Os participantes: Carlos Rennó - o entrevistador, Chico César - o entrevistado, alunos do cursinho da Poli, alunos do SENAC, eu e um enorme staff.
Minha aventura começou cedo. Era dia do rodízio da placa do meu carro. Fui de ônibus. Pra mim tudo era novo, foi a minha estréia em um estúdio de gravação.
Antes do início do programa, enquanto a equipe se preparava, Chico e Carlos já posicionados no palco, com seus microfones plugados, conversavam entre si. Os assuntos: futebol e música. Chico contou ao Carlos sobre uma letra que acabara de enviar a Zeca Baleiro, falando sobre os últimos acontecimentos. Era algo como: Pra entender o PCC é preciso primeiro entender o Brasil... Vamos esperar. Tomara que role!
- Béradêro
- Mama África
- À primeira vista
- Pra cinema
Em cada bloco Carlos e Chico conversavam sobre as circunstâncias da composição da música em foco. Em seguida alguém da platéia fazia uma pergunta sobre a música. E o bloco era encerrado com Chico cantando.
Foi interessante ouvir histórias conhecidas e desconhecidas sobre as músicas. Conto alguns pedaços... Outros deixo como surpresa para o dia em que o programa invada as telinhas das nossas casas.
Falando sobre Béradêro, Chico nos contou que a primeira estrofe foi composta muito antes das outras, durante sua passagem por Barra Mansa, a caminho de São Paulo, no início de 1985.
os olhos tristes da fita
rodando no gravador
uma moça cosendo roupa
com a linha do equador
e a voz da santa dizendo
o que é que eu tô fazendo
cá em cima desse andor
Sabem quem é a musa inspiradora disso? Ninguém mais que Elis Regina. É ela a moça cosendo roupa com a linha do Equador. E é também ela a santa que se pergunta o que é que eu tô fazendo cá em cima desse andor?
À primeira vista foi iniciada num ônibus. Chico voltava para sua casa - uma edícula em Santo Amaro - foi anotando idéias em sua agenda:
os olhos tristes da fita
rodando no gravador
uma moça cosendo roupa
com a linha do equador
e a voz da santa dizendo
o que é que eu tô fazendo
cá em cima desse andor
Sabem quem é a musa inspiradora disso? Ninguém mais que Elis Regina. É ela a moça cosendo roupa com a linha do Equador. E é também ela a santa que se pergunta o que é que eu tô fazendo cá em cima desse andor?
À primeira vista foi iniciada num ônibus. Chico voltava para sua casa - uma edícula em Santo Amaro - foi anotando idéias em sua agenda:
quando bebi demais vomitei
quando fiz 69 gozei
quando morreu Jânio Quadros gostei
E outras... Quase na hora de descer do ônibus, escreveu: quando vi você me apaixonei. E percebeu que ali estava a letra de uma canção de amor. Daí até a forma final que a letra tomou, foi um pulo. Selecionou alguns versos, modificou outros, criou mais alguns. Assim nasceu a primeira canção de amor de Chico. Ouçam e vejam como ele se sentiu nesse momento:
O amara, dzaia, zoi, ei, dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá, num, man an veio depois. Quando tudo já estava pronto, numa noite solitária, no quartinho da edícula onde morava, Chico criou esse refrão.
Minha participação foi no momento das perguntas no bloco dedicado a Mama África. Perguntei se, ao compor a música, ele pressentiu que ela poderia alcançar o sucesso que alcançou. Antes de responder ele fez um comentário dizendo a todos que eu sabia muito da obra dele e, em seguida, respondeu dizendo que nunca pensa que uma música possa fazer sucesso, mas que ficou muito feliz com a projeção que essa música lhe deu.
A melodia de Pra cinema foi composta em 1992, e só em 2005 ganhou letra e foi gravada.
Pra quem não se lembra da música, o próximo post traz a letra e uma parte da interpretação de Chico.
Outra coisa legal do programa foi o cenário. Ao fundo eram projetadas algumas fotos. E qual não foi a minha surpresa ao ver algumas fotos de Ana aparecendo ali. Confiram:
E mais não conto...
Vamos ficar de olho na TV Cultura esperando a apresentação do programa, que ninguém soube informar quando será.
Carmôoo!!! Adorei muito isso!!! Relatado de forma delicada e seisível!!
ResponderExcluirCaquinha,
ResponderExcluirfinalmente apareço por aqui. Não foi falta de convite, claro, mas voc~e sabe como é esse seu amigo velhinho...
Seus relatos continuam deliciosos, mas vou deixar meu protesto pelo proposital suspense: aqui em Curitiba não passa a programação da Cultura de SP...
Vou ficar aqui roendo as unhas de curiosidade.
Beijos,
Clau
Muito gostoso seu relato, mais ainda vai ser ver o programa e com participação especialissima de minha amiga Carmem!! essa eu quero ver!!! umbejãodojão
ResponderExcluirMoça, q maravilha esse programa com ele, comprei o livro Vozes do Brasil, tem ele no livro, mto bom. Tou curiosíssima p/ ver esse programa, tem q passar um dia na tv, naum quero perder de jeito nenhum. Seu texto tava super bem escrito.
ResponderExcluirBjos,
Juliana