília Meireles... Explico: um trecho de A arte de ser feliz, de Cecília, foi impresso num cartão pré franqueado dos correios. Fácil!
Nesse dezembro que estamos vivendo, a mensagem teve um texto de João Cabral e uma pintura de Portinari. Foi enviada por e-mail para os muitos amigos reais e virtuais - que também são reais... Para os poucos que não usam a internet, o mesmo texto seguiu numa MICA do Banco Real, que celebra a diversidade, com a mensagem:
Valorizar as diferenças e construir um mundo melhor.
Tomara!!!!!
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Atualizado em 20/10/2014

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Jingle Bell pra todos nós

"Não gosto do Natal. Não chego a odiar mas não gosto."
Assim Mário Prata inicia sua crônica Jingle Bell prá vocês.
Não é das melhores coisas que Mário já escreveu, mas concordo com o que diz em gênero, número e grau.
Pra quem quiser conhecer ou reler, aí vai o link:

Lembro ainda de alguns natais da infância, quando recebíamos os presentes que o "Papai Noel" deixava junto a nossos sapatinhos no corredor de entrada da casa de minha avó. Eram sempre coisas de que íamos precisar para o ano vindouro: uma sandália, um vestido, um ou outro brinquedo... Depois vinham os presentes das pessoas: Junia e Zilda nunca falhavam.

Havia também o presépio montado pelos presidiários, com trenzinho e tudo... Fui vê-lo uma ou outra vez, levada por meu pai.

Mais tarde, passei a cantar no coral de Natal na igreja. Eram dias e dias de ensaios e depois cantávamos na Missa do Galo. Bons tempos! O Natal não importava muito... Gostoso mesmo era o encontro com os amigos antes, durante e depois.

Veio depois a época de passar o Natal com amigos e suas respectivas famílias... Ou com amigos "avulsos".

De uns tempos pra cá, nem sei desde quando, tenho passado o Natal quietinha aqui em casa. As pessoas estranham, mas não me importo. Gosto muito!

Presente. Ganho alguns. Dou outros... Alguns por obrigação, outros por prazer.

Como a cada ano o comércio inicia os trabalhos natalinos mais cedo, tenho também procurado pensar nos presentes antes de que tudo fique entupido de gente comprando, comprando, comprando.

Cartões de natal. Houve um tempo em que os preparava manualmente, sempre procurando uma frase mais criativa do que o tradicional Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Começava a pensar e confeccionar já em novembro. Nos primeiros dias de dezembro já os colocava no correio, seguindo o mesmo princípio das compras: quanto antes melhor!

Nesse ano, mudei. Preparei, sim, uma mensagem. Mas enviei por e-mail. Pelo correio só foram algumas, poucas, para destinatários que ainda não aderiram às modernidades do mundo eletrônico.

Amigo secreto. No tempo do coral de natal participei de alguns bem interessantes, divertidos mesmo. Em 1999, com um grupo de amigas inventamos um amigo secreto eletrônico que foi bem criativo. Provocou descobertas, alegrias e brigas, mas terminou bem. Penso que alguém deveria inventar uma outra maneira de confraternização para os grandes grupos. Para o bem de todos e felicidade geral da nação... e dos que freqüentam bares e restaurantes no mês de dezembro.

Ah, já ia me esquecendo das luzinhas espalhadas pela cidade. Nos primeiros tempos achei bonitas. Saí pra fotografar... Agora já estou achando sem graça! Será que estou ficando velha e ranzinza?

Enfim, é Natal!

2007 vem aí... Oba! Gosto das festas de final/começo de ano.

Mas, segundo o mesmo Mário Prata, "não adianta. No ano que vem, tem outro Natal."

domingo, dezembro 17, 2006

Para 2007

Deixo aqui uma cópia do cartão virtual que enviei aos amigos. Ana e eu o fizemos juntas.
Esse ano deixamos o correio de lado. Enviamos tudo por e-mail... Tempos modernos!
A imagem é de uma pintura de Portinari: árvore da vida.
O poema, de João Cabral de Melo Neto. É parte do poema Cartão de natal.
Reproduzo o poema e minha mensagem:
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de vôo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes.
Muitas palavras de alegria para o seu caderno de 2007.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

De como chegar a Morro de São Paulo

Choveu muito em São Paulo no dia 4 de dezembro de 2006. Era a véspera da nossa partida para Morro de São Paulo, Bahia. Viagem de Férias!
Notícias de alagamentos e promessas de mais chuvas durante toda a madrugada enchiam os noticiários.
Apreensivas, decidimos sair mais cedo para o aeroporto, na manhãzinha do dia 5.
Sorte! Não chovia mais quando, às 6 horas em ponto, pegamos o taxi 570 da Usetaxi.
No check-in da Varig, nenhuma fila.
Surpresa! O vôo estava com uma hora e 20 minutos de atraso...
Tínhamos, pois, duas horas e meia de espera. Tempo pra tomar café, sassaricar pelas lojas, bater o ponto na sala vip do Diners e passar pelo caixa automático Itaú, que estava fora do ar.
9h15 lá estávamos nós diante do portão 25, aguardando o embarque, que só aconteceu lá pelas 10 horas. Mais atraso!
Mas o pior ainda estava por acontecer: em Brasília, algum aparelho - de cujo nome simples mortais como eu nunca se lembrarão - crucial para vôos rumo ao nordeste, avariou-se.
Permanecemos no avião, esperando o reparo do tal equipamento, até as 12h20. Total: 4 horas de atraso.
Do aeroporto de Salvador até o ponto de embarque no ferry com destino a Itaparica gastamos mais uma hora e meia.
Passo seguinte: ônibus para Valença. Outra hora e meia.
Uma pequena caminhada pelas ruas de Valença e lá estávamos nós, contemplando a lua cheia refletida no canal de Taperoá e negociando a travessia até o Morro.
A bordo de um barco rápido, chegamos ao porto do Morro quase 21h50, 20h50 no horário local, já que os relógios baianos não seguem o horário de verão.
Nos esperava Alberto, com seu "táxi" - um carrinho de mão daqueles usados na construção civil, que ele pilotava rapidamente pelos altos e baixos da cidadezinha, driblando turistas e degraus.
Por fim, chegamos à Segunda Praia, onde nos aguardava a sala vip do nosso hotel: espaço reservado aos hóspedes de alguns hotéis mais retirados, para aguardar o transporte para o Hotel.
Assim, rebocadas por um trator, único meio de transporte motorizado da ilha, chegamos ao Hotel Catavento, na Quarta Praia do Morro de São Paulo.
Aventura? Nem tanto...

terça-feira, dezembro 05, 2006

Chico César e Ray Lema


Foi no último fim de semana.
Chico e Ray cantaram juntos no SESC Pinheiros.
O programa trazia uma velha foto que Ana fez de um encontro dos dois no CCBB do Rio de Janeiro.

O show foi o mesmo que já tínhamos visto em Milão. Mas agora os dois cantavam pra nós aqui no Brasil.

Fomos ver duas vezes.

O registro está aí:

  • Sakana:

http://www.youtube.com/watch?v=MItUdHqAxQA

  • Atan'dele

http://www.youtube.com/watch?v=PEFxu9R_rpA

  • Ça va

http://www.youtube.com/watch?v=y9mcu-04XH8

  • Congolê

http://www.youtube.com/watch?v=3l0-maBVc8I

Divirtam-se!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Tecnomacumba

A primeira vez que ouvi falar desse trabalho de Rita Ribeiro foi em fevereiro de 2004.
Ritinha estava lançando o projeto no Espaço Unibanco aqui em São Paulo.
Naquele dia havia show de Chico César no SESC Carmo. Fomos ao show e depois corremos para o Espaço Unibanco. Chico avisou que também iria pra lá.
Quando chegamos já não havia mais ingressos e o espetáculo já havia começado. Pena!
Ficamos por ali mais um pouco, esperando... De repente, surge Chico de dentro da sala. E, enquanto vai saindo com alguns amigos, olha pra nós e canta:
Garota dourada
Quero ser teu irmão
Eu sou teu irmão,
namorado
Perdemos o Tecnomacumba, mas ganhamos essa canjinha do Chico!
Depois disso vimos Rita algumas vezes, em shows onde ela mostrava trechos do trabalho que estava nascendo. O que nunca faltava era a música Jurema, com sua cena inicial inesquecível, que Ana registrou em dezembro de 2004, num show do Projeto Pixinguinha, na Sala Guiomar Novaes, em São Paulo:

Julho de 2005. Fomos ao Rio. Tecnomacumba estava em cartaz no Rival. Boa oportunidade para conhecer o lugar e o novo trabalho da Rita. Fomos. Vimos. Curtimos. Falamos com a moça no final do show. Tudo a que tínhamos direito! Ana fotografou:

Ao longo desse tempo, fomos conhecendo um pouco mais do Tecnomacumba em shows e entrevistas da Ritinha.

E ficamos esperando o lançamento do trabalho em CD.

Aconteceu!

Nesse final de novembro, comecinho de dezembro, Tecnomacumba chegou às lojas num lançamento conjunto de Manaxica Produções e Biscoito Fino. Tá um luxo! Capa, encarte, tudo lindo!

Rita fez uma série de pocket shows mostrando o novo CD. Na primeira noite de dezembro, fomos à Fnac Paulista ver o que a moça do Maranhão tinha pra mostrar.

Foi bom demais!

Ritinha cantou muito, dançou pra valer no pequeno palco, passeou entre o público que lotava o espaço de eventos e o café da Fnac. Chegou até a emprestar o microfone para o barista:

Ô lua branca leruê

Ô lua branca leruá

Saímos de lá com uma rosa oferecida pela Rita, com nossos CDs autografados e encantadas com tudo o que rolou.

Foto? Tem sim! Feita por Ana Maria, claro! Afinal, depois de Emir Penna - o fotógrafo oficial -, Ana é a fotógrafa preferida da Ritinha.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Comemorando!

De uns tempos pra cá - o blog - nasceu há um ano. Nasceu assim, sem muito planejamento, com o simples intuito de contar histórias aos amigos.
Nesses doze meses, muitos assuntos rolaram por suas páginas. Foram noventa postagens. Coisas do meu cotidiano.
Shows e acontecimentos musicais formam grande parte desse acervo de idéias, notícias, fotos e outros tipos de registro. Temas relacionados com Chico César predominaram, claro!
Mas outros artistas também tiveram seu lugar: Maria Bethânia, Rubi, Rita Ribeiro, Ceumar, Lenine, Zeca Baleiro, Kléber Albuquerque.
De vez em quando, um assunto do dia-a dia, como aquele em que contei da salada que Ana e eu preparamos. Ou outro no qual mostro uma foto de minha mais tenra infância, numa de minhas primeiras viagens.
Viagens! Esse foi o tema que mais apareceu nesses 365 dias de blog. Narrei viagens atuais e antigas.
Algumas dessas histórias foram contadas no calor da hora, em algum cybercafé do mundo, outras revivendo memórias e cheiros de dias passados pelo mundo afora.
Amigos - novos, antigos, conhecidos e até desconhecidos - apareceram pra ler e comentar. João, Fernanda e Juliana voltaram muitas vezes. Caroline, Shandy e Leo também. E outros, muitos outros, que registraram sua presença através de algum comentário ou que passaram por aqui sem deixar palavra alguma mas que deixaram seu rastro de perfume virtual. A todos os que me deram notícia de sua passagem por aqui, meu agradecimento em forma de álbum fotográfico:

O álbum, gente, se foi! Estava hospedado num tal de slide.com, que virou poeira virtual! Acontece... Peninha, né? 

Aos que passaram secretamente, meu agradecimento também secreto!
A verdade é que gostei de minha experiência como "blogueira".
De uns tempos pra cá segue.
E como presente de aniversário ganhou um contador de visitas. Está bem aí, na margem esquerda, abaixo dos links direita, abaixo dos marcadores. Será a testemunha secreta das visitas identificadas ou anônimas.
A partir de hoje, ninguém será esquecido!

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Atualizado em 02/12/2013

sábado, novembro 25, 2006

Ribeira do Pombal, eu fui!


Taí, Ana e eu estivemos em Ribeira do Pombal/BA, no fim de semana anterior a esse em que escrevo.

Como chegamos lá?
É uma longa história.
E na raiz dela está... Chico César.
Lá pelo meio de agosto do ano passado, recebi um recado pelo orkut de uma pessoa chamada Licia. Eu já a "conhecia" das comunidades do Chico, mas nunca havíamos "conversado". Ela me convidadava para fazer parte de uma nova comunidade, criada por ela: Chico César - o poeta, cuja descrição é a seguinte:
  • Esta comunidade é para quem além de escutar, lê o que Chico escreve. Aqui poderemos discutir questões literárias que aparecem em seus poemas, bem como sobre questões sócio-culturais por ele abordadas. Vamos usar este espaço para nos informar, conhecer, ampliar, distrair, discordar, concordar, enfim... nos conhecermos em torno desta cabeça pensante: FRANCISCO CÉSAR
Gostei da idéia e aceitei o convite. Daí pra frente Licia e eu começamos a nos corresponder. Primeiro por recados no orkut, depois por e-mails.
Inicialmente falávamos de Chico: ela queria trabalhar com alguns aspectos da obra dele num projeto de mestrado para a UFBA. Eu tinha algum material coletado aqui e acolá que poderia ajudá-la. Começamos a "trocar figurinhas".
Quando demos pela coisa, já estávamos falando de nossa vida pessoal, festas, compromissos sociais, família, viagens, amores, desamores. Mais um pouco e já estávamos trocando opiniões, alegrias, tristezas, expectativas, presentes, fotos, livros.
Até que chegou a oportunidade do primeiro encontro: Janeiro de 2006.
Ana convidou Licia para participar de um pequeno trabalho aqui em São Paulo. Proposta indecente: Licia mora em Salvador... Ela aceitou! Veio. Ficou aqui em casa.
Foram uns 10 dias de muito trabalho - para Ana e Licia - e muita agitação para nós três. Não paramos em casa. Shows, compras, restaurantes, encontros com amigos...
Conosco Licia conheceu Rubi. E o rapaz ganhou mais uma fã ardorosa.
Por esse tempo, Chico estava fazendo show de lançamento de seu CD De uns tempos pra cá. Lá fomos nós: três noites seguidas. Numa das vezes, uma equipe de filmagem tomava as primeiras cenas para o que viria a ser uma parte dos extras do primeiro DVD do moço. Lá estávamos nós, levando Chico no peito:


Parece que o grupo chamou a atenção da equipe. Perguntaram nossa opinião sobre o novo show. Todas falamos. O depoimento de Licia foi escolhido e figura em "Conversa" no DVD Cantos e encontros de uns tempos pra cá. Pessoa de sorte, eu estava ao lado dela na hora H...
Licia voltou pra casa, sua família, sua Salvador. Voltamos à correspondência virtual e física.
O mestrado na UFBA não rolou. Licia foi convidada para dar aulas numa Faculdade no interior da Bahia: Faculdade Regional de Ribeira do Pombal. Retribuiu o convite do início do ano, indicando Ana para uma palestra na Jornada Acadêmica da tal Faculdade. E lá fomos nós!
Alvinho, o marido de Licia, nos recebeu no aeroporto de Salvador e nos levou de carro até Ribeira do Pombal.
Além do trabalho, aproveitamos para conhecer Ribeira do Pombal e sua feira semanal.
Foi uma experiência emocionante. Vejam algumas cenas:


De volta, passamos por Caldas do Jorro e não resistimos a colocar nossas mãozinhas debaixo da água a 48°, em plena Praça Ana Oliveira...


Chegamos a Salvador ao entardecer do dia 17 de novembro. Fomos direto para a casa de Licia, em Itapoã. Hora de conhecer Dona Margarida, Layune, Maria Clara, Pedro, Bruno, Ametysta e Pérola.
O dia seguinte foi cheio: teve Lagoa do Abaeté, caruru completo preparado por Dona Margarida - mãe de Licia, pôr-do-sol em Itapuã, passeio pela cidade e acarajé da Cira.

E tem gente que diz que a internet isola as pessoas.

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Atualizado em 02/12/2013

terça-feira, novembro 21, 2006

IDADE DO GELO

"O meu irmão, o Gegê,(...) É militante do movimento social desde o fim dos anos 60. Uma espécie de herói real pra mim. Ele que me ajudou a formar minha consciência. Por causa dele é que sou menos alienado do que poderia ser, atuando numa área cheia de glamour e mentira que é essa do entretenimento. "

Com essas palavras, Chico César respondeu à pergunta de um jornalista que o entrevistava para o Jornal "O Povo", de Fortaleza, no início de novembro.
A entrevista completa pode ser lida clicando no link:
O Povo

Mostrando mais um pouco do seu talento, Chico escreveu para a Revista Globo Rural desse mês, uma bela crônica:

IDADE DO GELO

Caçula, com apenas um irmão homem(15 anos mais velho que eu) e com cinco irmãs mulheres, cresci mimado por elas, minha mãe, a tia tia solteira que morou toda a vida conosco, umas outras tantas tias e as primas sem contar a madrinha de batismo e algumas de fogueira, as vizinhas. Do colo de uma pro colo de outra. Estavam sempre me dando banho, às vezes esfregando-me os calcanhares com caco de telha ou as costas com sabugo de milho. O que era motivo de chororô. Mas tinha de estar limpinho e cheiroso, o bichinho, elas diziam. E aí me penteavam os longos cabelos cacheados com trim e até punham grampos, que chamavam frisos, e armavam uma rodilha que cobriam com um lenço estampado.
Era muito riquefife em torno do neto mais novo, que podia até ficar mofino como o carneiro enjeitado seu amigo ou mesmo amulherado. Meu avô, João Boágua, pai de minha mãe, então me levava em suas incursões pela vazante, onde agora estávamos, para ouvir seus longos silêncios ou os curtos comentários ditos como se pensasse alto ou falasse sozinho sobre os nós das macaxeiras, a doença das batatas ou uma querência por terras no sítio Boágua que lhe deu o nome que eu não herdei. Sem que nem mais levantou a vista em direção à estrada e divisou uns jipes verde-oliva e outros, cor de cáqui, descendo devagar a ladeira. "Seu irmão", ele disse. "Estão trazendo Luís pra casa. Vamos, vamos. Corre, menino, que soltaram ele". Quede vô? Ali mesmo largou o enxadeco e saiu correndo. Eu atrás.
O homem de gestos lentos amadurecidos pelo artesanato dos anos parece que ganhou asa nas sandálias currulepe. Slep slep slep slep. Os torões e a maniva, a cancela, eu fecho? Slep, a areia do corredor coberto pelas canafístulas, o terreiro de mãe Cristina, slep slep slep, o cachorro de madrinha Toinha, sai prá lá gozo nojento, slep, espera vô, slep slep, corre menino mole que Luís voltou, o altinho esburacado e escorregadio, slep. A casa de Eva à direita, a casa da tia Vitalina à esquerda, alugada. Dobramos à esquerda esbaforidos.Os jipes já estavam parados na estrada de terra em frente à casa de dona Lulu.
"Ligeiro, menina, uma de vocês aí e vai avisar seu pai no roçado", ordenou minha mãe, depois de abraçar meu irmão e dispensar os conselhos dos meganhas sobre os perigos do comunismo. Aí foi só festa. E haja chegar gente. Meu pai chegou. E radiola, discos, bebida de adulto. E guaraná, grapete, fanta. Gelo em baldes grandes, que não tínhamos geladeira nem eletricidade. Chegam sanfoneiro, zabumbeiro, ritmistas. Gente que batucava nos tamboretes de couro. E haja tocar Trio Nordestino, Elino Julião, Noca do Acordeon, Luiz Gonzaga, Marinês, Paulo Sérgio, The Fivers. E toca a fazer comida pra gentarada toda. Povo da cidade e dos sítios vizinhos.
Foi a primeira vez que vi gelo. Peguei duas pedras. Uma em cada mão e fiquei zanzando em meio à balbúrdia dos adultos. Aquela era mesmo uma sensação nova pra mim, ardia e aliviava ao mesmo tempo. Era pedra e eu bebia. Era água e eu, firme, segurava entre os dedos. Era quente e frio. Vez em quando encontrava o olhar de meu avô, também um pouco à parte, sentado num cepo, ralando fumo num canto com um canivete lá só dele. Me fitava cúmplice. Tínhamos conseguido correr da vazante até em casa. E eu também era um Boágua, mesmo mirrado e sem o nome. Um Boágua, daqueles pretos orgulhosos, do lugar Jenipapeiro.

Globo Rural- Novembro 2006 - pág. 114


terça-feira, outubro 31, 2006

Balada Literária

Domingo, 22 de outubro.
Livraria da Vila.
Balada Literária.

Idealizador, Marcelino Freire
Mesa com José Miguel Wisnik e Chico César.
Mediador, Claudiney Ferreira.
Homenageado, Glauco Mattoso.
A primeira palavra foi dada a Chico César. E ele anunciou que ia "declamar" o poema Altazor, do poeta chileno Vicente Huidobro. Disse que tinha em mãos a versão original, em espanhol, mas que faria uma tradução simultânea.

"Ensaiou" com o público um refrão cheio de ais e uis:
  • Ai, aia, aia, ia, ia, aia, ui.
E, enquanto nós rezávamos esse mantra, ele fazia outros sons, desconexos.
Fiquei curiosa e procurei Altazor na net. É um longo poema...
E qual não foi a minha surpresa ao ver que lá pelo Canto IV e VII, há realmente algo parecido com o refrão que repetimos indefinidamente enquanto Chico fazia sua performance.
A escolha do poema foi uma homenagem a Maria Alzira Brum, antiga colega de trabalho dos tempos da Editora Abril, hoje amiga e editora, que estudou o Altazor em um trabalho acadêmico.
Alzira é também cúmplice de Marcelino Freire na realização da Balada Literária.
Wisnik falou sobre palíndromos - palavras, frases ou números que têm o mesmo sentido se lidas da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda.
Ele nos contou que sua filha, Mariana, e alguns colegas de escola se dedicam a escrevê-los e os trocam entre si.
Alguns palíndromos citados por Wisnik:
  • Lá vou eu em meu eu oval
  • Ô mãe, tu era réu, te amo
  • Ô padre, meu, que merda, pô
  • É de fato xoxota fede
Ao se referir a um palíndromo feito por Chico Buarque, Wisnik confundiu-se. Ana foi em seu socorro com o tal palíndromo na ponta da língua: até reagan sibarita tira bisnaga ereta.
E a manhã foi rolando, cheia de surpresas. Chico confessou que já quis fugir com uma mulher do circo, contou as circunstâncias de sua chegada a São Paulo e de seus primeiros tempos na paulicéia desvairada e até cantarolou uma parceria entre ele e Glauco:
Soneto Panorâmico
Meu quadro de São Paulo é o duma ilha
que quanto mais se atulha mais brilha.
q
É vasta e de longe se avista,
mas de perto tem a face
dupla, múltipla, mista.
q
Quem topa suar
tem campo à pampa,
pois Sampa trampa
do sol ao luar.
q
Na avenida Paulista
trombadinha quando nasce
contrasta com torres, contrista.
q
No centrão a janela faz pilha,
muralha ante a gentalha maltrapilha.
uuu
Fernanda, Ana e eu registramos os momentos em que Glauco Mattoso dizia dois de seus poemas. Está tudo no Youtube:
Registrei também a resposta de Chico a uma das perguntas feitas pelo público. A questão era: como viam a exposição decorrente do trabalho artístico.
Enquanto ele falava, passei a câmera por todo o público. Achei que ficou interessante.

Pra saber mais sobre a Balada Literária, clique aqui.

***
Atualizado em 02/12/2013

segunda-feira, outubro 23, 2006

Na Fnac Pinheiros - mais registros

No telão Chico cantava Outono aqui, versão brasileira feita por ele para a música Autumn leaves - les feuilles mortes, de Joseph Kosma, Jacques Prevert e Johnny Mercer:
Caiu a flor
As folhas caem
Tem outra cor
Triste demais

Eu caio em mim
Sinto que assim
Começa o fim
Do amor que vai

Outrora o céu sorriu
Com o sol que em nós se abriu
Fosse setembro, abril
Era feliz

Hoje o outono mora aqui
Será que há de passar?
Quem me diz?

Como surgiu a idéia de fazer essa versão e gravá-la nesse momento?
Chico explica: tudo começou quando ele ganhou uma bolsa de estudos para o CLAM - Centro Livre de Aprendizagem Musical - escola de música dirigida pelo Zimbo Trio.

Cálice, de Gilberto Gil e Chico Buarque, também foi uma das músicas selecionadas pelo mediador para nos mostrar. A interpretação que Chico dá a essa música está bem distante daquela que ouvimos nos anos 70. A música começa com um clima religioso, passa pelo rap e recebe até uma inserção sonora do disco Araçá azul, de Caetano Veloso.

E Chico nos conta como encara a responsabilidade de interpretar músicas alheias:

"Quando você é autor, quando você é compositor, dificilmente você pega uma música de outra pessoa e faz um quase-cover. (...) Nasce um pouco um sentimento como se fosse uma inveja positiva: Puxa, eu queria ter feito essa música! (...) Mas se eu tivesse feito essa música, eu faria diferente. (...) Isso é sempre presente na releitura que eu faço. A minha versão de Paraíba, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, passa por aí. A minha versão de Alma não tem cor, do André Abujamra passa por aí também."

Mais adiante, respondendo a uma pergunta do público, Chico voltou ao assunto:

E por aí foi o rumo desse agradável encontro de 17 de outubro de 2006, na Fnac Pinheiros.

Ouça e veja o DVD todo, atenta e calmamente. Ele é lindo!

Uma dica: quando vir a parte do concerto, fique atento, depois dos créditos ainda há cenas interessantes. Não vá desligando rapidinho!

quinta-feira, outubro 19, 2006

Aí está a semente!

O espaço de eventos da Fnac Pinheiros não é muito grande. A casa anuncia que comporta 150 pessoas. Será?
A verdade é que, naquela fria terça-feira de outono, esse espaço não atingiu sua capacidade máxima. Mas os que se aventuram a chegar lá e esperar pacientemente o momento do início do evento foram muito bem recompensados.
Lázaro de Oliveira - convidado pela Biscoito Fino para mediar o encontro - após confessar que Chico César cada vez o impressiona mais, iniciou a conversa perguntando como nasceu a idéia desse DVD.
Esse foi o mote para que Chico nos contasse que esse era seu primeiro DVD porque sempre foi resistente a esse tipo de registro. Em tentativas passadas, não ficou satisfeito com o que havia sido gravado e acabou desistindo do projeto.
O lançamento do Cd De uns tempos pra cá e os shows que o acompanharam, trouxeram a idéia novamente à baila. Algumas imagens dessas apresentações foram gravadas e Chico percebeu que cenário, figurino, música formavam um conjunto harmônico:
"Era o DVD que eu gostaria de fazer. Aí está a semente."
Num país como o nosso, onde a música está mais ligada a festa, batucada, Chico tinha nas mãos um CD intimista, sofisticado e ao mesmo tempo simples, juntando a música popular de origem nordestina, paraibana, à música instrumental erudita moderna, com pitadas de Villa Lobos, Nepomuceno, Marlos Nobre, Zé Siqueira, esse também paraibano.
Era a “celebração do regional, mas com uma força , uma capacidade de falar ao universal.”
O jovem Douglas Kuruhma, foi convidado para dirigir o projeto. A Biscoito Fino, incentivada por Joana Hime, aceitou a empreitada. A tudo isso, somou-se o oportuno convite de Pena Schmidt para o Auditório Ibirapuera. Pronto!
Projetado por Oscar Oscar Niemeyer em 1950 e só erguido em 2004, o Auditório Ibirapuera integra espaço interno e externo através de uma porta retrátil no fundo do palco, que se abre para o Parque Ibirapuera.
Não poderia haver melhor cenário. Desejo e necessidade, a primeira música do DVD e também a primeira que nós, participantes do bate-papo na Fnac, vimos no telão, começa com imagens inesquecíveis de Chico no fundo do palco, tendo às suas costas o belo Parque Ibirapuera.
Para mim, a genialidade se fez presente quando, em contraste com aquela tranqüilidade do parque, a câmera vai buscar o burburinho da avenida Pedro Álvares Cabral, no exato momento em que Chico canta:
ai estou nas malhas de estranha cidade
mas uma parte de mim eu diria que a metade
ficou lá aonde saí, ou seja eu me reparti
desejo e necessidade

quarta-feira, outubro 18, 2006

Cantos e encontros de uns tempos pra cá


Aí está o 1° DVD de Chico César, lançado ontem num pequeno evento na Fnac Pinheiros: um bate-papo mediado por Lázaro de Oliveira - do Metrópolis/TV Cultura - com direito a trechos do DVD, vinho, fotos e autógrafos.


O DVD ficou um luxo!
Está dividido em quatro partes:
  • concerto

Show gravado no Auditório Ibirapuera, em abril de 2006. Incluindo a abertura lindíssima e o final descontraído com o passeio de Chico pelo parque, além da participação do Quinteto da Paraíba, Simone Soul, Simone Julian e Elba Ramalho.

Sobre esse concerto, escrevi longamente na época da gravação. (clique se quiser rever)

  • com pacto

Participações de Vange Milliet, Ana Carolina, Chico Pinheiro e Maria Bethânia.

Precisa mais?

  • com claquete

Clipe da música De uns tempos pra cá. Imperdível!

  • conversa

Um documentário com imagens dos shows, comentários de Chico e depoimentos dos amigos.

Agora conto: nessa parte, tenho um segundo de participação. É só um segundo, mesmo... Mas o que importa é que estou lá!

Aos poucos vou organizar os registros que fiz do encontro de ontem à noite e postar aqui.

Por hoje, vou deixando dois registros:

  • do autógrafo

  • do abraço

quarta-feira, outubro 11, 2006

Água e areia - Parte final

O barco que leva passageiros de Caburé a Barreirinhas inicia seu percurso em Ponta do Brasília, um povoado que fica na barra do Rio Preguiças, no encontro da água doce com a água do mar. Horário? Não há, depende da maré...
E foi assim que naquela noite de 7 de fevereiro quatro turistas montaram guarda na beira do Rio Preguiças, na altura de Caburé, esperando o tal barco.
Era noite de lua cheia! Ainda bem, pois ali a luz elétrica é desligada às 22 h.
O barco chegou no meio da madrugada.
A subida ao barco era feita por uma estreita escada. Ao terminar a escalada, Vanessa pisou em "algo" que não viu... E a coisa berrou. Era uma porca! Boa recepção para as quatro malucas...
Os passageiros embarcados antes de nós dormiam a sono solto estirados nos poucos bancos que havia ali. Foi preciso empurrar alguns para conseguir um lugarzinho para nos sentarmos. Conseguimos, uma em cada canto do barco. E fomos subindo o Rio Preguiças. Havia pontos em que entrávamos por estreitos igarapés onde mal cabia o barco. E a lua brilhando no céu!
Antes das 6 da manhã, lá estávamos nós sentadas na praça principal de Barreirinhas. Além de nós, só as pessoas que vinham de longe para fazer fila em frente à agência do Banco do Brasil. Era dia de pagamento!
Quando a cidade acordou, saímos em busca de um transporte para visitar, finalmente, os Lençóis Maranhenses. Fomos de Toyota/jardineira. O roteiro depende... das chuvas. Naquela época, a Lagoa Azul era a que estava mais cheia de água. Fomos para lá! Mais um passeio por entre pequenos povoados e estradas de areia.

Chegando ao local, ainda havia que subir uma enoooorme duna. Por sorte havia uma corda estirada na subida para ajudar os menos experientes como nós.
Lá no alto nos sentimos em outro mundo: um mundo intocado, só de água e areia...
São dunas e mais dunas, com água entre elas, formando lindas lagoas. Era subir, descer e mergulhar nas águas mornas das lagoas. Um paraíso!
O passeio durou a manhã toda. Cansadas, voltamos a Barreirinhas para um almoço tardio num restaurante à beira-rio.
Vanessa e Rita decidiram ir para São Luís naquele mesmo dia. Ana e eu ficaríamos até o dia seguinte.
Depois que as meninas partiram, fomos em busca da melhor pousada de Barreirinhas que nossos bolsos pudessem pagar. Afinal, nós merecíamos! Desde Sete Cidades, no Piauí, não tínhamos um lugar decente pra dormir...
Optamos pela Pousada do Buriti. Chalés com sala, sofá, TV, ar condicionado, frigobar, telefone, chuveiro elétrico e um terraço privativo. Era o mínimo que podíamos querer naquela altura.
À noite ainda encontramos fôlego para uma voltinha pela cidade. E no dia seguinte partimos, de ônibus, para nosso último destino naquelas férias: São Luís.
A viagem até a capital foi tranqüila e confortável. Chegamos na Rodoviária de São Luis e procuramos saber como chegar à Pousada Colonial, que já havíamos reservado antes por indicação de meu pai que havia feito trajeto semelhante uns meses antes. Nos indicaram um ônibus urbano. E lá fomos nós, mochila nas costas e mapa nas mãos. Era sábado de carnaval.
Por algum motivo inexplicável, descemos do tal ônibus muito antes do ponto correto e tivemos que cruzar parte da cidade para chegar ao destino. No caminho, cruzamos com alguns blocos carnavalescos e já fomos tendo idéia do que nos esperava naqueles próximos dias.
Já no dia seguinte fomos visitar Alcântara, a antiga capital. A travessia é feita de barco. A viagem dura mais um menos uma hora, mas tudo depende... da maré! Já estávamos prevenidas: o barco "joga" muuuuuito! Tomamos um comprimido de Dramin e fomos à luta. Na ida chegamos a acreditar que era tudo invenção do povo. Mas na volta tivemos a certeza que que o povo não mente... Chacoalhamos pra valer. Mas o Dramin é mesmo muito eficiente!
Alcântara é linda e vale todo e qualquer sacrifício que se faça para chegar lá. Caminhamos por todo o sítio histórico da cidade e enlouquecemos tirando fotos e mais fotos, numa época em que cada clique custava algum dinheiro... Ainda estávamos no tempo das fotos de papel.
Os próximos dias passamos em São Luís. Como era carnaval, muita coisa estava fechada. Mas circulamos muito por lá: casario antigo, comércio, lagoa, praia.
Numa visita ao Mercado, tivemos a sorte de encontrar um autêntico grupo de Tambor de Crioula mostrando sua arte para quem por ali passava.
Elegemos o bar Antigamente, na Rua da Estrela, como nosso ponto de observação. Dali víamos todo o movimento da cidade. Blocos carnavalescos, nativos, turistas. Foi aí que reencontramos as três paulistas perdidas em Caburé. Dali tudo se via, até o folião cansado no fim da noite...


Atualizando, em 12/01/2013: As fotos de Alcântara, que estavam num álbum da slide.com, sumiram. O site foi fechado em março de 2012. Pode? Mas há fotos da viagem toda, incluindo Alcântara, nesse álbum aqui, até que o Facebook permita...
Havia também um link para um site com mais informações sobre os Lençóís... Sumiu! Subtituo por outro, bem mais atualizado, da minha amiga Silvia Oliveira. Tá aqui!
A Silvia também dá dicas do que fazer nos Lençóis Maranhenses em 3, 5 ou 7 dias

terça-feira, outubro 10, 2006

Água e areia - Parte III

Para viajar no Barco Cidade de Tutóia era necessário tirar passagem antecipada.
No dia em que fomos comprar os nossos bilhetes, o vendedor nos disse que outras duas moças, loucas como nós, também viajariam no barco.
Conhecemos nossas companheiras na manhã do dia 5, enquanto esperávamos a saída do barco: Rita e Vanessa, duas brasilienses em férias.
O barco partiu depois do meio-dia. Culpa da maré... E lá fomos nós pelo Rio Parnaíba afora.
Paramos em várias cidadezinhas beira-rio. Entrava gente, saía gente. Famílias, comerciantes, galinhas... Alguns barcos menores se aproximavam trazendo mercadorias para despachar ou gente para viajar.
Hora de almoçar. A tripulação avisou que havia comida para quem quisesse. Fomos conferir. Arroz, feijão e carne ensopada. Pra beber, água na garrafa de Coca-cola. O preço? Baratinho, algo como 3 ou 4 reais. Comemos, claro!
Para maior conforto durante a viagem, alugamos redes. Tivemos sorte, as nossas eram novinhas...
No final da tarde chegamos a Tutóia. Estávamos no Maranhão!
Alguém havia dito a Rita e Vanessa que o capitão do barco poderia autorizar passageiros a dormir no barco. Gostamos da idéia. Elas se encarregaram de pedir a autorização. Conseguiram. E assim economizamos uma noite de hotel.
Saímos para dar uma volta pela cidade. Jantamos num restaurante na praia e voltamos para nosso barco-hotel.
Na manhã seguinte, montamos uma mesa de café da manhã no "convés", com todos os restos de bolachas que tínhamos e café fresquinho oferecido por um dos marinheiros.
Ainda contemplávamos a paisagem ao sabor de café e bolachas quando eles chegaram. Eram muitos toyoteiros querendo negociar conosco o transporte até Caburé, nosso próximo destino.
Acabamos fechando negócio com o Sr. Colozinho.
A partida, claro, não seria para aquele momento. Havia a questão da maré... E Colozinho também precisava reunir mais passageiros para a viagem.
Ficamos turisteando pela zona central de Tutóia. Era segunda-feira. Havia feira na rua. Fila no Banco. E a Funerária Santa Izabel - aberta 24 horas - esperava clientes a caminho do céu.
Quando Seu Colozinho deu o toque de partida, chovia. E a Toyota não tinha capota...
Com as mochilas protegidas por sacos pláticos e as costas cobertas com toalhas, partimos.
Primeira escala, Rio Novo - também conhecida por seu nome anterior: Paulino Neves. O ponto de apoio foi, nada mais nada menos que o armazém do próprio Seu Coló.
Partimos em seguida para o destino final daquele dia: Caburé. Esse trecho foi feito pela praia, enfrentando vento e chuva, em cima da caminhonete sem cobertura. Chegamos direto na Pousada do Paulo. Alí, como já narrei num post de dezembro de 2005, ocorreu um fato interessante: havia três paulistas aflitas em busca de transporte para Tutóia. Nossa chegada foi providencial, seu Colozinho as levou de volta...
Caburé é um pequeno povoado às margens do rio Preguiças, situado num braço de terra entre o rio e o mar. Dizem que a distância entre um e outro - de mais ou menos 300 m - está diminuindo dia a dia e que logo Caburé vai sumir do mapa. Pena!
Em frente a Caburé, na outra margem do rio Preguiças, está Mandacaru, com seu alto farol.
Depois de Mandacaru e de uma longa caminhada pela praia e pelas dunas, chega-se a Atins, que está localizada em uma das extremidades do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Nem é necessário dizer que nós quatro - turistas incansáveis - fizemos o passeio. Pegamos uma carona com Paulo, o dono da pousada, para atravessar o rio. Caminhamos até o Farol de Mandacaru e conseguimos descobrir quem tinha a chave do dito cujo para que pudéssemos entrar e ver toda a região lá do alto.
Paulo nos indicou um garoto nativo que nos guiou de Mandacaru até Atins. Almoçamos numa casa/restaurante perdida no meio das dunas e voltamos a Caburé. Foi nosso primeiro contato com os Lençóis Maranhenses.
Nessa noite, partiríamos de barco para Barreirinhas. A partida não tinha hora marcada. Dependia da maré.
***
Atualizando, em 12/01/2013
O post tinha fotos que, como comentou a Shandy aí embaixo, passavam como slides. Mas elas sumiram! Tudo muda nessa internet... 
Pra ninguém ficar triste, tem um álbum com fotos de toda a viagem. É só clicar aqui.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Água e areia - Parte II

Quem já viu a primeira parte desse relato percebeu que a viagem não foi nada convencional.
Começando pela minha aparência: totalmente loira! Ra, ra, ra! Eu já fui loira um dia...
Continuando a aventura:
Enquanto estávamos em Jericoacoara, hospedadas na Pousada Casa do Turismo, bem em frente ao ponto final da jardineira que trazia os turistas de Fortaleza - via Jijoca, ocupamos parte de nosso tempo em busca de uma maneira de sair dali sem ser pela via convencional: jardineira até Jijoca e ônibus da empresa Redenção até Fortaleza, com direito a parada em Itapipoca. Queríamos algo diferente. Conseguimos!
A Pousada Capitão Thomaz tinha uma jardineira que fazia o transporte de seus hóspedes até Camocim, cidade próxima - 34 km - mas separada de Jeri por muita água e areia. O transporte não tinha data nem hora certas. Tudo dependia da maré, dos hóspedes da tal Pousada - que não era a nossa - e da disponibilidade de assentos. Topamos esperar. Tudo se confirmou para o primeiro dia de fevereiro. E lá fomos nós, de mochila nas costas e carregando uma cadeira/rede que Ana comprou em Jeri.
O caminho incluía, rios a serem atravessados por dentro da água, balsa, a cidade de Tatajuba totalmente soterrada pelas dunas e finalmente, Camocim. Paulo, o motorista da jardineira, nos deixou na rodoviária da cidade. Nosso destino era Parnaíba, cidade no norte do Piauí, onde está o Delta do Parnaíba.
Passagens compradas, mochilas no guarda-volumes, passamos pelo correio e despachamos a tal rede/cadeira diretamente para Assis. Ufa!
E saímos pra conhecer a cidade. Localizada às margens da foz do rio Coreaú, Camocim nos trouxe bons momentos. Andamos por lá, conhecemos seu casario antigo, almoçamos num restaurante na beira-rio e partimos.

Parnaíba nos interessava por diversos motivos. O primeiro deles era estar pisando em solo piauiense! Era também dali que saía um barco de linha para Tutóia, no Maranhão. E além disso, havia o passeio pelo Delta do Parnaíba.
Cidade feia. Nos hospedamos no Hotel Cívico. Feio e ruim, mas com boa localização para os nossos propósitos. Fomos ao Porto das Barcas tratar da viagem para Tutóia. Só haveria barco no dia 5 de fevereiro...
Tínhamos, pois alguns dias naquela cidade. Tratamos de preenchê-los: passeio pelo Delta, praias, lagoa do Portinho.


Uma noite, saímos em busca de um orelhão pra mandar notícias pra casa. (Naquele tempo a internet ainda não era tão difundida...) Caminhando pelo asfalto topamos com uma cobra que fazia o mesmo trajeto que nós. Será que também pretendia telefonar?
E ainda tínhamos alguns dias até a partida do Barco Cidade de Tutóia...
Decidimos então visitar o Parque Nacional de Sete Cidades, 140 km ao sul de Parnaíba.
Em mais uma viagem de ônibus, partimos para Piripiri! O Parque fica a 26 km da cidade. Fomos de taxi e já deixamos contratada a volta para o dia seguinte.
Nos hospedamos no Parque Hotel Sete Cidades, que fica logo na entrada do Parque.
O lugar é simples e tranqüilo. Ali conhecemos Pitty, um pássaro simpático que pousava no ombro ou na mão do garçon e dos hóspedes.
Visitar o Parque foi uma tarefa árdua e inesquecível. Foram aproximadamente 12 km de trilha sob o sol do semi-árido, visitando as "sete cidades", ou seja, sete grupos de rochas com formatos curiosos, além de imensos paredões com inscrições rupestres datada de cerca de 6000 anos.

Cansadas, mas felizes, fizemos a viagem de volta para Parnaíba.
No dia seguinte sairia nosso barco rumo a Tutóia. Mas isso é assunto para o próximo capítulo.
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Pra quem quiser saber mais sobre o Parque Nacional de Sete Cidades, deixo dois links um link que me pareceu interessante:
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Fotos da viagem inteirinha, aqui.
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(Atualizado em 12/01/2013)

domingo, outubro 08, 2006

Água e areia - Parte I

Era o ano da graça de 2002. Pelas asas da velha e boa Varig, saímos de São Paulo no dia do aniversário da cidade - 25 de janeiro - para cumprir um longo roteiro por terras do nordeste brasileiro.
Primeiro destino: Fortaleza. Como ainda não conhecíamos a imperdível Sorveteria 50 sabores - que só nos foi apresentada em 2006 por nossa amiga Adrissa - circulamos pela capital cearense conhecendo praias e mercados.
Intrépidas, nos aventuramos pelo centro antigo da cidade e fomos parar no Teatro José de Alencar. Fomos de ônibus. Aventura arriscada! Para chegar até lá tivemos que cruzar uma feira local que nos arrepiou os cabelos. Mas valeu, o teatro dedicado ao criador de Iracema é belíssimo.
A etapa seguinte - Jericoacoara - apresentou um problema: por um lapso, a reserva do hotel estava feita para a noite seguinte à da chegada.
O contratempo foi contornado da seguinte forma: dormiríamos a primeira noite em Jijoca, a cidadela que antecede as dunas que devem ser vencidas para se chegar a Jeri.
A viagem até Jijoca foi feita de ônibus, com uma inesquecível parada para jantar em Itapipoca.
O improviso saiu melhor que a encomenda. Na Pousada do Paulo, desfrutamos da linda paisagem da lagoa de Jijoca e aproveitamos o dia para navegar por aquelas límpidas águas.

E foi assim que trocamos a jardineira já incluída na passagem de ônibus Fortaleza/Jericoacoara, por um dia à beira da lagoa e por uma viagem pelas dunas em Toyota , rumo ao mais lindo pôr-de-sol do Brasil.
Jericoacoara nos encantou! Cada cantinho da cidade tinha uma surpresa para nossos olhos.
Guiadas por Valter, um dos muitos guias-mirim da cidade, caminhamos até a Pedra Furada. Passeio para uma manhã inteira caminhando por entre pedras, água e areia. À tarde, escalamos a bela duna do Pôr-do-sol para nos juntarmos à multidão que participava do espetáculo diário que o astro-rei proporciona aos seus admiradores.


E foi assim que terminou aquele janeiro.
***
Fotos desta e de outras etapas da viagem, aqui.
(Atualizado em 12/01/2013)

terça-feira, setembro 26, 2006

Torquato Neto, o Anjo Torto

Cogito
q
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
q
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
q
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
q
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.
(Torquato Neto)

Essa homenagem ao Anjo Torto deve ser creditada a Chico César, autor da escultura que abre essa "conversa".

A pequena estátua foi feita usando tampas metálicas de copinhos de água mineral. Enquanto participava ativamente da mesa de debates Profissão músico: individualismo ou cooperativismo, Chico confeccionava a escultura.

No final do debate, pedi o "troféu". Ganhei.

Já veio com nome: Torquato Neto.


Quis conhecer um pouco mais Torquato. Encontrei muita informação. Gostei e reparto com outros curiosos as que mais me impressionaram:

www.torquatoneto.com.br

http://www.revista.agulha.nom.br/castel19.html

Lembrei-me também que Chico fazia alguma referência a Torquato em uma de suas músicas. Ei-la:

Nato
(Chico César e Tata Fernandes)

um poeta nato
filho da ralé
um torquato neto
parte da turquia
para qualquer parte
parte o coração
e faz dos estilhaços arte
e faz das fibras de aço som
pois é
é de certa forma
o que faço
um punk inexato
rato de porão
uma inezita barroso
cantando luar do sertão
certamente é
a fé o felátio
o mel o melaço
o cangaço e o "om"
pois é
é de certa forma
o que faço
o ser tão vai vir amar
amar vai revirar o ser tao

domingo, setembro 24, 2006

Kléber surpreendendo o público

Não bastou o novo visual de cabelos cortados com que Kléber Albuquerque surpeendeu seus fãs no Bem Brasil...
Kléber continua nos surpreendendo com novas composições e com novas leituras pras suas antigas músicas.
Foi assim no Crowne Plaza, em São Paulo, na última quinta-feira.
Cantou Uns dez amantes, do CD Para inveja dos tristes, lançado em 2000.
E nos emocionou com Os dígitos, música do CD 17.777.700, lançado em em 1997. Muitos de nós, seus fãs de carteirinha, ainda não havíamos visto Kléber cantando essa música ao vivo.
Ponho a letra, lindíssima:


os dígitos vermelhos do rádio relógio
ainda marcam a hora exata em que você saiu da minha vida
a chuva fria, o automóvel, o olhar de falsa loura
o adeus como um bombom de goma arábica na boca
ter de sair assim do seu caminho
ter de agora virar "amiguinho"
você não sabe, eu estou tão sozinho
os olhos vermelhos de assistir tv
na madrugada em que você saiu da minha vida
o vídeo, o telefone, o fax, o diempax, a pizza gelada
a janela escancarada respingando céu na roupa
olhando asfalto como se fosse praia
conversando com as samambaias
(elas entendem os de minha laia!)
tudo ficou tão quieto
os gatos do vizinho, as goteiras do teto
tudo ficou tão chato que eu já nem sei
tudo ficou tão chato
banho de porta aberta, deitar na cama de sapatos
tudo ficou tão quieto, tudo ficou tão quieto
tudo ficou tão chato
o mundo agora está tão absurdo
desabafei com o criado-mudo
(ele concorda comigo em quase tudo...)
ter de sair assim do seu caminho...

E tomo emprestado da Drika Bourquim o clipe da interpretação iluminada:

Das novas, me lembro de uma que fala de futebol, de outra, tipo música caipira chamada Diga adonde, feita para uma obra teatral, e da bela parceria com Élio Camalle, Dia de estrelas, gravada parcialmente por Ana Maria:



Bom, quem quiser ver tudo isso e muito mais, ainda dá tempo. Kléber faz sua última apresentação dessa temporada no Crowne Plaza na quinta-feira 28 de setembro.

terça-feira, setembro 19, 2006

Aniversário

Aqui em casa, aniversário funciona assim: eu sempre estou em casa nesse dia e sempre espero os amigos. Não convido ninguém... quem quiser e puder, que venha.
Eu começo a curtir bem antes. Penso num cardápio, preparo a casa, a roupa que vou vestir e uma lembrancinha pra cada pessoa que aparecer por aqui.
Dessa vez, duas semanas antes as lembrancinhas já estavam prontas. Aproveitei o boom do retorno de Herbie - o fusca - e usei a imagem dele na lembrancinha. Eram uns copinhos desmontáveis, desses que as crianças usam - ou usavam - pra tomar água na escola. Ficaram lindinhos! O motivo da escolha dessa imagem fica mais que claro... Eu comemorava 53 anos de idade!
Numa sacolinha de papel, coloquei um copinho para cada pessoa e mais... um CD - usado - do meu acervo. A idéia era me desfazer de coisas que eu uso pouco. Cada CD ia envolto em uma folha com a letra da música "De uns tempos pra cá", de Chico César.
Sobrou espaço... coloquei ainda um mini shampoo, resultado das coletas que fiz nos últimos tempos, nos hotéis por onde andei.
O cardápio: cuscuz marroquino. De sobremesa, dedinhos de noiva - um docinho sírio.
Na quinta-feira, começaram a chegar as visitas: Claudio, de Curitiba (mas que vinha chegando de Salvador...). Lu e Léa, de Cuiabá. Chegaram praticamente juntos, no final da tarde.
À noite, chegou Ana. Fomos em comitiva à rodoviária, esperá-la. Fomos jantar numa cantina. No caminho, peguei a roda dianteira do carro num buracão. Na saída do restaurante, o pneu estava arriado. Trocamos, ou melhor, ajudamos o Claudio a trocar...
E com essas e mais aquelas, nos primeiros minutos do dia 15 estávamos passando em frente ao MASP, na Av. Paulista.
No dia seguinte Ana e eu trabalhamos desde cedo preparando tudo: a comida e a casa.
E o pessoal foi chegando. Gente de diferentes tribos: família, amigos antigos, amigos novos.Teve até massagista. Léa, depois de beber algumas doses de uísque, começou a fazer massagem no pessoal.


Da família, estavam meu pai; Selma, minha irmã e Marina, minha sobrinha:


Olintho foi o último a chegar: veio depois do teatro, passava das duas quando chegou aqui. O porteiro o anunciou e resolvemos pregar uma peça nele: ficamos todos em silêncio, com as luzes apagadas e a porta entreaberta. Só escutamos sua voz: "Tem uma cena armada..." E caímos na risada. Ele disse que incialmente levou um susto, mas depois sacou...
Tínhamos pensado em usar nossas djalabas marroquinas, pra combinar com o cardápio. Foi impossível. Fazia um calor saárico!


Pensamos em fazer ao menos uma performance com as djalabas ne hora da sobremesa, mas acabamos nos esquecendo.
Três e meia da madrugada estávamos tirando as coisas da sala pra poder armar o circo dos colchões para os hóspedes. Lu foi lavando parte da louça à medida que íamos tirando.
No dia seguinte, Claudio partiu pra Curitiba logo que nos levantamos, por volta das 11 da manhã. Lu, que tinha bebido muito vinho na noite anterior, ficou de ressaca, passando mal. Léa terminou de lavar a louça.
Arrumamos tudo e nos sentamos para almoçar: reedição do jantar da véspera.
As fotos de tudo isso podem ser vistas e revistas. Estão aí, é só clicar:
53 anos

(Atualizado em 12/01/2013)