Ana encontrou um folder da agência Andes Wind na recepção do hotel. Ficamos interessadas. Ligamos pra lá e marcamos o passeio para penúltimo dia livre de nossa estadia no Chile. O tour só sai com um mínimo de 5 pessoas. Tivemos que mudar de dia. Fomos na sexta-feira, 8 de janeiro.Começo os relatos da última viagem de 2009 e primeira de 2010, contando do passeio ao Parque Provincial Aconcágua, em Mendoza/Argentina.
Saímos cedo. 8 da manhã, Cristian, o simpático guia/motorista, que parece ser também o dono da agência, nos pegou no hotel. A van foi lotada. Éramos 11 passageiros.
O caminho é longo, 170 km, cheio de curvas e havia muitas obras na estrada, o que nos obrigou a parar várias vezes para esperar a nossa vez de passar. Fazia calor e íamos no banco da frente. Imaginem, duas gordinhas, apertadas entre a porta e a alavanca do câmbio...
Pela estrada, as montanhas da cordilheira, um rio proveniente do degelo dos picos, uma estrada de ferro desativada e, próximo à fronteira, muitas curvas, mas muitas mesmo!
No alto, o Túnel Cristo Redentor faz a passagem entre os dois países.
Quatro horas depois, sem nenhuma paradinha pra fazer xixi, chegamos à aduana argentina.
Por causa de uma greve dos funcionários da aduana, o caos estava instalado ali. Caminhões, ônibus, carros, gente... todos esperando a sua vez de conseguir o carimbo de entrada à Argentina. Ficamos uma hora por ali, enquanto nosso guia tentava agilizar os trâmites. Nada feito!
Para não gastar mais tempo por ali, o guia sugeriu uma "gambiarra": poderíamos voltar sem os carimbos de entrada no país, visitar o Parque Provincial Aconcágua, que fica entre o túnel e a aduana, e levar apenas uma espécie de justificativa para reingressar no Chile ao final do passeio. Com isso, perderíamos a visita a Puente del Inca, já mais adentrada no território argentino.
Relutamos, mas acabamos concordando. Assim, "ilegais", voltamos alguns quilômetros até a entrada do parque.
Antes de começar a caminhada, o guia distribuiu os lanches, que comemos ali mesmo, sob o sol, ao lado do estacionamento...
Em seguida, começamos a caminhada. Primeiro destino, Lago Horcones. Uns 20 minutos com algumas subidas, num caminho rodeado de montanhas e flores. O lago refletia o Aconcágua como um espelho... nos intervalos entre as rajadas de vento. E ventava muito!
O circuito proposto pelas placas terminava ali. Mas nossa caminhada seguiu, por veredas menos ortodoxas, até uma ponte que estava a uns 40 minutos dali.
Foi o ponto mais próximo do Aconcágua a que chegamos.
Entre ida e volta, nos informou o guia, andamos cerca de 5 km.
Pouco, mas cansativo para pessoas pouco preparadas como eu. Além disso, havia que enfrentar, sol, vento forte, muito pó, caminhos pedregosos, subidas e a altitude de quase 3000m . Mas valeu cada pedra chutada, cada tropeção, cada parada para respirar e cada clic da câmera...
Conto os percalços para que os leitores que se interessarem pelo passeio não pensem que é só alegria. Há dificuldades, mas elas também fazem parte da aventura, acreditem.
De volta à van, começamos o caminho de volta. Primeiro a aduana chilena. Aí foram necessários os préstimos do guia para justificar nossa situação "ilegal" em território argentino. Munido de nossos passaportes, alguns papéis misteriosos, conhecimento e paciência, em pouco tempo tudo se resolveu e fomos readmitidos ao território chileno sem que nunca houvéssemos saído legalmente dele...
De novo as curvas na estrada e paramos em Portillo, no hotel com o mesmo nome, para dar uma olhada no Lago del Inca.
Na volta tivemos mais sorte com as filas nos consertos da estrada e chegamos a Santiago na hora do pôr-do-sol, que lá acontecia por volta de 21h30.
Foi um dia cansativo, é verdade, mas gostamos muito da experiência e recomendamos a Andes Wind a quem se interessa por esse tipo de aventura.
Aos que se dispuserem a ir, desejamos mais sorte na estrada e na aduana argentina .
E não deixem de contar como foi a empreitada!
De nossa parte, fica decidido que teremos que voltar à região para ver Puente del Inca.
Pelo menos 'os transtornos do passeio' servirão de desculpa para retornar ao Aconcágua e a la Puente del Inca. As fotos dão a medida da beleza.
ResponderExcluirL.
Concordo com Lourdes, é preciso voltar lá com neve e ver outra paisagem tão bela como essa.
ResponderExcluirBacanérrimo! Normalmente eu prefiro que a novela termine para só depois fazer um post linkador, mas acho que neste caso vale a pena fazer agora pra apresentar seu blog ao povo! Bjs!
ResponderExcluirQue legal! Fiz o contrário! Fui de MEndoza a Santiago, a fronteira que vocês passaram foi a Los Libertadores?! Muito legal! Acompanhe o relato da minha viagem ao Chile e Argentina no blog Boa Viagem!
ResponderExcluirBom Dia Carmem, visito sem seu blog. Muito legal. Vou viajar pra Puerto Montt até Barilhoche. Peguei suas dicas, mas é melhor dormir em Puerto Montt ou Puerto Varas? Qual hoteis basicos (baratos) lsomente limpos e seguros. Agradeço a atenção
ResponderExcluirNorma, eu viajei num pacote, portanto não pesquisei nem conheci outros hotéis.
ExcluirFiquei no Bellavista em Puerto Varas e gostei bastante.
De qualquer forma, acho que Puerto Varas é bem mais interessante que Puerto Montt, turisticamente falando.
Boa viagem!
Oi, Carmen! Acabei de voltar do Chile e, como prometido, vim dar notícias. Fui ao Aconcágua com o Cristian e tive mais sorte. O Cristian é tudo isso que você disse no post, super profissional e simpático. Este tour é sua especialidade e ele disse que sobe duas ou três vezes por semana. Éramos 8 pessoas, então tivemos conforto e o tempo estava agradável (saímos às 7h). Graças ao bom Deus, a estrada passou por intensas obras que acabaram em maio passado, havia ainda algumas, mas nada que parasse o trânsito. Felizmente também, os funcionários da fronteira não estavam em greve e pudemos ir até a Puente del Inca. Foi uma parada rápida, porque também não há muito o que fazer por lá. O itinerário dentro do parque foi o mesmo. A caminhada pareceu ter mais de 5 km, mas valeu super a pena! Para mim, foi o ponto alto da viagem, e ainda fui a Valpo, Viña, Puerto Varas (e redondezas), Puerto Montt e Frutillar. Foi uma viagem incrível! Depois monto um blog ou algo para postar as fotos. Obrigado pela dica do Aconcágua, foi fantástico!
ResponderExcluirE em Puerto Varas, almocei no Hotel Bellavista, era um dos únicos abertos no dia 1º de janeiro.
Que delícia ler suas notícias, Alexandre!
ExcluirBom saber também que a dica do tour com o Cristian foi boa.
Quero ver suas fotos, sim! Avise quando tiver postado.
Abraço!