segunda-feira, janeiro 28, 2013

Casas de show... ai, ai!

Então... quem já frequenta esse blog há algum tempo já sabe que eu sou super-fã de Maria Bethânia, que sempre vejo seus shows e que já fiz várias viagens pra vê-la cantando pelo Brasil afora e até fora do Brasil
É público também que já enfrentei filas para chegar até seu camarim, pra dar um beijinho, uma palavrinha e tirar uma foto ao seu lado...
Mas, sempre que o show é aqui em São Paulo, Bethânia canta naquelas grandes casas de show. Aquelas em que, além do show, rolam também bebidinhas, comidinhas, garçons passando pra lá e pra cá. Uma festa... pra quem não está interessado em curtir a arte da diva. 
Há algum tempo, Ana até escreveu um post no blog dela sobre isso.
De minha parte, rezo todos os dias para que Bethânia tenha um de seus famosos rompantes e decrete aos seus assessores que só cantará em teatro com palco e poltronas convencionais, onde o público vá apenas para ouvi-la, aquilo que Ana chama de auditórios em seu post. Será?
Pra completar, essas grandes casas têm lá seus patrocínios e interesses comerciais, que entram em jogo desde o momento em que os ingressos são postos à venda e os clientes de um determinado cartão de crédito ou de um ou outro banco, que nunca são os meus,  têm prioridade - e descontos - para a compra. Indecente, pra dizer o mínimo.
E mais, os ingressos são vendidos por sites do tipo Ingresso Rápido, Tickets for Fun e outros, que cobram taxas exageradas por cada ingresso vendido.
Pra se livrar das taxas, só mesmo indo à bilheteria da casa e enfrentando distância, filas e mau humor dos vendedores.
Agora mesmo, Bethânia vai apresentar seu novo trabalho, "Carta de Amor", no HSBC Brasil. Os shows serão no final de março e os ingressos começaram a ser vendidos no dia 21 de dezembro, mas só pros clientes do HSBC. Eu, você e todos os outros fãs que não somos clientes desse banco, só poderíamos tentar comprar os ingressos a partir do dia 27 de dezembro. E adivinha! Nesse dia, só tinha disponibilidade para lugares "menos nobres", digamos assim. 
Dá uma olhada: 
Primeiro show
Segundo show
Os lugares em verde foram os que restaram para a compra no dia 27/12.
Na verdade, eu nem liguei, porque antes mesmo do início das vendas já tinha decidido, junto com Ana, que não iríamos ao show. Não queremos mais compactuar com esse tipo de coisa... Não vamos, pronto! 
Bethânia vai ter que cantar sem a nossa presença. 
Um dia ela lança o show em DVD e a gente vê, quietinhas, aqui em casa.
Bem, eu gosto muito de Bethânia, mas meu ídolo, mesmo, é Chico César! Quem não sabe? Já vi mais de 150 shows dele e quero ver muitos mais.
E Chico, que agora é Secretário da Cultura em João Pessoa, anda sumido dos palcos paulistanos. Daí, quando ele aparece a gente corre pra ver. 
E não é que nesse janeiro ele fez dois shows no Tom Jazz...
Tá, o Tom Jazz não é nenhum Credicard Hall, mas funciona da mesma forma: melhores lugares reservados para clientes de um determinado cartão de crédito, ingressos vendidos pelo Ingresso Rápido com taxa, bilheteria da casa aberta em poucos horários e, pra ajudar, a casa esteve fechada para reforma por um bom período antes do show. Fui lá e dei com o nariz na porta!
Lá dentro, tudo igual: mesas amontoadas, gente passando pra lá e pra cá o tempo todo e garçonetes levando e trazendo bebida, comida e conta nos melhores momentos do show. 
Fomos aos shows da sexta-feira e do sábado. A casa estava cheia nos dois dias. Em algum momento do sábado, Ana notou isso e comentou sua apreensão: "Já pensou se pega fogo em algo aqui dentro? Por onde vai sair toda essa gente?" Nem me preocupei muito com o comentário. Exatamente uma semana depois, testemunhamos o horror da boate Kiss!
No Tom Jazz só vimos uma porta e uma funcionária para liberar o cartão de saída, depois de conferir as malfadadas comandas...
Voltando aos shows. Fizemos fotos e mais fotos evitando corpos e copos na frente dos artistas. Difícil, mas conseguimos. Clique nos links aí em cima e você verá as fotos de Ana. 
No primeiro show fiquei encantada com a interpretação de Chico e Dani Black para a música "Dança". Fiquei de gravar no dia seguinte. E gravei!
Taí o clipe, com gente passando o tempo todo diante da minha lente. Quem tiver paciência e/ou curiosidade de ver e ouvir, notará que lá pela marca de 5 minutos e 30 segundos ouve-se também a conversa da garçonete com os clientes da mesa ao lado, perguntando se eles pagarão a conta com cartão de crédito. Uma delicinha!

Só mesmo pra ver o Chico! E olhe lá!
_________________________________________________________________ Li hoje (02/06/2013) um post no blog Turomaquia, do qual destaco uma parte muito ilustrativa:

"Sabe naqueles dias que você tá de bobeira navegando por tudo que é página da Internet e de repente na tua frente aparecem juntos nomes como: Chick Corea, Stanley Clarke, Lenny White, Hiromi, Toots Thielemans,Jean-Luc Ponty? Comecei a tremer, eles são monstros do jazz. E todos eles, e outros mais estariam tocando no Heineken Jazzaldia de 21 a 25 de julho. Pensei comigo: “Isto tem que custar uma fortuna!”. Fui buscar os preços e na mesma hora comecei a gritar chamando o Tom, era possível ver os 3 grandes shows no paradigmático Teatro Kursaal por 70€. Com a cotação do euro de hoje, algo como 168 reais por 3 mega-blaster shows. Sem contar que os assentos mais descolados do teatro estavam reservados para aqueles comprassem o abono, ou seja, o pacote!
A compra é bem fácil, entrei no site: http://www.heinekenjazzaldia.com/?language=es Fui a “entradas”, escolhi o que queria e automaticamente me dirigiram para o site da General Tickets. Escolhi nossos lugares, que com o “abono” são os mesmos nos 3 dias, e paguei com meu cartão de crédito. Com a taxa de serviço de 1,70, os dois “abonos” custaram 141,70€.
No mesmo dia do primeiro concerto, coloquei meu cartão de crédito na máquina que processa as entradas, ao lado da entrada do teatro, e em 30 segundos tínhamos nossos ingressos.
"


A Patricia, autora do texto, mora na Espanha e o fato narrado acima aconteceu em 2011, em San Sebastián.

7 comentários:

  1. Ai,ai... mesmo! Concordo e assino o post, rsrs... Casas de show são uma desgraça. Mesas muito próximas, muita gente desinteressada que vai lá pra "ter programa" e nem tem respeito pelo artista. Já desisti de frequenta-las...

    ResponderExcluir
  2. Opa! Não sei quem é você, mas agradeço a visita e o comentário. ;-)

    ResponderExcluir
  3. Uns poucos shows e já desisti de ir. Isso há anos! Nada vale mais do que o conforto de casa, ainda mais com amigos para ver os espetáculos em dvd mesmo. Não é a mesma coisa que ver ao vivo, mas é a melhor opção diante do sacrifício absurdo e infinita paciência necessários para assistir a qualquer desses shows "maiores". Ainda mais sendo perigoso, por motivos diversos, não vou . Não vou. Não vou. Gostei do post. Bjs!

    ResponderExcluir
  4. Eu já desisti destas casas de shows há muito tempo. Não compensava: eu ficava tão nervosa que quase não apreciava o show em si.

    O triste foi saber, em uma pequena enquete entre os amigos da minha filha, que ninguém, ninguém, procura saber onde são as saídas, quais são os procedimentos de segurança... :(

    ResponderExcluir
  5. Sim, my friend, vc traduziu exatamente a sensação que eu tenho quando vou ver um show ou espetáculo.
    Fecho meu comentário dizendo que, infelizmente, apesar de toda esta tragédia, as casas de espetáculo e boites não deverão de adequar, a não ser que os órgãos competentes façam as vistorias e fiscalizações com regularidade.
    Bjs.....

    ResponderExcluir
  6. Também já desisti destas casas de shows faz tempo. Mas quando jovem fui muito, e na imaturidade não pensamos nestas questões de segurança. Ai ai... mesmo! Mais uma vez brasileiros dando tiro no próprio pé com a corrupção.

    ResponderExcluir
  7. Olá! Por aqui os shows se dão em teatros confortáveis, salvo os majestosos que eventualmente ocorrem em estádios. Num primeiro momento não recordo possuirmos casas com mesas, etc. Nos últimos anos não deixo de assistir Bethânia, como ocorreu na última semana - paguei a taxa infame de conveniência. Mas o prazer está em ouvi-la, sem copos e garrafas interferindo na percussão... Choramos por vitimas do descaso, da ganância e do jeitinho brasileiro. Porto Alegre está em fase de regularização enquanto dezenas de vitimas ainda lutam em leitos hospitalares, mas apos o susto e aos poucos tudo retornará a fase inicial, não há no ar uma mudança de padrões. Abraço, amei teres escrito sobre algo que tantas e tantas vezes pensamos e não verbalizamos, deixando de marcar um posicionamento.

    Paula

    ResponderExcluir