Dentre as muitas comemorações: um show de Chico César.
A história de Chico com o CCSP é antiga.
Numa entrevista a Flávia Ragazzo ele fala desse lugar onde iniciou sua carreira paulistana:
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FR – Que papel o CCSP desempenha na sua história profissional?
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CC – O primeiro show que eu fiz em São Paulo foi no CCSP, na sala Adoniran Barbosa. Era um show que ia se chamar Pentelho Luminoso, mas logo entrou o Jânio Quadros e os diretores ficaram com medo, pediram para mudar o título. Aí a gente mudou para Pastoril do Velho Fascista, em homenagem a um político de então. Este foi o primeiro espaço que me fez sentir que eu seria um artista bem vindo na cidade. Creio que isso aconteceu com muitos outros músicos, como Vidal França e Paulinho Pedra Azul.
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FR – Como foi a receptividade do público nas suas apresentações aqui?
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CC – Foi muito boa. Essa proximidade, a possibilidade de levar crianças, sentar, ficar passeando ali embaixo, brincando, vendo o show ou subindo no palco é muito bacana. Essa coisa de o palco ser baixinho cria um olho no olho que a maioria dos palcos não permite, porque é sempre uma coisa verticalizada, o artista em cima e a platéia em baixo. Eu acho que é o espaço ideal pra ter esse tipo de encontro informal, improvisado.
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FR – Qual a importância do Centro Cultural São Paulo para a cidade?
FR – Qual a importância do Centro Cultural São Paulo para a cidade?
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CC – O CCSP tem um papel histórico em São Paulo. É um ponto de encontro de artistas, de gerações. Sempre foi um espaço muito democrático, aberto para a poesia, a dança, a fotografia, as artes plásticas em geral, para o teatro. É um lugar muito bacana, com muita história. A cultura é algo dinâmico, vivo, feito e refeito cotidianamente. O CCSP, independente dos eventos que realiza, possibilita encontros, é um ponto onde artistas alternativos se reúnem para tocar violão e trocar versos.
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FR – Como se sente fazendo parte das comemorações dos 25 anos da instituição?
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CC – Fico muito feliz de ter tido aquela primeira oportunidade de tocar em um espaço tão bacana. E fico muito lisonjeado de ser lembrado para participar dessas comemorações, porque isso significa que o espaço tem uma visão de reciprocidade em relação a mim. Eu reconheço o espaço como parte da minha vida, e ele também me vê fazendo parte da história dele.
O show foi grátis, portanto era necessário chegar cedo pra pegar o ingresso e curtir a fila. Enquanto isso, o Chico - de bermuda e tênis - e Priscila Brigante passavam o som lá no "buracão" que é a mesma Sala Adoniran Barbosa do primeiro show em terras paulistanas.
Como não dava pra ficar na fila e ver a passagem de som, ficamos revezando pra antever um pouquinho do que seria o show completo.
Sete da noite, todos já acomodados, em cima e em baixo, o moço entra todo de preto. Faz um discursinho sobre sua história com o Centro Cultural e diz que não estava ali para cantar e sim para apresentar Dota Kher, uma cantora alemã, cujo CD ele acabava de lançar pelo seu selo: Chita.
Sete da noite, todos já acomodados, em cima e em baixo, o moço entra todo de preto. Faz um discursinho sobre sua história com o Centro Cultural e diz que não estava ali para cantar e sim para apresentar Dota Kher, uma cantora alemã, cujo CD ele acabava de lançar pelo seu selo: Chita.
Dota cantou umas três ou quatro músicas dela e terminou sua participação cantando À primeira vista, metade em português e metade em alemão.
Sai Dota, entra Chico. Com outro figurino: camiseta preta de mangas curtas e calça branca com listinhas pretas. Começou com Béradêro, seguiu com os versos do Cantáteis e Moer cana. Em seguida arrasou com Invocação, ousando dizer as palavras que Bethânia em sua gravação, não teve coragem de pronunciar:
Deus dos sem deuses
Deus do céu sem Deus
Deus dos ateus
Rogo a ti cem vezes
Responde quem és?
Serás Deus ou Deusa?
Que sexo terás?
Mostra teu dedo, tua bunda, tua face
Deus dos sem deuses
Junto com De uns tempos pra cá, cantou uma música de Zé Ramalho: Adeus segunda-feira cinzenta
E ainda cantou uma nova, uma espécie de marchinha de carnaval: Santos Dumont
Terminou com a já famosa Mama África, claro! E o povo vibrou!
Depois do show fomos pro camarim levando o LP Música da Paraíba Hoje, que contém a primeira gravação do moço: Virgem louca mimadinha. Relíquia que consegui finalmente encontrar na loja Passadisco, de Recife.
E ainda cantou uma nova, uma espécie de marchinha de carnaval: Santos Dumont
Terminou com a já famosa Mama África, claro! E o povo vibrou!
Depois do show fomos pro camarim levando o LP Música da Paraíba Hoje, que contém a primeira gravação do moço: Virgem louca mimadinha. Relíquia que consegui finalmente encontrar na loja Passadisco, de Recife.
Quando aprensentei o LP pro Chico autografar, ele o mostrou pro irmão, Gegê, que já estava no camarim, e ficaram comentando...
Gravou na velha capa do disco, a seguinte dedicatória:
Gravou na velha capa do disco, a seguinte dedicatória:
"Ana e Carmem: marcas de mim em vocês e de vocês em mim. Feliz 2008."
Assim foi o 99° show de Chico que assisti em minha carreira de fã.
Agora, rumo ao 100°. Isso vai merecer uma comemoração!
Carmem
ResponderExcluiradorei o blog! o Chico é indescritível!
ótimos vídeos!