Há tempo venho me questionando sobre a importância de guardar coisas.
Antes da era internet, eu tinha pastas e pastas de guardados, que ocupavam grande parte dos meus armários e quase nunca provavam sua utilidade. Eram papéis, objetos, lembranças, utilidades, tudo virginianamente catalogado... Aos poucos fui dispensando boa parte de tudo isso. Mas confesso que ainda tenho muitas pastas e caixas de velharias.
Entre elas há uma com os negativos de fotos antigas e outra com as próprias fotos... Tudo datado dos anos 80!
Foi na segunda caixa que iniciei minha pesquisa para cumprir a promessa feita no post anterior: colocar fotos da viagem a Pontal do Coruripe feita em 1987.
Não encontrei a foto! Há outras, da mesma viagem, mas a do Pontal... sumiu!
Ah, mas eu tinha os negativos!
Fui então à caixa repleta daquelas miúdas películas onde quase não dá pra identificar nada.
Ainda salva pelos astros, encontrei exatamente o que precisava: um envelope onde se lia "Nordeste 1982". Beleza!
Os negativos eram minúsculos, daqueles de câmera Xereta. Alguém se lembra?
Olha daqui, olha dali, Ana me ajudando a identificar as imagens, cheguei a uma tira com 4 fotos que me pareciam ser as que procurava.
Levei a "preciosidade" para o laboratório fotográfico. Dois reais por foto, dois dias de prazo.
O resultado... Taí, junto com a película:
Como se vê, a cor foi pras cucuias e, além disso, o caro serviço de cópia da Labortec da Avenida Liberdade, deixa muito desejar.
No diminuto negativo se vê o farol inteiro, assim como aparece na foto abaixo, postada por Allan Fon no Panoramio:
Já na foto que recebi do laboratório, falta um bom pedaço do farol. Diferença de formato, eu entendo... Mas por que não cortar embaixo, sem comprometer tanto a imagem? Mistério!
Voltarei à Labortec... Quero meu farol inteirinho!!!!! Satisfação garantida, ou meu dinheiro de volta, como dizia a propaganda da antiga Sears...
Mas não é só no armário que tenho guardados... Meus HDs, CDs, DVDs, pendrives estão cheios de pastinhas. Nem sempre acho o que procuro. De vez em quando faço uma limpa nesses arquivos. Não adianta, eles se multiplicam como coelhos...
É isso, gente: guardados... pra quê?
Quem me diz?
Minha amiga Claudia Ricci (http://www.facebook.com/clauricci)
ResponderExcluirleu esse post no Facebook e deixou um belo comentário, que reproduzo aqui:
"A cópia do laboratório deixou muito a desejar, porém quando você adicionou o negativo surgiu essa surpreendente e intrigante imagem, essa mesma com o negativo por cima, cores desbotadas, corte sem sentido. Justamente essa imagem poderia muito bem ser chamada de "guardados", assim mesmo, sem informar origem, data ou local. A outra foto, a focada no farol, assim como a foto que deveria aparecer do negativo se estivesse em perfeitas condições e passasse por um laboratório decente, é descritiva, ilustrativa, não sugere mistério algum, vem sempre ao lado do nome do lugar. É foto de farol, bonita, nítida, mas igual a milhares de outras fotos de farol. Não tem novidade, não desperta a imaginação, não remete a um outro tempo, nada. Acho que é para isso que servem os guardados que vez ou outra passam por uma transformação que lhes dá um outro sentido. Nesse caso, o seu guardado não é mais uma foto de farol, não é mais Coruripe. É outra coisa, é imagem de sonho, imagem poética. É a imagem que me fez largar Farmville em plena madrugada!!! Eu não voltaria ao laboratório. ;-)"