Chegamos à capital chilena no final da tarde do dia 2 de janeiro. Era sábado. No bairro de Providência, tudo estava fechado... Até os cafés! Pode?
O Hotel Providência, reservado pela Freeway, era agradável. Mas nada de tirar o fôlego, que valesse os 200 dólares diários anunciados na entrada e confirmados pelo recepcionista.
Assim, saímos em busca de outro para os dias seguintes. Acabamos optando pelo Alcalá del Río, que tinha 4 imerecidas estrelas, mas cobrava 80 dólares pelo quarto duplo, no mesmo bairro de Providência, com internet wi-fi grátis, ar condicionado, café da manhã pobrinho e recepção empoeirada.
Fazia um calor que beirava o insuportável. Mas nem por isso deixamos de ver os pontos imperdíveis da cidade.
Teve noite na Bellavista, com direito a boteco - o Galindo - com comida típica. Lanchinho no Gatsby de Providência. Happy hour no Paseo Orrego Luco, um bequinho super descolado e cheio de bares apinhados de gente.
Voltamos à Bellavista durante o dia para explorar o animado Pátio Bellavista e visitar La Chascona.
Subimos ao Cerro San Cristóbal no velho funicular de 1925. Lá no alto tomamos um mote com huesillos, bebida típica feita com calda de pêssego seco geladinha e grãos de trigo. Descemos com o mesmo funicular, já que o teleférico está parado: acabou a concessão à empresa que o administrava...
Demos um rolê até a Fundación Victor Jara, mas encontramos o local fechado naquela manhã de sábado... Pena! Só nos restou fotografar por fora.
Andamos pelo centro, vimos La Moneda, Plaza de Armas e Museu Histórico Nacional com uma bela exposição de leques.
Almoçamos no mercado, mas evitamos o Donde Augusto, que domina quase tudo por lá, e comemos no El Galeón, a conselho do guia/motorista que nos levou a Isla Negra. Boa sugestão!
O metrô foi nosso cúmplice em todas essas pequenas aventuras. E foi numa das estações subterrâneas que vimos o anúncio de uma apresentação de dança coreografada por Pina Bausch: Como el musguito en la piedra, ay sí, sí, sí... Fomos pro Teatro Municipal sem ingressos, certas de que encontraríamos forma de entrar. E conseguimos! Compramos as entradas de um brasileiro, cujos amigos tinham desistido de ir. Ele nos vendeu por menos que a metade dos 65.000 pesos que havia pago. Com 30.000 pesos por cabeça, assistimos ao espetáculo da fila D, de cara com os bailarinos. Ô sorte!
As aventuras santiaguinas foram feitas em dois turnos. Entre um e outro, fizemos um passeiozinho a Viña del Mar e Valparaíso.
Numa bela manhã, saímos de Santiago com bagagem em versão light, tomamos o metrô até a estação Pajaritos e ali pegamos um ônibus para Viña del Mar. Fácil e barato! Pouco tempo depois, descíamos no terminal rodoviário de Viña.
Eu já conhecia a cidade. Estive lá há mais de 10 anos, com amigas chilenas que me levaram de carro e me mostraram apenas o lado A da cidade. Dessa vez, caminhando da rodoviária até a praia, pudemos ver o lado B de Viña. Bem feinho!
Quando chegamos ao mundinho regido pela água azul do Pacífico, uma fada madrinha nos tocou com sua varinha e nos transformamos em princesas. Decidimos ficar aquela noite no Hotel del Mar, anexado ao famoso cassino de Viña, que domina tudo por ali. Um luxo, pela módica quantia de 245 dólares! Pouco mais que o acanhado Hotel Providência...
Instaladas, fizemos uma expedição de exploratória ao complexo aquático do hotel, no último andar, de cara com o Pacífico. Uau! Ficamos encantadas e voltamos ao comércio para comprar maiôs. Os nossos tinham ficado na bagagem expandida, em Santiago...
Foi uma festa molhada: piscina, jacuzzi, jacuzzi, piscina, piscina, jacuzzi... até a pele enrugar!
No quarto, um vinho de cortesia. Jantar no próprio hotel, admirando o pôr-do-sol e cassino para perder peso... chileno, claro!
Dormimos embaladas pelo barulho das ondas.
No dia seguinte, procuramos um tour para visitar Isla Negra, mas nos assustamos com os preços e decidimos deixar pra fazer a tal visita a partir de Santiago.
Terminou assim o nosso momento Cinderela... Voltamos ao borralho e rumamos para Valparaíso, onde tínhamos reserva no simpático Brighton B&B, com diárias a 80 dólares, pendurado no Cerro Concepción. Escolhemos o quarto "E". Quase um sótão, mas com uma vista lindíssima para a baía.
Andamos pela degradada na zona portuária da cidade. Descemos ladeiras. Subimos de ascensor. Fotografamos uma infinidade cães de rua. Tomamos drinks com vista pra baía. Curtimos o visual do alto dos cerros. Visitamos La Sebastiana. E retornamos a Santiago, conhecendo dessa vez o terminal rodoviário de Valparaíso.
Na capital, voltamos ao Hotel Alcalá del Río.
Nos dias seguintes aconteceram as duas aventuras que já foram contadas aqui: a caminhada no Parque Provincial Aconcágua e o passeio a Isla Negra.
Uma semana depois de chegar a Santiago, num oferecimento do Alcalá, conseguimos um táxi que nos levou, por apenas 10.000 pesos chilenos, ao Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Merino Benítez, de onde voltamos a São Paulo pelas asas da Lan Chile.
As fotos dessa etapa da viagem estão aí:
Mas quem quiser vê-las em tamanho maior e com legendas pode ir direto ao álbum que está AQUI.
E não pensem que só porque eu contei o fim da viagem as histórias se acabaram. Ledo engano! Há mais e mais coisas para contar. Afinal, antes de Santiago e arredores, estivemos em Bariloche, atravessamos os Lagos Andinos e passamos o réveillon em Puerto Varas. Aguardem... ainda tem muito assunto!
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