
De uns tempos pra cá, venho pensando em mostrar aos amigos - novos e antigos - como é minha vida. O que faço, aonde vou, o que vejo, o que penso. De Chico César - meu ídolo maior - emprestei o nome desse blog.
sexta-feira, dezembro 25, 2009
E acabou o Natal...

sexta-feira, dezembro 18, 2009
Presente só porque é Natal...

domingo, dezembro 13, 2009
Agora sim, o último capítulo...



segunda-feira, novembro 30, 2009
4º aniversário do blog - parte III
Eu sempre escrevo textos ranzinzas e rabugentos para o meu blog. Agora eu queria escrever um alegrinho, pra comemorar os 4 anos do seu, mas acho que o uso do cachimbo entortou mesmo a minha boca! Assim sendo, mando para o seu blog um textinho de reclamação: é uma historinha, mas é de autora rabugenta! Começa assim:
Era uma vez um viaduto, o Paraíso:

Embaixo dele, passa a 23 de maio:

Numa beiradinha do viaduto, quase caindo na avenida, algumas pessoas foram construindo casinhas. Virou uma vilinha, com portão na frente, número e até um grafitti na entrada:

Um belo dia, a prefeitura de São Paulo se incomodou com aquela vilazinha clandestina e resolveu destruir tudo. De um dia para o outro, as pessoas foram expulsas e as casinhas foram demolidas. Tudo em nome da limpeza e da segurança da cidade!
Ficou muito melhor agora, vejam só:


E até mesmo grafiteiros andaram passando por lá, deixando sua marca nas ruínas:

Como todos podem ver, ficou muito mais bonito, limpo e seguro para todos os cidadãos de São Paulo! Obrigada prefeito!
4º aniversário do blog - parte II

sexta-feira, novembro 27, 2009
4º aniversário do blog - parte I
Carlos Eduardo Bezerra
Ela pedia esmolas numa ponta de cruzamento. Ajudada por um menino, descia do ônibus que a trazia da periferia ao centro da cidade. Com dificuldades, sobre um carrinho de rolimã, atravessava a larga avenida para chegar ao seu posto de trabalho.
Entre baixar e levantar o braço para um ou outro carro, esperando que uma moeda, e raramente uma cédula, lhe caísse nas mãos, observava um fato inusitado. Que seria aquilo? Por alguns dias, manteve-se atenta aos acontecimentos, cuja repetição a intrigava. Estava tomada por um misto de curiosidade e indignação.
Às vezes, esquecia de estender o braço e uma moeda rolava pela avenida, perdendo-se no movimento intenso de carros ou sendo engolida pelo esgoto. Lamentou a perda da única cédula da semana, que saiu batendo asas, rápida feito um beija-flor.
Conseguiu entender o caso, que lhe tirava atenção e fazia com que deixasse de se defender dos carros. Arre, louco! Vai atropelar a tua mãe, maldito! Aprendera a defender-se com a língua. Estava sempre pronta a responder aos desaforos dos motoristas e pedestres mais arrogantes.
Descompunha, resmungava, desferia farpas, lançava pragas e, ressaltando uma das marcas do seu rosto, queimado pelo sol, dizia enfática: com mulher de bigode nem o diabo pode! Impunha-se da forma que lhe era possível: aos berros. Quando não era possível gritar, pensava: que uma carreta passe por cima de sua cabeça!
Mas o perigo não importava. Precisava compreender o fato e isso ela já o fizera. Estava certa do que via, era aquilo mesmo e ninguém a chamaria de louca. Pensou em chamar os meninos que vadiavam pelo largo só para confirmar o fato, mas se lembrou que eles podiam acabar estragando tudo.
Depois, pensou em chamar o menino que lhe ajudava, porém achou melhor que ele ficasse atento ao dinheiro, pois assim teria menos prejuízo. Mas quem eu chamaria? Pensou em chamar a polícia, no entanto considerava ainda cedo demais. Não podia atirar a esmo.
Passou a chamar os conhecidos que transitavam pelas calçadas. Todos os dias, cumprimentavam-na com um aceno de cabeça, com um adeus. Alguns davam-lhe água, bolachas, um cafezinho apesar do calor infernal. Outros ofereciam-lhe comida, geralmente restos do almoço ou da janta. Trouxe para você, é coisa boa. Prova! Agradecida!
Apesar da fome, desconfiando que aquilo não era coisa certa, colocava de lado dizendo sempre que ia esperar a fome aumentar. A mãe, que ela perdera ainda criança, costumava dizer que quando a fome é grande a comida é mais gostosa.
Quando a bondosa alma lhe virava as costas, ela oferecia a iguaria ao primeiro menino que aparecia por aquelas bandas, livrando-se de ter os seus trocados roubados. Menino, menino, toma pra tu, é comida boa que uma madame de carro me deu! Tão logo o menino saia pensava consigo: tolo! Ria-se. Livrei-me da comida e de ter o meu dinheiro roubado por este moleque. Deus é mais! Persignava-se.
No dia seguinte, chamou uma moça que, apressada, não lhe deu atenção. Tudo bem, depois vai querer saber e eu não te conto, maldita! Chamou um rapaz que só fez cara de e-eu-com-isso e foi pegar o ônibus. Chamou uma senhora e como resposta só escutou: Perdoe, minha filha, que hoje não tenho trocado nem pra missa.
Na verdade, a senhora toda de branco já estava atrasada para a missa das treze horas do dia 13 na igreja de Fátima. Conseguiu a atenção de uma outra mulher e relatou tudo o que vira até o momento. Você imagina isso?! Quer dizer que todos os dias... Todos os dias, minha filha! Todo santo dia ele vem e tome...
Chamou o mecânico que trabalhava no meio do quarteirão e ele trouxe também a turma da borracharia. Indignado, afirmou: duvido que faça isso comigo! Olha aqui o que eu tenho... Fez questão de mostrar a ferramenta... Todos, animados com o jeito acanalhado do mecânico, caíram na gargalhada.
Passaram-se mais alguns dias e todos os amigos do pedaço sabiam do fato. O comentário corria feito rastilho de pólvora. Não havia boteco, casa de morada, pensão, ponto comercial que não soubesse do que se passava no cruzamento. Mas nenhuma providência era tomada. E pensou: o que fazer?
Já sabia que uma madame observava tudo da janela do seu apartamento e que as empregadas dos prédios vizinhos não falavam em outra coisa. Talvez a madame telefonasse para a polícia denunciando.
Ela mesma, como costumava dizer voltando o dedo indicador para si e repetindo o nome inteiro, ela mesma, Maria das Dores, não podia fazer nada. As pernas secas, couro e ossos cruzados em eterna posição de lótus davam-lhe o aspecto de uma aranha, que se movia graças ao carro de rolimã.
De longe, Dasdô, como era mais conhecida no pedaço, parecia um monge budista eternamente entoando mantras. Pela aparência, apelidaram-na de mulher-aranha, que, por ironia da vida e maldade da humanidade, não escalava prédio, não saltava, não corria, sequer andava. Era bem diferente de Peter Parker.
Não sabia de fato o que fazer. Totalmente tomada de curiosidade e indignação estava perdendo dinheiro. Em casa, o pai e o irmão, ambos bêbados, que viviam do que ela trazia do cruzamento, estavam reclamando da queda dos lucros. Os lucros caiam e as reclamações e humilhações aumentavam em casa.
Dane-se! gritou. Vou é tomar conta do meu ponto, porque a barriga não fica vazia sem doer. Assim, resolveu ficar atenta ao trabalho e tomou o fato como o seu momento diário de diversão. Os incomodados que dessem o seu jeito. Quem quiser que se defenda, pois eu, euzinha aqui tenho que garantir o pão de cada dia. Cada um que se livre como puder.
Apenas guardava o caso consigo. E o fez de tal modo que depois de passado algum tempo já não se sabia ao certo o que ela via. Passou a misturar os fatos. Juntava pedaços de histórias numa confusão tremenda que fazia tudo parecer mais invenção de sua cabeça, que voava livre, bem diferente do corpo com as pernas sempre atadas como num eterno nó.
Com o passar do tempo, buscando contar o que acontecia aos que se interessavam por ela e pelo seu caso foi transformando tudo. Todos os dias aumentava ou diminuía o ocorrido, criava nomes, ressaltava detalhes e ninguém mais sabia ao certo do que ela estava falando. Mesmo assim achavam engraçado que aquela mulher, presa à sua condição de “super-herói”, fosse tão criativa e divertiam-se com isso.
De repente, ela parou de contar o que via no outro lado do cruzamento. Foi-se modificando. Era a mesma, mas era diferente. Era a mesma mulher-aranha, o mesmo monge budista sentado em posição de lótus entoando os seus mantras, mas agora parecia diferente.
Maria das Dores perdeu o sentimento de indignação ou alimentou-se tanto dele, que ele já não lhe aparecia no rosto, na fala rasgada de nordestina beradeira. Na maior parte do tempo, ela parecia uma estátua chinesa de porcelana: fria e comportada.
De fato, o que acontecia lá do outro lado do cruzamento ninguém sabia. Mas ela sabia. Ela sabia e guardava para si. E guardava como alguém que guarda o único presente recebido na vida. E isso servia para que soubessem que ela era alguém, pois quem tem um segredo ou recebe um presente é sempre importante. Só ela sabia o que ninguém sabia ao certo.
E num dia comum de trabalho apenas lamentou: será que ele não vem hoje, meu Deus?! E daí em diante ficou muda para sempre, apenas acenava com as mãos, um aceno educado de miss, de rainha. Acenava e segurava as moedas jogadas dos carros. A voz acabou-se na última frase: será que ele não vem hoje, meu Deus?!
terça-feira, novembro 24, 2009
Béradêro, gente que encanta...
sábado, novembro 21, 2009
Pegando um cineminha...
Você deve saber, mesmo que não curta, que por aqui todo ano rola a Mostra Mix de cinema.
Nesse ano vi umas e outras coisinhas... as poucas que se dirigiam ao público feminino e que cabiam na minha agenda.
Destaco dois documentários interessantes que, por acaso fizeram parte da mesma sessão:
O 1º - Campillo sí, quiero - era sobre uma cidade na Espanha onde o prefeito gay realiza casamentos entre pessoas do mesmo sexo: Campillo de Ranas.
Estavam presentes à sessão o diretor e o próprio prefeito, que também é a estrela do documentário. Depois da sessão haveria um debate com eles, mas não fiquei pra ver.
O filme mostra o dia a dia naquela pequena cidade de apenas 50 habitantes, os casamentos que acontecem ali, inclusive o do próprio prefeito, e a reação dos moradores.
Eu já tinha lido uma matéria sobre o fato e gostei de ter visto o filme!
O 2º documentário - O longo noivado de Edie & Thea - interessante e bonito, mostra o longo relacionamento entre duas mulheres, uma americana e outra holandesa/judia.
As duas viveram juntas por 42 anos até que se casaram em 2007, já por volta dos 80 anos de idade.
Uma delas, Thea - a holandesa -, teve esclerose múltipla aos 40 e poucos anos e foi ficando paralítica com o tempo.
À época do documentário ela já estava totalmente imobilizada numa cadeira de rodas.
Em fevereiro de 2009, Thea morreu.
O filme é comovente e vai mostrando através de belas fotos como foi a vida dessas mulheres durante todo o tempo do relacionamento.
A cena em que dançam juntas na cadeira de rodas de Thea é imperdível.
Pena que filmes como esses não fazem parte dos grandes circuitos cinematográficos.
quinta-feira, novembro 12, 2009
Três cidades à beira-rio
I - Buenos Aires
De Ezeiza pro hotel, também seguindo o conselho do Riq, pegamos um táxi da empresa Ezeiza: 98 pesos pra ir e 78 pra voltar.
Hotel El Conquistador, reservado através da Hoteis.com . Um bom quatro estrelas, com roupa de cama boa, toalhas médias, café da manhã bom e wi-fi grátis. Inconvenientes, poucos. Um deles, o mais importante para o caso, foi a falta de um apoio para entrar e sair da banheira.
Já começamos a programação com uma visita ao Café Tortoni, nosso queridinho por lá, e dois dias depois voltamos pra ver um show de tango.
Foi nessa segunda vez que tivemos problemas. Já tínhamos reservas, feitas e pagas um dia antes. Fomos as primeiras pessoas admitidas na sala de espetáculos e nos foi destinada a penúltima mesa à esquerda do palco. Estranhamos! Perguntamos e a resposta, ríspida, foi que a mesa é atribuída de acordo com a ordem de reserva... Mas ninguém nos disse isso antes. Pedimos uma concessão especial para Dona Abigail, por causa do problema de visão. Nada! Achamos bem desagradável o atendimento ali.
Por conta da dificuldade de locomoção de nossa convidada, andamos pra lá e pra cá de táxi. Bom e barato. Pelo que conhecemos da cidade e dos caminhos, acho que não fomos enroladas.
Assim, mostramos para Dona Abigail os pedacinhos de Buenos Aires de que gostamos. Fomos à Recoleta, ao Caminito, ao Puerto Madero, à Confeitaria Las Violetas, à Calle Florida, às Livrarias Ateneo, a Palermo, a Santelmo, à Plaza de Mayo. E ainda arriscamos alguns lugares novos: Il Gran Caffé e Confeitaria Richmond. A primeira nos agradou a segunda nem tanto...
Nem Mafalda escapou de nós:

Decidimos testar os serviços da Colonia Express. E não recomendamos.
Compramos antecipadamente pela internet. O pacotinho inclui ida, um city tour pelo centro histórico e volta. Os horários são fechados: ida às 8 da manhã e volta às 5 da tarde. É preciso chegar ao terminal portuário com uma hora de antecedência; às 7 da manhã, portanto. Para isso, saímos do hotel às 6h30, sem café da manhã. No terminal há um café... fechado!
O barco é pequeno, mal conservado e sujo. Fizemos fotos. Apenas um pequeno álbum ilustrativo e instrutivo...
No bar, as atendentes informam que o barco vai balançar muito e que não é recomendada a ingestão de bebidas!
O freeshop parece um stand dos xing-lings paulistanos.
E o city tour não funcionou para o nosso esquema. Caminhar do porto de Colonia até o centro histórico era muito para Dona Abigail. A guia teve boa vontade, conseguiu um transporte até a entrada da cidade. Mas ainda assim não foi possível acompanhar o grupo por muito tempo.
Vimos um barzinho convidativo, com mesinhas no meio da rua, e paramos para descansar e tomar um café decente. Pedimos dois capuccinos, um submarino e uma cestinha de torradas com geleia e manteiga. Na hora da conta, um susto: uma cifra de três dígitos em pesos uruguaios que transformada em pesos argentinos resultou em $140, ou seja, 70 reais. O nome do lugar? Parrilla del Barrio. Veja a foto, pra nunca cair no erro de parar por lá pra um cafezinho:


Depois das aventuras nas duas margens do Rio da Prata, arrumamos as malas e partimos para a margem do Guaíba.
Ana participava de um encontro na PUCRS. Chegamos no final da tarde e fomos para o Blue Tree Towers, na Bela Vista. Gostamos da escolha.
A título de informação: no Blue Tree a internet é cobrada, 6 reais por cada 24 horas ou 1 real por meia hora de uso.
Para mostrar a Dona Abigail algo típico, pensamos em ir à Churrascaria Roda de Carreta, ao lado do CTG 35. Não sabíamos se era a melhor escolha e nem ficamos sabendo, pois o motorista do táxi que pegamos na porta do hotel nos levou ao Galpão Crioulo sem sequer nos consultar. Tremenda falta de respeito, tchê!
O Galpão não nos agradou. E o taxista da volta nos brindou com um city tour... Nossa estreia com os taxistas de Porto Alegre não foi feliz.
Amanhã termina nossa escapada para o sul. Voltamos para a nossa querida e semi-apagada São Paulo no final da manhã.
quarta-feira, outubro 21, 2009
Final quase feliz


quinta-feira, outubro 15, 2009
Só pra atualizar

terça-feira, outubro 13, 2009
Parece piada!


sábado, outubro 10, 2009
Tok&Stok



