quinta-feira, agosto 20, 2015

Panelaço em Belém do Pará

Sobre nossa viagem a Belém no último final de semana, Chico César fez o seguinte comentário: "Onde vou elas vão. Só que chegam antes pra limpar os caminhos. Beijo, meninas."
Sim, nós fomos até lá pra vê-lo cantar, mas o que Chico não sabe é que nossa chegada antecipada tinha um outro propósito: participar de um grande panelaço!
E, olha, foi uma festa de panelas...
Começamos despretensiosamente. Depois de dois voos com a TAM, comendo aqueles deliciosos lanchinhos de pão-gelado-e-uma-fatia-de-recheio, estávamos querendo comer algo que nos permitisse esperar o momento do primeiro bater de panelas que só aconteceria à noite.
Tomamos o caminho da Praça Batista Campos, aliás, quem não conhece essa praça tem de conhecer. Tem lago, riachinho, pontes, garças, jardins, coretos. É encantadora!
Mas, como eu ia dizendo, no trajeto hotel/praça, famintas, acertamos em cheio entrando na Brigaderie. Pensávamos encontrar um café e substituto local para o pão de queijo, mas demos com um simpático cardápio de tapiocas com recheios locais e outras coisinhas mais.

Tapioca de queijo do Marajó
Foto: Ana Oliveira

Começo da noite, lá fomos nós para o armazém 2 da Estação das Docas. Era lá, mais precisamente no Lá em Casa, que aconteceria o primeiro panelaço da viagem. E foi um sucesso! Das panelas de Anna Maria Martins, saíram delícias que fizeram a nossa festa naquela primeira noite paraense. Ana aprovou o brochete de filhote que comeu, eu amei o escondidinho de camarão com jambu e cobiçamos o silveirinha - um mexidinho de farinha, ovo e camarão -  que nossa amiga Rosângela pediu.
Reclamam do serviço da casa, mas tivemos sorte: fomos atendidas pelo Seu Vicente que é veterano no restaurante e foi até buscar café espresso no vizinho pra nos agradar.
A sobremesa estava ali do lado, na Cairu. Sorvete dos melhores. Já conto que, além desse quiosque da Cairu na Estação das Docas, conhecemos mais três outras lojas da marca e aprovamos todas! Eu já conhecia o sorvete deles e já amava o de tapioca, mas dessa vez caí de amores pelo carimbó: tapioca e doce de cupuaçu. Hum!
No dia seguinte, fomos conferir o que sai das panelas dos Castanho: almoçamos no Remanso do Bosque e jantamos no Remanso do Peixe.
No primeiro, fomos recebidas pelo chef Felipe Castanho, comemos bem, num ambiente meio impessoal. O destaque foi a sobremesa de bacuri com sagu de hibisco. Na saída, não resistimos à lojinha de delícias e saímos de lá com uma lata de raspas de brownie (já provamos, é uma delícia!) e uma garrafinha de cachaça de jambu.

Bacuri com sagu de hibisco, do Remanso do Bosque
Foto: Ana Oliveira

No Remanso do Peixe, onde fomos recebidas pelo chef Thiago Castanho, nos sentimos mais à vontade. O ambiente é mais aconchegante, os preços são mais amigáveis (gastamos menos de 80 reais por cabeça) e a comida é muito boa. Começamos com bolinhos de bacalhau com abóbora, seguimos com uma moqueca de peixe muito boa e um pirão inesquecível. 

Com Rosângela, no Remanso do Peixe

Pra manhã seguinte, nossas anfitriãs paraenses tinham novas panelas pra nos apresentar. Dessa vez, cruzamos o Rio Guamá rumo à Ilha do Combu. Pegamos um barquinho na Praça Princesa Isabel e descemos direto no pier do Saldosa Maloca. É Saldosa, mesmo. Assim, com L. Veja a placa do empreendimento:


Experimentamos uns bolinhos de peixe deliciosos: o brasileirinho. Comemos filhote com purê de batatas e arroz de jambu e achamos bem bom. Nossas amigas tiveram menos sorte, pediram um peixe à moda indígena e o tucupi que compunha o prato estava muito ácido. Acontece...

Nosso prato no Saldosa Maloca
Foto: Ana Oliveira

Para a sobremesa, boa pedida do lugar é o brigadeiro, feito com chocolate local. Não perca!
Se você for ao Saldosa Maloca num sábado, chegue cedo. Se possível, tente até reservar mesa. A casa lota e o serviço não é dos melhores. 
À noitinha, antes de ir ao encontro da música de Chico César, fizemos uma parada estratégica no Portinha, pra conhecer as delícias que saem das panelas do Junior. Provamos de todos os salgados que havia nas estufas e só achamos sem graça as empadas de camarão.
No domingo, Rosângela nos convidou para um passeio em Mosqueiro. Era dia de manifestação antigovernista no país inteiro. Escapamos dos manifestantes em Belém, mas fomos interceptadas pelos triatletas em Mosqueiro. A competição nos impediu de conhecer melhor a orla da Baía de Marajó. Acabamos indo direto para a Praia do Paraíso e nos acomodamos no restaurante do Hotel Fazenda Paraíso - um enorme galpão com vista para o rio - e seguimos com nosso panelaço. Dessa vez a pedida foi pescada amarela. O peixe estava bom, sem ser excepcional. Acompanhamos o almoço com água de coco terceirizada, isto é, vendida e trazida à mesa por esse senhorzinho militante:

Foto: Ana Oliveira

Depois do almoço, molhamos os pés na água do rio, caminhamos até o final da praia pra ver o lugar onde Rosângela morou - sim, ela já morou numa casa isolada e sem luz elétrica no final da Praia do Paraíso! - e voltamos pra Belém.
À noite, mais um bate-panela. Dessa vez, também por sugestão da Rosângela, fomos ao Xícara da Silva. O lugar é lindinho e lotado, mas chegamos cedo e não tivemos problemas para encontrar uma mesinha entre as fadas. Comemos pizzas com massa bem fininha e achamos bem gostosas. 

No Xícara da Silva
Foto: Rosângela Darwich

Encerrando o panelaço paraense, almoçamos, no nosso último dia, no San Paolo, bem ali na rua do hotel Radisson - onde ficamos e não recomendamos... O San Paolo foi também indicação da Rosângela. É um restaurante por quilo com comida e decoração caprichadíssimas, que vale a visita. Se você for lá, não deixe de pedir um espresso no final. Depois me diga o que achou.  

Cafezinho do San Paolo
Foto: Ana Oliveira

Foi bom pra nós! Mas nossas balanças não gostaram muito. Acho que elas preferiam que tivéssemos feito o que disse o Chico: limpar os caminhos...

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Pra saber o que dizem as experts sobre alguns desses lugares:

Lá em casa, por Constance Escobar
Remanso do Peixe, por Constance Escobar
Remanso do Bosque, por Constance Escobar
Saldosa Maloca, por Constance Escobar
Portinha, por Silvia Oliveira

6 comentários:

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    1. Pois é, Marcie, sei que peixe não é a sua praia (ops...), mas foi uma delícia esse nosso panelaço paraense.

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    1. Foram delícias, mesmo, Lili! As comidinhas e as companhias. Sem falar no showzaço do Chico.

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  3. Amo essas degustações todas. Estivemos em Belém eu e Ed e fizemos quase o mesmo caminho. Penso que, talvez, gostassem mais de uma pousadinha temática onde ficamos. Era linda e com a piscina só pra gente. Amo Belém e compartilho isso sempre que posso. Amei o relato, Carmem. Muitos beijos.

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    1. Pois é, Gabriel, o hotel foi a nota dissonante do nosso passeio. Mas... acontece.
      Ficamos curiosas pra saber qual é essa pousadinha linda e simpática.
      Beijo!

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